Capítulo Dez

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Ester 

  Ai que droga! Já até imagino o que minha mãe quer falar de tão sério comigo. Tenho certeza que ela descobriu sobre o Eduardo. O que estou sentindo agora não chega a ser medo de uma bronca, porque já sou uma adulta e responsável pelos meus atos, mas sim medo pelo que minha mãe vai pensar de mim, meus pais não me criaram para ser amante, pois sei que é isso que eles vão pensar, todos sabem que Edu é noivo, nem tem como esconder, eles quase sempre são destaque em vários jornais e revistas. Mas eu também fui burra viu, poderia impor a me relacionar com Edu só depois que ele terminasse com a Valentina, não eu não aguentaria tanto tempo. Me sento na mesa da cozinha de frente para minha mãe, pronta para ouvir seja o que for e então ela começa.

 - Filha, eu sei que ele é um pão, nossa e que pão, mas é comprometido. Eu e seu pai não te criamos para isso, meu amor. – diz minha mãe com ternura.

 - Não sei do que a senhora está falando, mãe. - me finjo de sonsa.

 - Sabe sim Ester, mas já que está se fazendo de boba vou ser clara, estou falando de você e esse Eduardo Bittencourt. Eu sei que vocês estão de caso, não sou nenhuma velha idiota. – fala dona Eliana meio brava.

 Puta que pariuuu! Não sei o que dizer, minha garganta está seca, estou completamente sem reação.

 - Mamãe... Não é caso, eu e Edu nos gostamos muito, ele vai terminar o noivado assim que a Valentina voltar de viagem ele não a suporta, nunca a amou. E nós só ficamos juntos agora, nesses dias em que ele veio para cá, antes não. Nunca! – digo nervosa a minha mãe.

 - Quem te garante que ele não está te enrolando, minha querida? – fala mamãe preocupada.

 - Ele mãe, eu confio nele. Cegamente. – falo com sinceridade.

 - Nossa minha filha, esse rapaz conseguiu reacender algo que estava totalmente apagado aí dentro. Lembro que você jurou de pé junto, quando saiu daqui para São Paulo, que só iria começar a pensar em se relacionar depois que conseguisse a ascensão da sua carreira. Mas okay meu amor, não quero me meter na sua vida, você já é adulta e sabe o que faz. Só me prometa que não vão deixar ele te enrolar, te passar pra trás, senão ele vai se acertar comigo, seu pai e seus irmãos. – diz mamãe com carinho.

 Sorrio e fico feliz por dona Eliana ser tão direta e não me julgar, eu tenho a melhor mãe do mundo.

 - Eu prometo mamãe. – respondo sorrindo.

  Me levanto dou um abraço de urso e um beijo estalado nela, vou para o meu quarto e começo a escolher uma roupa para o piquenique em família, vai ser muito divertido, tem tanto tempo que não reunimos todos assim. Enquanto faço uma trança em meus cabelos penso nesses dias maravilhosos que vivi com Edu, ai... ai... parece que estou vivendo um filme. Depois de colocar uma jardineira jeans e com minha trança de lado, desço para encontrar minha família, mamãe age naturalmente como se não tivesse acontecido nada. Como não ama-la? Se ela contasse para o meu pai, ele ia ter um treco e faria um escândalo.

   Chegamos ao parque ecológico e eu ajudo minha mãe a colocar o toalha claro que xadrez (risos), na grama e a cesta enorme cheia de comida que ela fez, como sempre exagerada. Nosso dia juntos foi perfeito, quanto tempo não tinha esses momentos com eles de pura alegria e amor, eu e Edgar conversamos bastante como sempre fazíamos quando morava aqui, andamos de pedalinho, corremos, ele sempre foi meu melhor amigo, já o Vitor é mais possessivo e por esse motivo eu até pensei em contar para meu irmão mais velho sobre meu relacionamento com o Edu, mas desisti, ele pode ficar furioso assim como o Vitor ficaria. Durante o piquenique meu gato me ligou para dizer que tinha chegado bem e que já estava com saudades, como eu já sinto dele. E eu disse rapidamente sobre minha conversa com a mamãe, mas o tranquilizei. Como é bom estar apaixonada, né meninas? Quando o Sol está se pondo, recolhemos tudo e voltamos para casa, estava morta com farofa. A noite, já tomada banho e relaxada pego meu celular para ligar para Edu, pois quando ele me ligou mais cedo não deu para conversarmos direito porque estava perto da minha família, ficamos um bom tempo com um papo meloso e eu contei em detalhes sobre a minha conversa com mamãe. Nos despedimos com o típico "não, desliga você primeiro". (Risos).

Armadilhas do coraçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora