Capítulo Vinte e Seis

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Ester

  Era natal e estávamos todos reunidos na casa da família do Eduardo para comemorar, eu estava com uma criança no colo, meu filho, e Eduardo ao nosso lado no sofá com a mão em minha coxa a acariciando enquanto eu brincava com nosso pequeno. Edu se levanta, vai até a árvore de natal onde estão todos os presentes e pega uma pequena caixa vermelha, ele volta a se sentar ao meu lado com a caixa na mão, olha para mim com os olhos cheios de amor e ternura e diz.

- Nunca fui tão feliz como sou ao seu lado, meu amor. - ele fala, beija minha mão, acaricia os cabelos de nosso pequeno e continua. - Você me deu o meu bem mais precioso, que é o nosso filho e claro você também é muito preciosa para mim, meu amor. Meu Deus! Como eu amo você, Ester. - ele beija meus lábios brevemente cheio de paixão e veneração, então se afasta um pouco, abre a caixa de presente revelando um cordão de ouro onde o pingente era um coração, nesse momento eu já sorria para ele como a boba completamente apaixonada que eu era e com lagrimas já escorrendo pelo rosto, enxugo as lagrimas, acaricio o sua bochecha e digo.

- Amor, não precisava... Eu não preciso de nenhum presente quando tenho as pessoas que mais amo na vida, ao meu lado. - beijo a testa do pequeno e depois dou um selinho nele, Edu sorri pra mim e abre o pingente de coração revelando uma foto de nós três na praia, em um momento intimo só nosso e eu me desmancho mais ainda em lagrimas.

- Quero que você carregue isso no pescoço para mostrar a todos a família linda que temos, meu amor. - ele se levanta e para que coloque o cordão em meu pescoço, tiro meus cabelos do caminho para dar acesso livre.

  Meu amor coloca o cordão em meu pescoço e se abaixa na minha frente para me dar um beijo daqueles com puro desejo e na mesma hora o meu pequeno some dos meus braços e tudo ao nosso redor começa a ficar preto, Eduardo muda completamente a feição de seu rosto e me olha com ódio, magoa, dor...
- VOCÊ ME TRAIU! TRAIU O MEU AMOR! - ele grita comigo e eu só consigo chorar por não entender o que estava acontecendo.

  Onde tinha ido toda a felicidade que estávamos sentindo a poucos minutos? Por fim, Eduardo também some.

- NÃO !!! - começo a gritar desesperada abro os olhos, me levanto em um sobressalto, olho ao redor e vejo que estou em um quarto de hospital. No mesmo instante, minha mãe vem até onde estou.

- Está tudo bem querida, está tudo bem. - ela afirma me abraçando e afagando minhas costas.

- Eu tive um sonho tão lindo e ao mesmo tempo um pesadelo horrível, mãe. - consigo falar depois de uns minutos tentando recuperar minha respiração e continuo. - Sonhei que tinha uma família perfeita com Eduardo e ao mesmo tempo não tinha, eles desapareceram e tudo ficou preto, ai foi horrível mãe. - me encosto na cama olho ao redor, tentando entender porque estava aqui.

- Foi apenas um sonho ruim meu amor, fique tranquila. - ela se senta na beirada da cama e me olha sorridente.

- Por que esta sorrindo assim, dona Eliana? E por que eu estou nesse hospital? - olho para ela aflita, pois detesto hospitais.

- Estou sorrindo como uma avô coruja que vou ser. - ela fala e alisa minhas pernas debaixo no lençol.

- Como assim mãe? A Re tá grávida? Seja mais clara por favor! - peço angustiada.

- Você está aqui porque teve um desmaio Ester, te deram alguns remédios calmantes, por isso demorou a acordar. – minha mãe diz, mas não para de sorrir.

- Tá... Mas porque eu desmaiei, foi só a pressão e a crise né? – já pergunto nervosa.

- Não meu amor .... - ela sorri ainda mais, me deixando mais aflita, se inclina, alisa meus cabelos e prossegue. – Além da sua crise de pânico, você desmaiou porque está grávida.

Armadilhas do coraçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora