Capítulo 14

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Acordei continuamente durante a noite devido a sonhos que me perturbavam a minha mente. Pareciam visões, avisos. Vi a mim mesma num estado lastimável nessas visões. Eram 4h e já não conseguia dormir. Passei as mãos pela minha cara e esta se encontrava húmida. Estive a chorar, mas porquê? Levantei-me a muito custo e respirei pesadamente. A minha cabeça doía e sentia-me como se alguém a tivesse pisado constantemente. Fui direta à casa de banho, lavei a cara e olhei-me ao espelho. O meu aspeto estava completamente diferente. Não liguei e fui embora. Liguei a luz da mesinha de cabeceira para iluminar o quarto e saí. Minha garganta estava seca e estava quase a suplicar por água. Entrei na cozinha e servi-me até saciar a minha sede. Comecei a chorar do nada sem razão alguma e o meu coração batia fortemente. Mas o que estava a passar? Sentei-me numa cadeira, pus a minha cabeça apoiada nas minhas duas mãos e fechei os olhos com esperança de tudo isto passar. De repente começo a ver vultos de pessoas, de duas pessoas. Não conseguia perceber quem eram mas quando estas se chegaram mais perto eu distingui quem eram. Não, não podia ser. Eram os meus queridos pais. Mas como? Eles me olhavam sorrindo mas ao mesmo tempo com um ar de extrema preocupação. Sem hesitação eu lhes falei:

- Pai? Mãe? O que se passa?

- Querida filha... tem cuidado. Coisas irão acontecer mas tu tens que ser forte. Umas te irão perturbar, outras de irão deixar num estado de raiva ou então de felicidade. Mas Emily, tu tens que ser forte. Klaus te irá proteger mas por favor, não deixes que ele assuma a tua vida. Protege-te a ti mesma e pensa antes de agir. O passado te virá assombrar de novo mas tu vais resistir porque lembra-te, não estás sozinha e em qualquer momento, em qualquer sítio, nós iremos estar sempre ao teu lado a ajudar-te. Nós te amamos minha querida e estamos extremamente orgulhos de ti e de Davina. Meu amor, sê forte e principalmente, sê feliz. - Minha mãe me falou chorando e meu pai só concordava.

- Emily, minha filha, seja qual for a tua decisão, pensa antes de a pôr em ação. Lembra-te, todas as tuas decisões terão consequências que poderão não só afetar-te a ti como também aos que te rodeiam. Nunca penses que nós te culpamos do que aconteceu pois caso não o fizesses nós te iríamos magoar e acredita que nos iríamos arrepender para toda a eternidade. Deixa que isso te pare de apavorar e vive a tua vida. Agora, meu amor, temos que ir embora. Nunca te esqueças daquilo que te falamos e lembra-te sempre e para sempre te iremos amar incondicionalmente. - O meu pai falou sorrindo, deixando que uma lágrima escorresse pelo seu rosto.

- Eu vos amo tanto, eu sinto tantas saudades vossas. - Falei chorando desesperadamente.

E de repente eles desapareceram na escuridão sem pronunciar mais nada. Olhei para cima e vi novamente a cozinha. Comecei a chorar como se nunca tivesse chorado durante todo este tempo. Eu realmente tenho tantas saudades deles. Sentia-me desesperada mas eu tinha que ser forte tal como eles me disseram, não só por mim mas também por aqueles que eu tanto amo. Enxuguei as minhas lágrimas que ameaçavam cair. Levantei-me fui para o meu quarto novamente. Tinha a minha cabeça a latejar e por isso tentei dormir novamente. Passado alguns minutos, caio num sono profundo.

Eram 10h13 quando acordei. Sentia-me quase bem, já não me doía a cabeça mas um sentimento de tristeza pairava sobre mim. Levantei-me e fui para a casa de banho tomar um longo banho para me relaxar. Estava faminta e então após terminar o banho e de me vestir, desci para comer algo. Encontrei Davina na sala a comer qualquer coisa. Passei por ela e sorrindo lhe disse "bom dia", ao qual ela respondeu da mesma forma. Não iria contar-lhe o que se tinha passado à algumas horas atrás, pelo menos não agora. Mas ainda assim precisava de desabafar com alguém, talvez com Klaus. Após comer alguma coisa fui ter com Davina.

- Minha irmã, vou sair e não sei a que horas volto. Ficas bem?

- Claro que sim, talvez vá ter com Kol. Mas está tudo bem? - Davina perguntou algo preocupada.

- Sempre. Não te preocupes, voltarei assim que terminar uns assuntos. - Disse, disfarçando o que estava sentindo com um simples sorriso.

Saí de casa sem mais nada dizer e liguei a Klaus sem demoras.

- Klaus?

- Sim, sou eu. Passa-se alguma coisa? - Klaus perguntou.

- Talvez, preciso muito de falar com alguém e lembrei me de ti. Mas se tiver a incomodar não te preocupes...

- Claro que não incomodas. Pressinto que algo de grave se passou certo? Podes vir ter a minha casa assim que puderes. Estarei à tua espera. - Ele falou amavelmente.

- Muito obrigada Klaus. Até já.

- Até já, Emily.

Desliguei a chamada e guardei o meu telemóvel no bolso do casaco. Hoje o dia estava nublado e fresco. Talvez choveria hoje ou talvez não. Olhei para o meu carro mas decidi ir a pé ter com Klaus a sua casa. Meti as minhas mãos nos bolsos e segui caminho sem parar.

Rapidamente cheguei a casa dele e toquei à campainha. A porta se abre e de lá surge Klaus. Este me puxa para si e me abraça assim que me vê. Comecei novamente a chorar e quanto mais chorava mais ele me apertava, mas com cuidado. Após algum tempo afastamo-nos um do outro e Klaus me leva em direção à sala. Faz um sinal para me sentar ao seu lado e assim o faço.

- O que se passa Emily? Porque tanto choras?

- Eu os vi Klaus, eles falaram comigo. - Respondi, tremendo por estar nervosa.

Klaus aproximou-se de mim e falou:

- Eles? Eles quem Emily?

- Os meus pais Klaus.

- Como assim? Eles não estavam mortos? - Klaus perguntou um tanto confuso.

- Sim. Foi como um sonho sabes? Mas foi tudo tão real.

- E o que se passou para te deixarem nesse estado?

- Eles avisaram me algo está para acontecer, disseram que o meu passado voltaria a assombrar-me. Disseram que me amavam e o quão orgulhosos de mim e de Davina estavam.

- Mas não disseram o que era? - Klaus falou.

- Não, apenas disseram continuamente para ser forte. Mas Klaus, não é isso que me deixou assim. Eu sinto tanto a falta deles. - Respondi prestes a voltar a choramingar.

- Emily, não fiques assim. Lembra-te que eles estarão sempre contigo, estejas onde estiveres. - Ele disse quase adivinhando o que os meus pais tinham dito - E nunca te esqueças que tens pessoas à tua volta que te amam e que sempre te protegerão. Vá, chega aqui.

Klaus abriu os seus braços de forma a eu o poder abraçar e assim o fiz. Ficamos assim abraçados por tempos quase que infinitos. Sentia-me protegida e mais calma após esta conversa. Olhei para Klaus, mas nunca me separando dele. Olhei-o nos olhos, passei o meu polegar pela sua cara e agradeci por ele estar ao meu lado. Ele sorriu e seus olhos brilharam.


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Desculpem a demora mas aqui está, um capítulo especial para vocês. Mereço uma estrelinha? Sim? Vá, votem e comentem por favor. É muito importante saber que vocês realmente gostam desta história. Obrigada a quem o faz!





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