Light In The Dark (l.s. AU dark!Harry)

Capitulo Um - When Light Met Darkness

Não diria que sou alguém antissocial.

Eu até gosto de festas e dançar, dependendo da festa e dança. Já vim algumas vezes nesse club — chamado Pub Crawl — mas, o problema é ir para qualquer um desses lugares com meu querido amigo: Stanley.

Eu não me recordo por que confiei nele mais uma vez e aceitei vir. Parece que não aprendi com as outras três vezes, tirando todas as festas de aniversário que ele era convidado e eu acabava indo junto, também quase sendo forçado. Eu não entendo por que faz tanta questão da minha presença se na primeira oportunidade que tem, segue uma menina de saia curta que pisca para ele e me deixa sozinho.

Eu acho que devo arranjar novos amigos. Ou apenas amigos. Já que ele é o único.

Bufei e tomei um gole do meu refrigerante. Não me julgue, tenho que ficar sóbrio para cuidar do Stanley bêbado. Se beber também, nenhum de nós chegará a salvo em casa.

No meu caso, é complicado arranjar novas amizades. Na época de escola, costumava falar com todos, ter amigos lá dentro e ser o palhaço da sala. Mas, depois do 9° ano, isso foi mudando. Por algum motivo comecei a ter uma visão diferente sobre as pessoas e o mundo em geral. Devo ter amadurecido antes do tempo. É até fácil me soltar com qualquer pessoa estranha, ou de começar uma conversa, mas depois desisto. Esse é o problema: eu desisto. Porque já sei que não vai durar. Então, para quê me relacionar emocionalmente de alguma forma com alguém, se no final de tudo, é como se nunca tivessem feito parte da sua vida?

Eu sou amigo do Stanley porque os pais dele conhecem os meus desde antes da gente nascer, então meio que nossa amizade foi planejada.

Com o passar dos anos, os interesses do Stanley foram mudando e ele também. Assim como eu, mas o oposto. Ele se interessou mais pelas pessoas e acaba se metendo em vários grupos diferentes que chama de amigos, mas que só estão com ele em momentos felizes. Às vezes, tenho vontade de dar um soco na cara dele e outras, de abraçá-lo apertado por ser tão idiota, mas um amigo apesar de tudo. Eu sei que tenta me ajudar e se preocupa comigo, mas no segundo depois, acha algo mais importante, ou perde o interesse em estar ali por mim.

Okay, sou meio antissocial, mas não é que eu não possa tentar conhecer novas pessoas e conviver com elas. Eu até poderia. Não faz diferença para mim. Estou bem assim e é assim que pretendo continuar. Além do mais, falo sem problemas com meus clientes e fico fora de casa quase o dia todo, mesmo que seja por trabalho. Nos fim de semana, normalmente fico no sofá comendo besteira e assistindo Friends. Converso com minha mãe quando liga e até recebo visitas do Stanley antes de ele sair para alguma noitada. Mas esse sábado, estou aqui nesse club que fica três quarteirões do nosso prédio.

De novo, teria sido melhor comer meus Doritos e ficar relaxando, rindo casualmente com minha série preferida.

Virei o banquinho do bar onde estava sentado e passei meus olhos na pista de dança. Muitos corpos suados dançando freneticamente ao som da batida eletrônica, colados uns aos outros, se esfregando e alguns até praticamente se engolindo ao se beijarem.

Fiz careta. Parece tão vulgar e nojento esse tipo de dança, mas deve ter algo de bom, não é? Ou simplesmente é o que a idade necessita. Corpos se esfregando em procura de prazer. Bom, de qualquer forma, não faz meu estilo. Prefiro ficar observando e não tentar entender.

Logo, eu vi uma figura familiar abrindo caminho entre as pessoas dançando e se pegando. Stanley ri sem motivo aparente, trazendo uma garota pela mão de roupa curta e cabelo loiro sujo que tem tudo para ser chamada de no mínimo atirada. Cada um com seus gostos. Não posso julgar agora.

— Stan! — chamo, levantando minha mão e a balançando no ar.

Ele escuta, abre a boca em forma de 'o' e se aproxima como se tivéssemos nos encontrado agora, por casualidade.