Capítulo 47 -"A dança e minha falta de lembrança."

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O salão, como todos os outros lugares em que íamos, estava na cidade mais próxima. Havia apenas seis casais hoje e agradeci por Bianca ter pensado em mim e ter falado que Evan iria no dia seguinte com sua barbie plastificada. Jean e Nick foram no banco da frente, conversando o tempo inteiro e eu e Bia fomos no banco de trás, não conseguindo competir com eles.
- Boa tarde, meus queridos - uma mulher pequena e loira surgiu, com um vestido rosa brilhoso e sandálias de saltos médios - eu sou Victória e serei a coreógrafa de vocês. Então, sem mais delongas, peguem seus parceiros e se posicionem.
Eu ainda estava de cara fechada para Nick por não ter me contado o que havia feito. Qual é, eu tinha o direito de saber. Porém, se ele pensava que isso estava encerrado, estava totalmente equivocado. Estava perdida nesse assunto na minha mente quando o braço dele rodeou minha cintura, sua mão na parte baixa das minhas costas e pegou minha mão e colocou no seu ombro.
Caramba, ele é muito alto, foi nisso que eu me perdi e ergui o rosto para encará-lo.
- Todos a postos? - vários murmúrios preencheram o ambiente e a coreógrafa considerou isso como um sim e acenou para o outro lado. Não demorou muito e "Sway" cantada por Pussycat dolls começou a tocar e Nick me puxou para mais perto, grudando nossos corpos. Começamos a nos mover devagar, Nick mais sério do que já havia visto, e olhava no fundo dos meus olhos, como se quisesse me decifrar. Nos movíamos tão devagar e apenas de um lado para o outro, como se estar ali fosse o último lugar que ele queria estar, que não consegui manter minha língua dentro da boca.
- O que foi, Nick? Não sabe dançar?
Ele não respondeu e quando fui dar meu próximo passo seu pé apareceu na frente e quase caio de cara no chão. Entretanto, Nick estava me segurando e me girou pela mão, me colocando na posição inicial e um sorriso sardônico brincava em seus lábios perfeitos; estreitei os olhos, franzi os lábios e enfiei meus saltos em seu sapato e apreciei sua careta de dor. Nick me jogou para frente, logo me puxou novamente para ele e, então, começou a me guiar, rodando pelo salão com uma elegância inata e me girando algumas vezes. Não sei como aconteceu, mas logo um sorriso tímido apareceu em nossos lábios para, em seguida, sorrirmos largamente.
- Onde aprendeu a dançar daquele jeito? - perguntei quando voltamos para casa e nos jogamos deitados um do lado do outro na cama.
- Minha mãe me colocou em aulas de dança quando eu era garoto, achava que eu tinha jeito para isso - deu de ombros e se virou para olhar para mim, deitando-se de lado, e eu fiz o mesmo.
- E ela estava certa - falei - há algo que não sabe fazer?
- Cantar - respondeu e sorriu, deixando um ar de dúvida.
- Bem, ninguém pode ser perfeito, não é? - sorri também. Ficamos nos olhando, nossos sorrisos se desvanecendo lentamente - me conte, Nick, ou me colocará louca.
Não precisei dizer sobre o que estava falando, Nick fechou os olhos rapidamente, os abriu e começou a falar. Nicholas me contou desde o momento em que entrei no banheiro, seminua, com a chave reserva, enquanto ele tomava banho e quanto mais ele falava, mais eu queria voltar no tempo e esquecer isso, deixar em sua resposta anterior, mesmo que fosse falsa. Estava morrendo de vergonha e quase pedi para que ele parasse, mas ouvi até o final e senti minhas bochechas esquentarem principalmente na parte em que praticamente pulei nele e o beijei. E sabe o que é pior? Fazer isso e nem lembrar de nada.

Namorado De AluguelOnde histórias criam vida. Descubra agora