22-QUE DESASTRE!

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(Nosso casalzão top 💙💙💙)

- Quer dançar? - Harry me encara por alguns breves segundos esperando a minha resposta.

Sinto meu coração disparar, apesar de ser o meu noivo, estou começando a me adaptar com a idéia, é algo novo para mim. Fico envergonhada com o convite, mas aceno positivamente com a cabeça.

Ele me conduz até o fundo do salão, onde estava reservado o espaço para a dança. Harry me puxou lentamente pela cintura com a mão direita e com a esquerda apoiava minha mão.

Foi uma emoção diferente, um sentimento quase que inexplicável. Me trouxe uma tranquilidade onde eu não via ninguém além dele à minha frente, como se fôssemos os únicos presentes no local.

Por um impulso, deito minha cabeça em seu peitoral, afinal ele é bem alto, enquanto giramos devagar. Mas como uma espécie de susto, eu retiro com rapidez e me lembro, que apesar de estar feliz naquele momento, muitas pessoas passam fome, enquanto há fartura de doces e frutas na mesa principal da festa.

- O que foi? Algo errado? - Harry me pergunta desconfiado.

- Eu não estou bem. - Sinto um enjôo horrível e me afasto instantaneamente dele. Vou correndo ao banheiro enquanto todos me olham assustados. Consigo ouvir minha mãe perguntando o que havia acontecido antes de fechar a porta.

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- Nila, você está bem? - Minha irmã bate na porta do banheiro, quase gritando. - Abre essa droga de porta, pra mim ver que está viva!

Depois de alguns segundos, secando a água do rosto, abro a porta calmamente, mas sou empurrada para dentro com Mira, Valentina e Serena entrando, me expremendo contra o lavatório.

- Garota, você abandonou o lindo do seu noivo! O que deu em você? - Elas me encaram acusadoras.

- Não estou bem!

- Por quê? - Perguntam em coro.

- Eu não sei, simplesmente me deu um mal estar crescente. Eu comecei a me lembrar de como muitas crianças estão sofrendo com a falta de alimento e moradia. E eu estou aqui! Me esbanjando em festas, com um noivo que só tenho, por finalidades políticas e econômicas! E a única coisa que penso é em como minha vida está prestes a se tornar uma prisão. - Termino a última frase em lágrimas, com a voz um pouco alta demais.

Noto a claridade vinda da entrada do banheiro, e Harry está lá, parado. Sem reação. Com um resquício de raiva nos olhos.

- Merda. - Tenho a impressão de que essa palavra não saiu com som, porque depois dessa fiquei sem voz. Eu acabei de estragar todas as chances que teria de constituir um casamento que não tivesse apenas fins financeiros.

Ele apenas se volta para trás e a porta se fecha. Como se não houvesse acontecido nada. Continuo parada, com os olhos esbugalhados em direção à porta.

- Corre atrás dele, agora! Corre, Nila! - Meu cérebro parece estar paralisado e demora traduzir essas palavras. Até que saio do banheiro esbaforida, e tento encontrá- lo no salão.

Percebo o olhar do meu pai de "- Que droga Nila, por que você tem que ser tão estourada?", mas aceno a cabeça com gratidão quando ele aponta para a escadaria que dá ao terraço.

Subo com uma certa lerdeza, tentando imaginar o que eu poderia dizer para amenizar ou me desculpar pelas palavras rudes. Posso dizer como foi apenas um momento de estresse, que eu estou preocuoada demais com meu povo para festejar.

Mas todos esses pensamentos se vão, quando o avisto apoiado contra a varanda de vidro, olhando o horizonte de uma cidade rural simples e bonita. Chego perto e me encosto no apoio também. E por alguns momentos, eu fico sem saber ou ousar dizer algo.

Princesa IndianaOnde histórias criam vida. Descubra agora