Capítulo 48-" Ele estava me vendo de verdade pela primeira vez."

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Aí que vergonha - deitei-me de costas na cama e cobri o rosto com as mãos.
- Você não tem culpa, não estava em seu estado normal - me virei novamente e ele sorriu de lado, provavelmente tentando me tranquilizar e amenizar minha culpa. Mirei seus olhos azuis hipnotizantes por um longo tempo, apenas o silêncio entre nós, e estávamos nos aproximando inconscientemente. Quando estávamos bem perto, nossas respirações quase se mesclando, o celular de Nick tocou dentro do bolso da sua calça. Nos afastamos rapidamente, ele levantou e puxou o celular.
- Arthur - atendeu e foi se afastando em direção ao banheiro. Não conversou muita coisa, apenas ouviu e logo desligou. Suspirou e sentou-se ao meu lado novamente.
- Tudo bem? - perguntei, me sentando também e temendo estar me intrometendo.
- Minha mãe - Nick baixou o olhar para o aparelho em suas mãos - está doente e acamada.
Primeiramente não sabia o que dizer, a informação havia me pegado desprevenida, logo, coloquei uma mão no seu ombro.
- Você deveria ir vê-la.
- Está falando sério? - perguntou, me encarando.
- Claro, que tipo de pessoa acha que eu sou? - perguntei sorrindo e bati o ombro no dele - não se preocupe, eu ficarei bem aqui.
Ele me olhou por um tempo, como se estivesse me vendo de verdade pela primeira vez, e mordeu o lábio, pensativo.
- Ou talvez você poderia vir comigo, afinal, eu sou seu por um mês.
- Tem certeza? - questionei, cética - e onde ela está morando?
- Na Alemanha, com meus sete irmãos - falou - não se preocupe, não demoraremos.
Oh céus, Alemanha?
- Tudo bem - me peguei falando. Tudo poderia acontecer na Alemanha.
Quando o avião começava seu pouso em Berlim, minhas mãos estavam suadas, minha cabeça doída e eu não conseguia manter minha perna quieta. Mordi meu lábio, olhando para fora da janela e senti uma mão no meu joelho.
- Pare de movê-la tanto ou começará a andar sozinha - sussurrou no meu ouvido com um sorriso perfeito nos lábios.
- Acha que foi uma boa ideia eu ter vindo? - começava a sentir sangue saindo do meu lábio pela força em que o prendia entre os dentes - oh, cacetada, não, foi uma péssima ideia, horrível. O que iremos dizer para sua mãe?
- Diremos que você é uma amiga e que estávamos juntos fazendo uma viagem juntos na França, por conta do seu trabalho - ele disse prontamente - ela conhece minha noiva, então não podemos dizer coisa semelhante.
Olhei para fora da janela, passei uma mão em meus cabelos e voltei meu olhar para ele, enxugando o suor das mãos em minha calça jeans.

Namorado De AluguelOnde histórias criam vida. Descubra agora