Capítulo Quatro As Máscaras da Invisibilidade

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Enquanto eles estavam reunidos em torno do caixão da Bela Adormecida, ouviram uma voz que disse:

- Eu tenho uma ideia.

Todos se viraram em direção aquela voz, que vinha do fundo da sala. Claudete que estava cochilando no ombro de Umbigo Estufado deu um pulo assustada. Ali parado estava um garoto barrigudo, com meias longas e sapatos pontudos.

- Quem é você? - perguntou Boca de Confusão.

- Eu sou João! Aquele do Pé de Feijão, da história dos gigantes.

Tatataruga solta um pum e todos acabam rindo, enquanto Claudete finge ânsia de vômito.

- Desculpa, é que eu fiquei nervosa. Mas qual é a sua ideia mesmo?

Boca de Confusão cruza os braços e faz cara feia.

- Não vem com conversa fiada pro nosso lado, menino - disse o cachorro.

- Existem no castelo dos gigantes, dentro de um quarto diversas máscaras da invisibilidade! - disse o garoto.

Boca de Confusão e Claudete caíram na gargalhada.

- Béééé.Conta outra garoto - falou Claudete, coçando o nariz, que saiu uma catarata.

-Eca! - disse a Tatataruga.

- É sério gente! Eu usei as máscaras quando peguei a galinha dos ovos de ouro e a harpa, só não pude pegar todas por que não tinha três mãos. - falou o garoto.

- E por que você não trouxe com os pés - falou um porco de três olhos.

Boca de Confusão quase morre de rir.

- E como você pode provar que elas existem? - perguntou Annohla, esperançosa.

João tirou uma máscara de sua pochete, que lembrava um macaco com nariz de porco e colocou sobre o seu rosto e desapareceu. Todos ficaram perplexos e chocados. Então o garoto apareceu. Annohla ficou animada e disse:

- Vamos logo pra esse castelo, não podemos mais perder tempo.

- Só uma perguntinha - falou Boca de Confusão - onde fica esse castelo?

- O castelo fica aqui em cima, depois das nuvens - respondeu o menino, apontando para cima.

Annohla perguntou:

- E como vamos chegar lá?

Curupira falou:

- Temos um dragão no porão, que pode nos levar rapidinho.

Ele estendeu as mãos e vários porcos começaram a puxar correntes que abriram uma grande jaula do lado direito do salão. Saiu muita fumaça e eles aguardaram até aparecer um grande dragão, mas quando a fumaça passou eles caíram na gargalhada, Claudete se engasgou de tanto rir.

- Isso não é um dragão - disse Boca de Confusão - isso é um porco com fantasia de dragão.

- Oinc-Oinc - fez o dragão, quer dizer, o porco.

Eles riram ainda mais.

- Ele pode levar agente, ele pode voar, essa fantasia é mecânica, é a única saída! - saltou Curupira, zangado

- Eu tenho medo de altura - disse Umbigo Estufado, nervoso.

- Eu também! - exclamou Tatataruga.

- Nesse caso, vocês dois ficam aqui, dando cobertura - falou Annohla, apontando para Umbigo Estufado e Tatataruga.

Boca de Confusão, Claudete, João, Annohla e Curupira subiram no porco-dragão.

- Oinc-Oinc-Oinc - disse Curupira para o porco e ele começou a bater as asas.

- Eles vão morrer - disse Tatataruga cobrindo o rosto.

E em um impulso o porco decolou, todos gritaram de alegria.

- Para o castelo dos gigantes - gritou João, alegre.

Eles abriram as mãos no ar. Um urubu bateu na cara de Boca de Confusão.

- Olha por onde anda, seu louco! - gritou o cachorro.

Chegando lá eles viram o imenso castelo, aparentemente ele parecia abandonado, estava em ruínas e havia muita sujeira e tristeza no lugar. O porco pousou atrás de um tronco grosso e podre.

- Oinc-Oinc-Oinc - fez Curupira para o porco.

- O que você disse pra ele? - perguntou Annohla.

- Eu disse pra ele ficar aqui, escondido esperando agente voltar - respondeu o garoto dos pés ao contrário.

- Vamos fazer silêncio, nós não podemos ser vistos, se não eles vão querer assar todos nós - disse João. - Temos que ir por a porta de trás - e ele apontou para um caminho entre o muro e a parede do castelo.

João foi na frente e todos o seguiram. A porta de trás na verdade era a porta da cozinha, ao passarem pela porta eles avistam os gigantes despelando uma ovelha com uma faca afiada. Claudete desmaiou na mesma hora.

- Minha nossa - disse Boca de Confusão, pegando a prima nos braços e Curupira o ajudou.

- Venham logo - falou João.

Quando eles entraram no quarto dos gigantes, havia muita bagunça e lixo por todos os lugares. Um odor de pobre e de mofo invadia a área. Aqueles gigantes colecionavam coisas pequenas.

- Que nojeira - disse Annohla com enjoos.

Eles reviraram tudo, até que Annohla achou uma caixa embaixo de uma das beliches, feitas de ossos de ovelha. Claudete que estava acordando voltou a desmaiar. João puxou a caixa e quando abriu tinha seis máscaras dentro dela.

- Perfeito! - disse Annohla, alegre - vamos embora.

- Mas antes vamos apagar a cena do crime, por favor, não quero esses gigantes atrás de nós - falou João, colocando a caixa no lugar.

Sem querer Annohla acabou peitando em uma mesa, que tinha um abajur.

- Não, não - disse ela baixinho, quando o abajur balançou pra lá e pra cá - não cai, por favor.

Mas já era tarde de mais, o abajur se espatifou no chão. Chamando a atenção dos gigantes, ouviram um deles falar:

- Eu cheiro...

Eles saíram correndo entre os pés das mesas da cozinha, fugindo daquelas criaturas enormes. De repente apareceu um gigante na porta, impedindo eles de passarem.

- Eu cheiro... - disse o gigante.

- Você cheira muito mal, isso sim - completou Boca de Confusão, carregando Claudete, que fingia está desmaiada.

João tirou da sua pochete varias petecas e colocou no chão em volta deles.

- Venha, querem comer, olha aqui, uma ovelha deliciosa - falou João apontando para Claudete, que ficou em choque ao ouvir aquilo. O gigante avançou na direção deles, mas acabou deslizando nas petecas e batendo a cabeça no chão, ficando desmaiado. E assim eles conseguem chegar ao porco-dragão.

- Essa foi por pouco - disse Annohla, aliviada.

Capítulo criado por meu amigo e também escritor @DiegoLarcio, escritor de Pássaro Sem Asas, uma ficção adolescente de tirar o fôlego, com amor, amizade e drama. Super recomendo. Adorei esse capítulo, ficou perfeito. Se você tiver alguma ideia, manda para mim no pv, irei amar e postar aqui. Abraços, até o próximo capítulo, com muitas surpresas.


Princesa AnnohlaOnde histórias criam vida. Descubra agora