Capítulo Trinta e Sete

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Mais um capítulo pessoal... Preparem os lencinhos...


Ester

Meu Deus! Minha cabeça está estourando, estou aqui há um bom tempo, os médicos me pedem para fazer força, para ajudar o meu filho a nascer, mas não consigo, meu coração está disparado e meus olhos estão perdendo o foco. De repente os aparelhos começam a disparar, tudo está sem foco para mim, escuto de longe o médico da equipe do Lucas que me atendeu, gritando. VAMOS FAZER UMA CESARIANA AGORA! SE NÃO VAMOS PERDER OS DOIS, APLIQUEM A ANESTESIA E CHAMEM O LUCAS.

Depois disso o cansaço me vence e fecho os olhos e agora é só escuridão.

Eduardo

Faz mais de duas horas que ela está lá dentro, não me deixam entrar e estou a ponto de ter um ataque cardíaco. Vamos Edu respire, vamos respire! Mas que porra cadê essa médico? Ando de um lado para outro sem conseguir me acalmar, se acontecer algo com meu filho ou com Ester eu mato a Valentina, eu mato!

Vejo a hora que um enfermeiro vem correndo chamar o Lucas, meu cunhado não faz uma cara boa e segue o enfermeiro, mas corro, o seguro pelo braço e pergunto já desesperado.

- Lucas o que está acontecendo lá dentro? Você não pode me esconder!

- Calma Eduardo, por favor mantenha a calma, estão me chamando e tenho que ir, qualquer coisa eu venho falar. – meu cunhado diz e sai.

Mas percebo que antes, ele olha de um jeito estranho para Fernando, como se fosse um código de médicos. Meu amigo se aproxima, me abraça e eu desabo em choro abraçado a ele. - Nando eles estão morrendo? Por favor me fala alguma coisa. - digo desolado.

- Edu, sempre prometi ser sincero com você. Realmente o Lucas não me disse nada, mas seu olhar me fez perceber que as coisas estão complicadas, meu amigo. Então temos que nos preparar para... – interrompo Fernando, antes que ele fale uma besteira.

- Me preparar porra nenhuma! Meu filho e minha mulher vão ficar bem. - digo já me ajoelhando no chão e chorando que nem uma criança.

O tempo se arrasta e sei que a noite já se foi, nenhuma notícia, nem sei como estão e se estão vivos não vou suportar perder minha menina e agora também meu filho. Por favor meu Deus, não permita isso, não os deixe morrer, eu não vou suportar viver. Simplesmente não consigo me controlar minha vontade é de invadir aquela sala e ficar com minha pequena mas não me deixam passar e ainda sou obrigado a ver os olhares dessas benditas enfermeiras para mim, sei bem o que querem mas de mim não terão nada. Ágata e Alícia chegam e quando me veem no estado que estou me abraçam chorando, olho para a porta e vejo minha mãe, corro e me jogo em seu braços igual quando eu era pequeno, ali nos braços da minha querida mãe me refúgio do inferno que estou vivendo. Dona Helena me abraça e me olha com aquele jeitinho meigo e carinhoso e então vejo confiança em seus olhos, com isso me sinto forte, Karina avisa que a família de Ester está a caminho, só que percebo que ela não tá bem, está pálida que nem papel. Não tenho nem tempo de ampara-la, Karina desmaia e se não fosse Joseph, ela cairia no chão, Fernando não está aqui, foi em busca de notícias, a namorada do meu amigo é socorrida, mas a minha cabeça só está na Ester e no meu filho.

Fernando chega e fala que as coisas estão sobre controle, que tiveram que fazer uma cesárea porque a pressão dela estava altíssima e assim que terminar o médico vem falar com a família. Meu amigo pergunta por Karina e explicamos o que aconteceu e lá vai Fernando atrás de informações sobre seu amor. Joseph ainda está aqui não aguento olhar na cara desse almofadinha, mas tenho que admitir que se não fosse por ele, poderia ter sido bem pior. Me sento ao lado da minha irmã pimentinha e ela me abraça me dando força, se passam alguns minutos e a família de Ester chega, sua mãe chega desesperada e logo diz.

Armadilhas do coraçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora