Tirando sangue

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Espero por Grump na fonte sentado, já está de tarde, o sol se abaixa no meio de duas montanhas e faz a vista parecer linda, a estátua então proporciona a vista do sol nesse território, tenho muito que agradecer a ela.
Grump se aproxima distante, vejo que meu pai está ao seu lado, Boris já saiu tem um tempo então fiquei aqui sentado na ponte esperando Grump chegar.
Grump coça o lado esquerdo do seu rosto devido a queimadura que o sol está deixando nele, meu pai parece bem e surpreso, provavelmente por causa da espada na mochila que está em minhas costas.
- De quem é a espada Aiden? - pergunta meu pai.
- Minha. - respondo.
- Sua? Mas.. Mas você sabe usa-la?
- Não exatamente. - respondo. - Não se lembra do dia lá na mansão?
- Não me lembro de nada após a mordida.
- Grump o que acontece quando alguém é mordido por uma sombra? - pergunto.
- Morre. - responde ele sem expressão. - mas o seu pai sobreviveu, não sei o que vai acontecer agora.
- Eu estou bem. - fala meu pai.
- Tem certeza? - pergunto.
- Tenho sim.
- Bom, mesmo assim é melhor ficarmos de olho em você. - falo. - Grump temos um problema.
- Qual problema? - pergunta ele.
- O rei vai retirar nosso sangue para ver se realmente somos humanos.
- O rei o que? - pergunta meu pai assustado.
- Eles vão descobrir. - fala Grump.
- O que vamos fazer agora? - pergunto.
- Não sei, não sei mesmo. - fala Grump olhando para o chão. - demos sorte de não acharem o Bob.
Grump enfia a mão na bolsa e Reira Bob com seus grandes olhos de botão nos olhando, ele esfrega os olhos como se acabasse de acordar e fica jogando na mão de Grump.
- Então ele estava aí o tempo todo? - pergunto.
- sim. - responde Grump sorrindo.
- Vamos ter que fugir. - fala meu pai.
- Fugir? Mas procuramos isso aqui como loucos para desistir agora. - falo. - não tem lugar seguro lá fora.
- Tem alguma ideia melhor? - pergunta meu pai.
- Vamos deixar rolar, ficamos aqui e esperamos o que vai acontecer.
- É muito arriscado Aiden. - fala Grump. - mas você ta certo, não temos lugar para ficar.
Ficamos pensando em algo porém estávamos em um beco sem saída, se sairmos seremos mortos, se ficarmos seremos mortos, mas eu prefiro morrer tendo um lugar para ficar do que pelo mundo lá fora.
- Já sei. - fala Grump. - vou doar meu sangue, talvez o sangue mostre que sou humano devido a poção.
- Você tem certeza disso ? - pergunta meu pai.
- Tenho sim. - responde Grump.
- Okay. - falo.
Vejo que o sol já se foi atrás das montanhas, um som estranho me chama atenção, é como um som de motor de carro muito forte, parece estar longe mas ainda da pra escutar da fonte.
Não vejo mais pessoas nas ruas, o som continua rompendo o silêncio, uma névoa estranha chega pela rua do centro da cidade, ouço gritos abafados pelo som da "máquina" então levanto rápido da fonte e puxo a espada da mochila, ela arranha e brilha no ar, seu brilho cinzento é produzido da luz forte da lâmpada do poste ao meu lado.
Grump olha para os lados e depois coloca de volta Bob na bolsa, meu pai puxa um pedaço de ferro que guardara em sua calça de pano cor azul escura.
Grump corre na frente pulando algumas cercas pelo gramado, o som aumenta a cada passo, sinto o frio gelar minha espinha, o arrepio me deixa mais atento, as árvores balançam com o vento enquanto a névoa chega mais perto.
Vejo muitas pessoas juntas e o som, mais alto agora vem acompanhado de gritos, Grump empurra algumas pessoas na sua frente e tomo cuidado para não acabar machucando alguém, então vejo uma pessoa caída no chão.
- FÉSTAAA. - grita ele.
- EEEEEEEEEEEEH - continua o resto da multidão.
Pessoas dançando no ritmo de uma música que toca de fundo, Grump me olha confuso, talvez nunca tenha visto uma festa, tínhamos festa lá em baixo de vez em quando, quando achávamos algum minério novo ou os exploradores achavam algo muito bom.
Vejo que meu pai está comendo alguma coisa e rindo com a multidão, as vozes altas ecoam na minha cabeça e vejo tudo balançar como se eu estivesse sendo carregado em um carrinho de mina, então sento me segurando na beirada do que eu observo como sendo a fonte do som estranho.
São turbinas, como ventiladores muito grandes, a água quase não aparece mais devido a rapidez com que a turbina gira, vejo a sujeira evaporar em um canto do tanque.
Sinto alguém me puxar e passo por pessoas como água, até chegar em um canto sem ninguém. Os olhos azuis se destacam na pouca iluminação, Amie, seu cabelo cheio caído no rosto e o sorriso encantador chamam o meu risonho baixo.
- Tudo bem? - pergunta ela com uma voz calma.
- Ttudo.. - respondo abraçando-a, seu cheiro doce faz meus olhos fecharem com um entrelaço de dedos.
- O que veio fazer aqui? - pergunta ela.
- Achei que tinha alguém em perigo, então vim ajudar. - falo mostrando a espada.
- Não pode ajudar todo mundo seu fofo. - fala ela sorrindo.
- Posso tentar, não custa nada. - retribuo o sorriso como se fosse um presente.
Amie coloca os braços em volta do meu pescoço e me olha nos olhos, meus braços em sua cintura puxam seu corpo ao meu em um beijo longo e calmo, a festa lá atrás parece ter parado, mas no fundo eu sei que não parou.
Nos afastamos devagar, olho nos seus olhos azuis e tento me imaginar olhando para eles todos os dias, ela solta uma risadinha depois me abraça deitando a cabeça no meu ombro, ainda sou maior que ela, alguns centímetros.
A noite passa rápido e a festa dura horas, Grump fica a festa inteira tentando pegar uvas com um palito, depois da festa vou para o meu quarto, Boris me leva até lá entre alguns becos mal iluminados, os postes ficam mais para o centro e pelo caminho do reino mas a entrada do meu quarto fica em um beco tenebroso, por sorte tenho vivido no escuro todos os anos da minha vida, meu pai foi embora quando eu tinha sete anos mas mesmo quando ele ainda estava lá não passávamos muito tempo juntos devido ao seu trabalho, então sempre estive sozinho na escuridão, nunca precisei ter medo dela.
Boris abre a porta que range e arranha o chão, a escadaria é de madeira e tijolos, Amie sobe na frente e vai para seu quarto, a madeira estala aos meus pés, Boris me guia sem dar um pio, chegamos a um corredor amarelado com a parede recém pintada, ela é branca mas a luz deixa ela invadida, bolinhas de luz piscantes ficam no teto como vagalumes que vi voando pela cidade um dia, as portas de madeira rústica enfeitavam as paredes, números em branco definiam os quartos, Amie entrou no quarto dois, o meu é o cinco.
Abro a porta e vejo logo de cara um quadro na parede, nele estão todos os objetos sagrados pintados, o quarto é maior do que parece, a cama é grande e aconchegante, paredes azul escuro com detalhes em branco, um enorme guarda-roupa do lado esquerdo encosta no teto, uma janela do lado do quadro e uma espécie de caixa de ferro que guarda comida.
Não olho muito para o quarto, estou tão cansado que assim que feito na cama pego no sono.
++++
Tenho um sonho.
No meu sonho estou na grama do lado de fora do reino, olho para os lados e vejo montanhas, montanhas negras e onduladas, vejo pessoas caminhando por elas, elas se aproximam.
Depois vou para um lugar escuro e não vejo mais nada, uma luz fraca ilumina no canto da sala, um som de arranhado e fagulhas saem do que parece ser una lixa, mas ela é elétrica como vi em um livro.
Chego mais perto e algo me olha, seus olhos vermelhos me encaram, seus cabelos pretos aparecem depois, Chuck água sua faca olhando nos meus olhos, a luz acende revelando a enorme quantidade de sangue no lugar, pessoas mortas, animais, então ele joga uma sacola ensopada nos meus pés.
- Abre ela maninho. - fala ele.
Me abaixo sem parar de olha-lo e abro a sacola, alguma coisa suja de sangue está dentro dela, uma cabeça, dou um pulo para trás, a cabeça sai rolando e paras ala olhando, é a cabeça da minha mãe.
- Saudades da mamãe? - pergunta ele.
Acordo assustado, com raiva, e tristeza, não sei exatamente se foi apenas um sonho, as vezes viajo pelos meus sonhos.
Ver tudo isso me faz chorar, as lágrimas escorrem livremente pelo meu rosto, o sol entra pela janela iluminando meu quarto, é a primeira vez que isso acontece.
Hoje teremos que tirar uma amostra de sangue, estou com um pouco de medo, Grump terá que ter sangue humano correndo nas veias, se ele tiver alguma.
Uma batida na porta interrompe meu sentimento de tristeza, agora só sinto medo. Enxugo o rosto e abro a porta, Boris pede para segui-lo então me arrumo e vou.
Desço as escadas e saio do lugar, o céu está cinza porém o sol ainda está aparecendo, ando pelo gramado molhado que deixa meu tênis úmido, meu casaco azul escuro me lembra das roupas que minha mãe fazia.
Caminho por ladrilhos até chegar em um prédio grande e espelhado, entramos empurrando a porta e vejo que todos já estavam me esperando.
- Vocês já fizeram? - pergunto.
- Não, estávamos esperado você. - responde Grump.
Boris nos leva até outra sala, a porta de correr faz um barulho incomodavel, entramos nela e vejo uma cadeira vazia com algumas seringas do lado.
- Então, vocês vão se sentar nela enquanto eu tiro o sangue para as amostras.
Meu pai vai primeiro, depois a Amie, eu vou depois dela e vejo a agulha entrar e a dor percorrer meu braço, o sangue pinga no chão e Boris pede desculpas pelo descuido.
- Agora vou levar para avaliar, podem andar por aí, façam o que quiserem, depois peço para chama-los.
- Tudo bem. - falo.
Saímos do prédio e então sento no banco mais próximo, Amie se senta do meu lado enquanto meu pai conversa com Grump.
- Vai ficar tudo bem. - falo tentando ser o mais tranquilo possível.
Sinto uma gota bater no meu nariz e escorrer pela boca, de pouco em pouco as gotas aumentam, a chuva toma conta do reino e deixa tudo molhado e a terra enlamaçada.
- Tem certeza? - pergunta ela.
- Absoluta.
- Vou para meu quarto, não dormi nada ontem. - fala ela.
Amie sai andando sem olhar para trás, a chuva cai forte moldando o solo atrás dela, então ela some no meio de toda a água.
O som abafado e repetitivo das gotas batendo no solo me deixa tranquilo, acho que vai dar tudo certo.
A sirene toca como na cidade de baixo e todos os guardas olham para nós, meu coração para e o medo me consome, Grump permanece parado e os guardas se aproximam correndo pela lama, eles possuem espadas e escudos, alguns armas, mas o rei prefere armas brancas.
Os guardas passam por nós e correm para o outro lado da cidade, cerca de uns 4 guardas correm para o que parece ser algum problema, ouço o grito apavorado de Amie, o grito é tão forte que meu coração acelera.
Sigo os guardas pisando na lama que me deixa lento, a chuva forte bate nas minhas costas fazendo um som oco e estranho.
Os guardas somem na praça da fonte, olho para todos os lados mas não vejo ninguém, se Amie precisa da minha ajuda preciso ir rápido, vejo as pegadas da tropa pela lama até a rua que leva até a filtragem de água por turbina.
