11-E AGORA?

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Já se passaram 10 dias, e estou ansiosa para que passe os outros 90. Para mim, o tempo corre quando não queremos, e a única pessoa que faz o meu tempo passar velozmente, é o Jack. Vou convidar ele para um passeio, talvez um jantar fora do Palácio? Não, seria romântico demais e mesmo que meus sentimentos sejam muito forte por ele, não ainda não sei ao certo o que sinto; apenas sei que não o quero longe de mim. Por outro lado, seria agradável jantar em um local diferenciado, mas a mídia provavelmente me encontraria e não contribuiria para minha noite. No caminho do quarto de Jack, fico tentando decidir se o convido ou não, bato na porta, mas não escuto nenhuma resposta. Abro a porta e Jack grita me assustando, quando o vejo está com a camisa nas mãos, ia se vestir antes de eu abrir a porta; devo estar vermelha, porque sinto meu rosto quente, e não sabia nem tinha a intenção de que isso acontecesse. Vejo que Jack é magro mas não deixa de ter um corpo de dar inveja, tem até músculo! Nila sua doida vira de costas! Quando vejo que estou parecendo uma maluca observando o corpo dele, me viro rapidamente.
-Desculpa! - digo envergonhada. Escuto o riso dele.
- Tudo bem,  eu sei que você queria mesmo me ver assim! - E ri mais uma vez. Tento rir junto para disfarçar, até porque não tenho respostas. Nunca pensei no Jack assim, por Ghandi,  esqueci do convite.
- Jack, eu estava pensando, meu pai encerra hoje os julgamentos do ano; e a partir do próximo ano começamos a seguir o projeto do Duque; então, tenho pouco tempo para aproveitar minhas "férias", pois em Dezembro teremos as Festas do Novo Ano e claro, ficarei encarregada de organizar tudo. Estou cansada só por lembrar disso, enfim, quer ir à um jantar fora do Palácio?
- O que aconteceu com você, pequena? Está me convidando para sair? - Ele diz com um sorriso enorme, e não  consigo evitar sorrir.
- Não esteja convencido disso! Quero apenas poder sair por algum tempo antes de meu pai me dar alguma tarefa.
- Ele autorizou essa saída?
- Não, ainda. Vou conversar com ele antes do almoço. Mas se não deixar, fugimos.  - E dei uma piscadela tímida e saí do quarto.

          ********************

Me visto para o almoço com um sari gracioso, magenta com detalhes brilhantes na barra e no véu.  Peço a Anne que faça uma trança diferente, e ela cumpre com muita delicadeza.
Quando entro no Salão, vejo que há convidados estrangeiros, o que me aborreceu por um momento, pois meu pai não me avisou que teríamos visitas.
-Senhores. - Observo todos reverenciarem em com um sorriso meigo. Afinal, eles não têm culpa pelo seu meus problemas então não merecem grosserias.
-Majestade, é um imenso prazer te conhecer! És tão linda quando me disseram! - Essas palavras vieram de um homem desconhecido, negro, com charme que encantaria qualquer mulher; me derreto por dentro e respondo com um sorriso.
- Obrigada! Agradeço o elogio! Perdão, mas não sei a sua origem e nome.  - Digo tentando parecer pouco curiosa. O que provavelmente deu errado.
  - Ah, claro! Sou Mustafá, Governador de Gana,  minha Senhora.  - e deixa um beijo rápido e respeitoso em minha mão. 
   Meu pai tosse baixo, nem tão baixo, porque todos olharam pra ele. Mas como é teimoso, não se intimida ou envergonha nem um pouco, apenas continua a me encarar com Mustafá. Solto logo de sua mão e me sento à destra do Rei. Começamos o café da manhã,  e em algum momento, todos parecem conversar entre si e aproveito a oportunidade de pedir ao meu pai sua autorização.
- Não!  Obviamente não! Quer mais problemas? - Ele diz com uma expressão séria. 
  -Por favor! Por favor! Prometo voltar logo, e por prevenção,  levaremos um guarda-costa conosco. Por favor!
- Estarão aqui 21:00h?
- Não! Muito cedo!
- Ok, 21:00.
-Pai! - Acabo rindo de sua ordem e ele me acompanha. Balanço a cabeça e ele me devolve um olhar maroto, até que enfim; meu pai voltou! Observo todos os demais à mesa, mas meu olhar para quando encontra os olhos negros de Mustafá.

********************

Socorro! Não sei o que vestir! Não sei o que usar! Não sei como arrumar o cabelo! Como vou sair com Jack? Nila,  isso não é um encontro! Sem ansiedade!
  Chamo Anne e as criadas, e peço pra que me ajudem com tudo!  Tudo mesmo! Acho que estou tão desesperada, porque elas não param de rir de mim agora.
  Quando param de rir, elas optam por um vestido de gala, muito nobre, verde escuro, que não é nada parecidos com os saris indianos que costumo usar. Elas elaboram um penteado muito atraente, o que consequentemente, levou mais tempo do que o esperado, opto por não usar nenhuma coroa ou jóias, para não atrair a atenção.
  Caminho ansiosa para a Entrada Principal do Palácio,  onde Jack deve estar me esperando com o carro onde o motorista de meu pai vai nos levar. Por insistência dele, dois guardas costas irão nos acompanhar em um restaurante moderno porém não muito conhecido em uma cidade ao lado, calculo que chegaremos em mais ou menos 40 minutos.
   Jack parece parar de respirar quando me vê. E me elogia durante a metade do trajeto.
   Fico um pouco envergonhada, mas retribuo, e começo a mudar o assunto, para conversas civilizadas, e também sobre o caso de um dos assassinos perigosos que rondavam o Palácio, que foi recentemente preso.
  Chegamos à um local muito moderno, com um toque de simplicidade. Meu pai estava certo, é pouco conhecido, e apenas três casais conversavam apaixonadamente e quando voltei meu olhar para Jack, fico corada. Vejo também, uma família, onde os pais estavam brincando animadamente com os quatro filhos. Meus olhos lacrimejam por alguns segundos mas desvio meus pensamentos e pergunto à Jack onde está a mesa que reservamos. Ele engancha minha mão em seu braço direito e me conduz para um canto onde a decoração parece um pouco mais romântica do que no restante do restaurante. Imediatamente, finjo não me importar com as rosas no centro da mesa e as velas nas laterais.
  Um garçom faz a gentileza de puxar a cadeira. E nos espera escolhermos os pratos da noite.
  O tempo passou depressa, e conversamos muitos sobre Londres e nossas aventuras, houve momentos em que ri até sentir dor na barriga e chorar de rir; mas tive que parar porque os quatro filhos da família, pararam de comer suas sobremesas, para me olhar com carinhas assustadas.
 

       Quando finalmente, minha fome por chocolates é saciada, eaquivaleram a 1 litro de chocolate derretido com morangos e uvas; decidimos que estava no hora de ir embora, se quiséssemos chegar no horário dado por meu pai. No carro, continuamos conversando e rindo por brincadeiras bobas. Em algum momento, deito em seu ombro, um hábito antigo em que eu tinha; Jack ficou tenso e cerrou o maxilar. Levantei a cabeça.
   - O que foi?
   - Nada.
Olho séria para ele, e ele sorri de leve. Como eu ainda esperava uma resposta, ele respondeu:
   - Não é nada com você, estou tendo algumas complicações mentais e não sei como lidar com isso. - E dá uma gargalhada na esperança de que eu o acompanhe, mas meu rosto apenas se suaviza.
  - Sério!  Não se preocupe, isso vai passar.
  - Posso te ajudar com algo? Se precisar, sabe que pode me contar. Jack, não quer mesmo me falar?
    - Pequena. - Ele suspira - Seria muito constrangedor te contar, não que eu não confie, mas não sei qual seria a sua reação e provavelmente você não vai aprovar.
  - Conte! Não se preocupe. - Digo e sorrio, mas estou preocupada, é algo tão grave assim?
   Antes que eu possa pensar, imaginar, sonhar, o que quer que seja, sinto os lábios de Jack nos meus, e suas mãos me puxando para um abraço caloroso, onde sempre foi o meu refúgio nos dias em que precisei. Minha mente para de funcionar, e só consigo retribuir em um beijo doce, sua mão segura me queixo e me afasta, porém ainda não tenho controle nem reação, fico em estátua por alguns segundos, digerindo o que aconteceu.
   - Droga! - Jack diz um pouco irritado, me tirando do transe. - Eu disse! Disse que você não iria gostar! Por que insiste em tirar respostas de mim? - Sua expressão era de indignação e eu não sabia o que responder.

     Pessoas lindas! Preciso saber as opiniões de vocês!  Peço, por favor, que comentem o que acham que deve ser mudado ou melhorado, opiniõeeeees! Beijos ♥

Princesa IndianaOnde histórias criam vida. Descubra agora