Capitulo Quatorze - Unwelcome

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Mais um! Fico feliz de ver que ainda não desistiram de mim e de eu repostar. Vocês ainda votam e comentam... Muito obrigada!

Boa leitura, Darks. x

~o~

Até fazer dezesseis anos não podemos tirar carteira de motorista. Quando eu era menor, dependia da minha mãe ou do meu pai para me levar para a escola que não ficava perto de casa.

Todo dia de manhã eu acordava com o despertador, tomava café, me arrumava e pegava a mochila. Depois, eu ia para o quarto dos meus pais na ponta dos pés e balançava mamãe levemente para não acordar papai. Quando mamãe estava com coragem ela me levava. Quando estava com muita preguiça, acordava meu pai e mandava ele me levar.

Era o mesmo ritual todas as manhãs de semana. Tinha vezes que eu encontrava a porta trancada e ficava quase dez minutos parado em frente tendo uma luta interna comigo mesmo. Bato ou não bato? Eles vão brigar? Mas se eu não for para a escola eles vão brigar também e me dizer que era só eu ter batido. Se acordarem de mau humor, vão dizer que eu não deveria bater.

Eu tinha medo porque qualquer uma das situações poderia os irritar. No final, eu acabava batendo. Às vezes recebendo bronca como temia ou só suspirando aliviado porque eles não diziam nada e me levavam para a escola. Entende o que quero dizer? Essa sensação do incerto.

Você precisa ir por um caminho para não morrer, mas os dois podem te matar. É bem assim que me sentia com a porta fechada e a mochila nas costas só querendo ir para a aula. Quando fiz dezesseis anos pude ficar livre disso. Pegava o carro da minha mãe ou do meu pai e ia tranquilamente.

Agora me vejo aqui. Experimentando essa mesma sensação horrorosa depois do meu namorado se passar por meu amigo e antes de ir embora me beijar na frente da minha mãe que até então não sabia de nada. Eu não sei se viro para encarar o problema e conversar com ela ou se continuo parado e depois saio correndo. As duas opções parecem ruins.

Depois de quase dez minutos como na frente da porta fechada dos meus pais, mas agora na frente da porta aberta do meu apartamento por onde Harry se foi, eu me viro nos calcanhares e engulo em seco. Mamãe está vidrada também e quando nossos olhos se encontram ela pigarreia.

— Louis?

Eu olho para ela mais um pouco e depois abaixo a cabeça me sentindo um garotinho de sete anos que desobedeceu a mãe ao sair correndo pelo supermercado quando mandou ficar do lado dela.

— Louis — ela diz com mais firmeza. — Filho — suspira. — Senta aqui.

Suspiro também. Com passos pesados e hesitantes, caminho em direção à mesa, puxando a cadeira fracamente e sentando de frente para ela. Continuo de olhar baixo, evitando o rosto de mamãe. Transcorrem alguns segundos até o outro falar novamente.

— Eu...

— Você...

Ela fala ao mesmo tempo e nos calamos. Eu quero enfiar minha cabeça num buraco igual os avestruzes.

— Eu não sei o que foi isso. Na verdade, eu sei, mas... Gostaria que me explicasse — ela diz por fim.

Eu estou tão nervoso. Não é exatamente assim que tinha visualizado como ia contar a verdade para ela. Parece muito mais difícil e é uma forma sob pressão por culpa do namorado imbecil que tenho.

— Olha para mim, Louis — ela pede. — Fala comigo, filho.

Junto as sobrancelhas de uma forma tristonha. Ela está certa. Preciso olha-la e falar logo.

Light In The Dark (l.s. AU dark!Harry)Onde histórias criam vida. Descubra agora