Corro jogando lama para trás, a água espirra para os lados sujando minha calça, uma multidão molhada com pessoas de pé e ajoelhadas chorando, passo pela multidão empurrando algumas pessoas e por fim chego ao centro.
Para a minha surpresa e muita má sorte Chuck possui sangue nas mãos, os guardas do rei estão todos mortos no chão, Chuck está com uma faca no pescoço do rei, o povo chora e pede para que pare, porém Chuck não para.
- Até que enfim meu maninho chegou. - fala ele sorrindo.
- O que você está fazendo aqui? - pergunto.
- O que eu estou fazendo aqui? O que você está fazendo aqui? - pergunta ele desfazendo o sorriso. - Eu disse para me esperar lá, aí você sai e causa mais problemas, não sente vergonha disso? Seu mal educado te tratei super bem.
- Bem? Você cortou o meu pescoço.
- Da próxima vez te deixo morrer no mundo lá fora. - fala ele. - agora quero que olhe bem para seu rei, por que será a última vez.
Chuck passa a lâmina da faca na garganta do rei, o sangue escorre banhando suas roupas por inteiro, Chuck puxa o cabelo do rei para que saia mais sangue, então lava sua faca no sangue do rei.
Suas mãos sujas de sangue levantam o rei e jogam-o para dentro do filtro. O povo grita com a morte do rei enquanto seu corpo é atirado no filtro, as lâminas cortam sua carne bruscamente e seus pedaços prendem a máquina.
Chuck corre para a muralha, mais guardas surgem das outras ruas, Chuck passa correndo entre pessoas chorando, a chuva me deixa completamente encharcado, Chuck pula pegando no cabo da escada da muralha, os guardas correm com as espadas em mãos, Grump afasta as pessoas para que não surtem por aí.
Em algum lugar Amie pode estar em perigo, meu pai observa Chuck de longe, paralisado, apenas tenho raiva dele por isso. Os guardas começam a subir na muralha atrás de Chuck mas ele é muito rápido, não sei o que fazer, a turbina faz um som de algo quebrando até que trava de vez.
- Quero ver como irão conseguir água agora seus mesquinhos, hahahahahahahah. - grita Grump do alto da escada.
Ele chega ao topo e grita.
- Papai, que bom te ver também, vejo que a festa vai ser boa, só precisa de mais um pouco de.... - Chuck para e respira fundo. - Boom.
Um som estrondoso treme o reino fazendo as paredes racharem, olho para trás e vejo um grande buraco na parte da frente do reino, a muralha está aberta.
Chuck pega um balde e despeja um líquido pela escada, os guardas gritam de dor porque no balde havia ácido sulfúrico, os guardas caem alguns mortos outros queimados, Chuck corre pela muralha e eu corro para pegar Thamory, as ruas ensangüentadas levam até o beco.
Entro correndo e subo as escadas ofegante, abro a porta chutando-a a tranca quebra e vejo Thamory dentro da minha mochila na parede a espada é grande demais para a mochila, o cabo fica para fora.
Puxo a espada e coloco a mochila nas costas, corro até a porta do quarto de Amie e ela está aberta, as coisas estão reviradas e tem sangue na parede, espero que não seja de Amie.
Desço as escadas e corro para a rua, pessoas correndo e gritando, então vejo Grump me chamando, corro para ele e o sigo até o centro.
Meu pai está atirando em sombras com uma arma que ele manuseia naturalmente, como se estivesse passando geléia no pão. Não surte efeito, mas afasta elas por um tempo.
- Vamos para a estátua. - grito.
Meu pai corre para a estátua ainda atirando na cabeça das sombras, pessoas mortas no chão, outras se transformando, vejo o reino decair pedaço por pedaço.
Grump não pode ir até a estátua então fica na fonte. Uma sombra pula em cima dele com suas garras afiadas, mas Grump se esquiva, depois a agarra pelo pescoço e a joga para longe.
De repente todas param, meu pai toma cuidado para não tocar na estátua, uma voz surge mais alta que os gritos.
- Filhote de humano. - diz a voz. - Acabou o seu tempo.
As sombras riem como se ele contasse uma piada.
- Silêncio. - sua voz é forte como de trovão. - Logo logo terei sua cabeça no meu colo.
- Quem é você? - grito.
- Sou aquele que assombra a terra, aquele que não te deixa dormir, a criatura que arrepia você, o monstro do seu pesadelo, sou aquele que coloca medo no seu pai, aquele que dominou o mundo em uma noite e que destruiu o dia, Muito prazer Aiden, meu nome é Lucius.
- O prazer é todo seu. - digo.
- Tem certeza? - a multidão de sombras abre um caminho até Lucius, seu rosto não aparece debaixo do capuz negro que reveste uma roupa até os pés, ele segura Amie pelo pescoço, ela está chorando e muito vermelha.
- Amie - grito. - solta ela seu idiota.
- Hahahahahahahah, te proponho uma troca filhote humano. - fala ele.
- Não, Aiden não escute ele. - fala meu pai.
- Calado. - fala Lucius. - quero Thamory.
- Aiden, não faça isso. - grita Grump.
Lucius aperta mais o pescoço de Amie, um grito abafado sai por sua boca.
- Não, tudo bem, tudo bem, eu te dou a espada. - falo.
- Venha me entregar.
- Como sei que suas sombras não vão me atacar?
- Te dou minha palavra.
Embora não confie nem um pouco na sua palavra Amie vai morrer se não fizer isso.
Ando calmamente até Lucius, Grump tenta me impedir mas as sombras o seguram, meu pai olha para mim sem falar nada, as sombras me encaram, algumas cochicham.
Chego perto de Lucius, ele é ainda mais alto que Grump. Jogo a espada para ele e ele a agarra.
- Pronto. - falo.
- Você é um menino muito sortudo, porém muito burro. - fala ele.
Ele aperta mais o pescoço de Amie e ouço um estalo, ela cai no chão morta.
- Não, não não não não não, Amie. - corro até ela e minhas lágrimas escorrem pelo rosto, as sombras riem ao meu redor.
++++
Amie abre os olhos, eles são amarelos agora, seu sorriso macabro me assusta, dou um pulo para trás, ela se levanta ao contrário, sua cabeça gira com um grito apavorante, a pele cai, e em baixo dela uma grande sombra se revela, seus dentes afiados e suas mãos grandes quase destroem seu visual sexy, o cabelo preto nos olhos com o corpo escultural me enganam, ela é uma sombra, sempre foi uma sombra.
- Olá, seu fofo. - fala ela.
- Conheça Amonie, a sombra que pode virar qualquer um. - fala Salazar saindo de trás de Lucius. - minha namorada.
- Mas.. Mas..
- Nossa, é muita maldade o que fizeram com ele. - fala Lucius.
- Tadinho, ele ficou apaixonado, hahahahahahahah. - fala Salazar.
- Não se preocupe fofinho, não vai morrer BV. - fala Amie, ou Amonie.
Ficam em silêncio, eu estou confuso, com raiva, eu não sei o que fazer, ver tudo isso me deixa paralisado, completamente paralisado, por que o mundo precisa ser tão ruim? Eu sempre quis sair, sempre quis saber o que tinha do lado de fora, agora eu só quero sumir, virar uma... Estátua, estátua, a estátua, talvez ela possa me ajudar agora.
Olho para trás e vejo ela, a rainha petrificada, talvez eu possa realmente ser o salvador, talvez eu precise morrer para salvar a humanidade. Não ligo mais para a minha sobrevivência, eu não ligo mais para a vida, só quero.. Sumir. Corro para a estátua, tudo parece lento demais, as sombras avançam e vejo tudo passar como um filme, o caminho se fecha lentamente e Grump grita e se agita mas não escuto nada, meu pai apenas me olha correr até a estátua, pulo na forte e atravesso-a correndo, as sombras atrás de mim arranjam meus braços e rasgam minha mochila, se eu pegar a pedra todos sumirão com seu poder mas eu ainda virarei uma estátua no centro do reino.
Pulo e agarro de uma vez a pedra de Efer.

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