19 - Verdadeiras Histórias - Parte 1

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Ambos ficaram a olhar-se. Mas afastaram-se. Jack olhou de relance para Hiccup, com um ar pouco satisfeito. Katrine olhou a chão. "Talvez ainda não seja altura" pensou ela pressionando os lábios um contra o outro. Levantou-se então, sorrindo, e estendeu a mão ao rapaz. Ele olho-a com um ar esperançoso, mas sério, e agarrou-a, indo ter com os outros.
A noite ai esfriando, e os animais já se iam preparando para dormir, depois de acabarem a sua refeição. Tudo estava silencioso naquela floresta. Jack e Katrine sentaram-se junto da quente fogueira.

Jack: Espero que seja imensamente importante, Hiccup! Para valer esta interrupção, que não podia esperar mais...três segundos?!
Hiccup: Acredita, Jack! É importante! - com um ar de pura certeza - O que eu acho era que devia ter chamado mais cedo! Tu sabes! Antes de...

Jack já ia pegar na Espada de Mérida, se ela não a tivesse tirado á pressa.

Mérida: Calma! - seriamente.

Jack acalmou.

Jack: Acho que consigo esperar! - com um ar bastante sombrio.
Rapunzel: Kaila...?!

A Serpente olhou-o, rastejando até ao Slytherin. Com a garantia de o controlar. Deitou a cabeça junto dele e ficou a olhá-lo atentamente.

Jack: Não era necessário!
Rapunzel: Precaução! - encolhendo os ombros.
Hiccup: Adiante! Vocês não vão acreditar nisto, mas...acho que encontrei um capítulo neste Livro, sobre a Cidade das Sombras e sua História de Origem.

De repente o entusiasmo despertou entre todos.

