Capítulo Quarenta

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Pessoal mais um capítulo.. Preparem os lencinhos....


Ester

Uma semana tinha se passado, uma semana de pura agonia e sofrimento, sem saber se meu pequeno estava vivo, bem, se estava comendo, se corria riscos. O mundo parecia estar desmoronando em cima de mim com tanta dor que sentia por não tê-lo aqui comigo, mas que droga! Era para o meu príncipe estar aqui agora, era para eu estar dando banho nele, estar nervosa com seu choro tentando adivinhar o que ele queria, era pra eu estar trocando sua fralda e fazendo caretas para meu pequeno sorrir. As vezes passa por minha cabeça que eu nunca mais vou vê-lo, que Pedrinho será mais uma dessas crianças desaparecidas que são tiradas dos braços das mães como ele foi de mim, e nunca mais terei nenhuma notícia, que a foto dele vai estar estampada em um desses cartazes de desaparecidos, mas ninguém irá acha- lo.

Eu não consigo colocar nada na boca e muito menos pregar meus olhos e ter uma boa noite de sono, todos sempre falando em meu ouvido que eu não posso me deixar levar, tenho que ser forte porque quando o Pedrinho voltar para os meus braços vai precisar do meu leite, mas não dá, é uma dor que queima meu coração de tanta preocupação e tristeza. Como uma pessoa pode ser tão ruim para tirar um filho de uma mãe? Valentina não tem coração, não tem nem um pouco de amor ao próximo ou por ela mesmo, mas eu juro que se ela fizer um arranhão em meu filho eu a mato com minhas próprias mãos.

Estava no quarto do Pedrinho como fiquei a semana inteira, ficava sentada na poltrona que deveria servir para eu amamenta-lo e que agora era o meu refúgio para chorar, me encolhia naquela poltrona e ficava abraçada ao primeiro ursinho que tinha comprado para ele em Nova York. Minha mãe entrou, me olhou e se aproximou cautelosa, ela não tinha saído daqui desde o dia do desparecimento, está a todo momento tentando me alimentar e atenta a cada passo meu, com medo de que eu faça uma besteira

- Mãe já disse que quero ficar sozinha. - murmuro enquanto enxugo minhas lagrimas com a manga do casaco que usava.

- Meu amor, como eu vou te deixar sozinha nesse estado? Ester, você precisa reagir, precisa ser mais forte, precisa ter fé que o nosso Pedrinho vai estar nos seus braços em breve. - ela para atrás de mim beija meus cabelos e os acaricia com carinho me fazendo voltar a chorar.

- Eu não consigo mãe. Dói demais, não dá para me levantar, me entupir de comida e ficar com um sorriso no rosto, enquanto meu filho pode estar passando frio, fome ou até mesmo.... – mamãe não me deixa terminar a frase e diz.

- Ei você prometeu que não ia pensar assim, lembra? Prometeu que ia mentalizar coisas positivas em relação ao nosso menino.

- Eu sei, desculpe. – digo sem força.

Volto a chorar compulsivamente e minha mãe me abraça com todo amor de avó e de mãe que ela tem, me fazendo me sentir um pouco melhor.

Eduardo

Quando desligo o telefone, percebo que estou tremendo, não sei se é de nervoso, de alegria ou de medo do que vou encontrar quando chegar nesse lugar, o endereço que o Gabriel me deu é de um prédio de luxo em um bairro nobre, ele disse que ouviu sua mãe falando com a psicopata da Valentina e confirmando o endereço que é de um apartamento que ela tem, espero que a dona Marta não esteja envolvida nisso, senão vai sobrar para ela também. Penso em voltar para a delegacia, mas sei que se contar a polícia eles chegarão lá fazendo alarde e podem colocar tudo a perder, então decido por seguir para lá sozinho e por enquanto não vou avisar ninguém da família, não quero criar falsas expectativas.

Tudo parece querer ir contra mim, o trânsito está horrível, tem uma fileira de carros parados, nesse caso resolvo pegar um atalho e é nessa que me ferro mais uma vez, estou perdido e o maldito de GPS para de funcionar, resolvo ligar para o meu pai, no segundo toque ele atende.

Armadilhas do coraçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora