Depois de três dias, ao acordar de manhã, vejo um envelope vermelho em cima da penteadeira. Imediatamente me levanto e vou ao seu encontro:
"Princesa, sinto muito não poder contar-te quem sou, mas quero que saiba que ao seu redor há muitas pessoas más, que desejam a destruição do seu povo. Quero um dia ter a honra de te ver, pois não paro de imaginar como és.
Adeus Princessa Indiana!
H. K. "Meu coração dispara incontrolável, quem quer o mal para a Índia? Fico por um longo tempo fazendo uma lista mental de quem seriam essas pessoas más. Até ouvir uma batida na porta, quando acordo de meu transe, percebo que estou com a carta, e desarrumada ainda. Quando pergunto quem seria, a porta se abre e eu pulo de susto.
- Calma princesinha, não pretendo te matar.- diz Jack.
Eu sorrio e o abraço forte. Por conta de minha vinda para a Índia não o vi mais. Ele mora em Londres. Morávamos no mesmo bairro. Sempre fomos à escola juntos, quando não tinha compromissos, Jack me levava à diversos parques. Resumindo desde que o conheci, ele se tornou minha paixão de criança.
Começo a chorar em seu abraço, até que ele me afasta e passa lentamente seus dedos sobre meu rosto.- O que está acontecendo pequena?- Apesar de ser quase da minha altura, Jack me colocou esse apelido. Respondo com um longo suspiro.
-Papai está prestes a entrar em uma guerra, porém seria muito dinheiro gasto, algumas partes da Índia está sofrendo com a pouca lavoura que produziram, restam apenas 40% das que possuíamos. Saqueadores de Cazaquistão já atacaram o norte do país, estão perto de atacarem Nova Délhi. Precisamos investir em alimentos importados de outros países. - Dou um soluço.- Há muitos traidores na Corte Real. Preciso descobri quem são, meu pai anda ocupado demais nos serviços políticos, quando o encontro está sempre estressado, ultimamente tenho escrito cartas à minha mãe e irmãos, mas nunca obtenho resposta.
Com isso, choro mais, ele me abraça novamente.
-Pequena, eu vou avisar seu pai hoje que não estás com disposição, e vou pedir que ele me deixe que apresente sua nova casa.- Observo seu rosto com curiosidade, e ele acrescenta:
-Dentro e fora do palácio.
Sorrio com essas palavras. Logo que Jack vai conversar com meu pai, me visto, um sari simples, verde sem nenhum enfeite chamativo, para podermos sair sem ser reconhecidos pelo povo.
Para minha felicidade meu pai permitiu que saíssemos, mas que eu deveria levar meu celular e ligá - lo imediatamente caso algo não ocorresse bem, e que deveria voltar antes do jantar, pois teríamos visitas de políticos muito importantes.
Antes de sair, coloco a carta em uma caixa, junto à outra, e as escondo no fundo de um armário que continha todas as minhas jóias e coroas.Quando nos vemos livres dos muros do castelo, andamos discretamente nas ruas da cidade. Tenho que confessar, Mumbai é uma cidade rica em tecnologia e em beleza. Andar sem ser reconhecida nas ruas é extremamente diferente de estar passeando em carros com centenas de pessoas acenando quando passamos. Fomos aos pontos mais vistados de Mumbai.
Jack chamou um táxi, que nos levou ao Sanjay Gandhi National Park. Era um lugar maravilhoso, cheio de árvores, com trilhas, e rios com águas cristalinas. Depois de visitarmos o parque, Jack pediu para que outro táxi nos levasse ao Portal da Índia, tinha um toque de antiguidade, que fazia o lugar parecer encantado.Logo que terminamos nossa visita, reclamei de fome, o que obviamente foi a causa de muitas provocações vindas do Jack. Ele me levou a um restaurante simples, pequeno mas bem organizado, onde a especialidade era comidas americanas e brasileiras, o que me deixou muito feliz. Jack riu quando fiz eu pedido.
-Espaguete com muito molho, por favor.- Olhei feio quando vi a reação dele.
Depois que comemos, começamos rir por assuntos banais, sempre tivemos manias de rir por quaisquer motivos, o que fazia com que minha amizade com ele fosse única.
-Senti falta desse sorriso!- Ele diz em meio às gargalhadas.
Coro um pouco e quando ele percebe, acaricia minha bochecha com o polegar carinhosamente. Andamos algumas quadras e chegamos ao principal ponto turístico de Mumbai, Rajabai Clock Tower, conhecida como Torre do Relógio, estava repleto de turistas espalhados pelo local, andamos pelo território permitido.
Chegamos à um gramado que estava deserto, com decidas espalhadas sobre si, olhei pra ele que imediatamente entendeu o recado, antes que ele agisse de alguma forma, empurrei-o, ele quase caiu. Quando vi que ele não iria cair comecei a correr, senti o vento espalhando meus cabelos agora soltos, sorria como uma criança. Olhei para trás e Jack estava bem próximo, quase me alcançando, antes que eu pudesse aumentar a velocidade, ele puxou o meu braço. E me fez ficar cara a cara consigo mesmo.
Assim que nossos corpos se chocaram, meus pés escorregaram, e ao cair sobre a descida, puxei o braço de Jack, que começou a rolar comigo sem conseguir parar. Quando eu consegui parar, Jack usou meu corpo como freio, e chocou com meu corpo novamente. Ficamos nos encarando por um tempo, deitados de lado na grama, eu estava quase sem fôlego de tanto rir. Ele aproximou seu rosto de mim, e pude sentir sua respiração ofegante em meu rosto. Antes que nossos lábios se tocassem, eu me levantei, e fui ao encontro de meu celular, que havia caído a 2 metros de nós, por sorte apenas arranhou a capa, quando vi que já estava tarde, pedi a Jack que nos levasse de volta.
Depois do jantar, que em minha opinião, havia sido formal e silencioso demais, me deitei, logo senti duas bolas de pelos quentes em minhas pernas. Fiz leves carinhos em suas cabeças, e fechei meus olhos, me entregando à escuridão dos pesadelos.
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Princesa Indiana
RomanceEste livro contará a historia de uma adolescente londrina, que por descendencia se torna rainha da Índia. Ela é obrigada a se casar com um dos piores inimigos de sua família e país, mas talvez um sentimento possa surgir entre o casal, e acabe com o...