Mérida: Falas a sério?!
Hiccup: Acredita! - e sublinhou o título, começando então a ler - "A nossa cidade ergueu-se no ano sessenta e três. Governada por um homem honesto e poderoso, também nosso criador. Muito antes da nossa adorada cidade, se tornar naquilo que conhecemos hoje: sombria, deserta, fria...era algo muito diferente. Algo luminoso, alegre e bastante cultural. Chamava-se "Cidade das Almas". Embora existisse paz, entre nós e as terras distantes. Havia um Imperador de uma grande cidade, que queria as nossas maiores riquezas, os nossos grandes tesouros, que partilhávamos de geração em geração.
Um dia enviou sete homens para cá. Traziam um mandato que referia, que se não nos entregássemos ao seu Império, nos mataria a todos e nos roubaria todos os nossos bens, deixando-nos sem nada. Estávamos aterrorizados com a notícia. Éramos um povo demasiado pacífico para estar em guerra, e nunca estávamos preparados para lutar, embora as nossas discórdias fossem muitas. Eles partiram, então. Porém o nosso líder, não estava disposto a entregar-lhe nada. tudo o que tinhamos era nosso por direito. Não iríamos fugir, mas sim permanecer e resistir com honra. Durante vários dias e várias noites, não dormimos. Estávamos tão assustados com o que eles nos podiam fazer que nem tinhamos pensamentos tranquilos. Chegou então o momento. Tinham regressado. Invadiram-nos as casas, roubaram-nos os filhos, mataram as mulheres e queimaram os homens. Ainda demos bastante luta, mas nem o mais forte homem da nossa Cidade derrotaria pelo menos dois deles. Nem mesmo o nosso grande homem, foi capaz de resistir. Depois de tantas mortes, vasculharam cada canto de cada local, procurando os nossos valiosos e lendários quatro tesouros. Felizmente, não os encontraram e tiveram de abandonar tudo. Incendiaram a nossa Casa, e desapareceram por entre o nevoeiro.
Depois desse dia, tudo mudou. A luz da nossa Cidade, desaparecera por completo. A escuridão tomara-nos como a própria morte. No entanto, nem tudo tinha acabado. Graças ao Imperador, todos nós e o nosso mestre, nunca conseguimos alcançar a paz, pois o nosso pensamento mais profundo guardava a a fúria e o desejo de vingança desde aquele dia. Não iria ficar assim, não. Por isso, nunca partimos. Iríamos fazer tudo para alcançar a luz e descansar finalmente. Nem que tivéssemos de viver na mais profunda escuridão durante centenas de anos. Disse-nos que era a única maneira de sobrevivermos e vingarmonos. Por isso, aceitamos. A cada noite, mais sombras surgiam e mais escuridão se infiltrava nos nossos corações sofridos. Numa noite de eclipse solar, construiu então, um escudo impenetrável de sombras, cobrindo toda a Cidade, e permanecendo-a na escuridão eterna, onde viveríamos e esperaríamos. Chamou-lhe "Cidade das Sombras". A saudade da quente luz do sol, crescia. Mas ia-nos desaparecendo conforme pensávamos no nosso acontecimento. Estava tudo pronto. Só faltava esperar.
Cinco anos depois, ele voltou. Com quarenta e cinco homens como exército, pretendia procurar novamente os nossos tesouros. Mas desta vez...não tinha escapatória. Estávamos preparados, e atacámos. Sem piedade, destruímos-lhe o corpo, e sufocamos-lhe a alma. Tal como todos os outros a seu lado. Ao fim de algum tempo, não lhe restara nada. Fomos tão justos, como ele nos fora. A escuridão cobriu-os e fê-los desaparecer no esquecimento, finalmente. A paz fora-nos alcançada. No entanto, já nos tínhamos tão habituado ás trevas, que aquilo já se nos tinha tornado nossa casa. Nenhum de nós queria partir. E aqueles que queriam, acabavam por desaparecer misteriosamente.
Passaram-se mil quatrocentos e noventa e cinco anos. Um grupo de quatro jovens entrou na nossa Cidade. Não pareciam grande ameaça, nem demonstravam ser. Mas ficamos atentos. Pareciam estar perdidos. Mas como tinham entrado? O nosso líder tinha saído da cidade, por nos dizer que a luz que esperávamos já nos era demasiado perigosa, e queimar-nos-ia. Disse-nos que procuraria outro lugar, e que enquanto isso, caso alguém entrasse e nos tentasse fazer mal, tínhamos permissão para os destruir de imediato. Observámos todos os seus passos, todos os seus movimentos. Tinham hábitos estranhos, e usavam roupas que nunca tínhamos visto. Fizeram amizade com os nossos Guardiões, e...quando menos esperávamos, usaram algo parecido com bruxaria. Aquele escudo de sombras era a única coisa que nos impediria de sermos queimados, e aqueles miúdos estavam a tentar destrui-lo. Então atacámos. Mas infelizmente...era tarde demais...a sua luz branca expandiu-se por toda a nossa cidade, queimando-nos a todos. Poucos de nós sobreviveram, escondendo-se pelos cantos mais obscuros daquele lugar. Já cheguei a adorar a luz, mas não aquela que me queimava a pele obscura. Quando ele regressou...viu-se obrigado a reconstruir toda a Cidade. Reparava que não era o mesmo...e o sorriso que tinha sempre...tinha desaparecido por completo. Fechou as fendas por onde passava a luz, criou novas sombras...e para garantir que aquilo não voltava a acontecer, construiu três coisas: Um Temporizador de Morte na nossa catedral, um Portão enorme, que tinha a habilidade de enfraquecer os inimigos e um Labirinto, para não só encurralá-los, como também para castigar os Guardiões por terem feito tal coisa. Depois disso...nunca mais vimos o nosso Líder. Disse que nunca mais voltaria, por sua pura desilusão. Culpou-nos de tudo, e abandonou-nos, admitindo que nunca nos levaria para a luz e nos trancaria naquela Cidade para sempre. No entanto, ainda os esperamos. Cientes de que...talvez um dia...ele nos perdoe..."
"Vivian Fyvinn, 2 de Abril de 1571".

Immortal Guardians: The Big Four e o Segredo dos Quatro FundadoresOnde histórias criam vida. Descubra agora