Capítulo 21

2.1K 99 5
                                    

Sentei-me no assento do meu carro. Respirei pesadamente dezenas de vezes até me acalmar. Não sabia para onde ir, só mesmo o que fazer. Pelo menos tinha a certeza de que não pararia até a encontrar, mesmo que tenha de ir até ao fim deste miserável mundo. Tento ligar a Davina constantemente mas sem qualquer sinal. Onde que quer ela esteja, não quer ser encontrada. A ideia de a perder novamente simplesmente não se encaixa na minha mente. Que ela esteja até mesmo a 100 pés abaixo deste solo mas tudo menos com os nossos pais. Respiro fundo mais uma vez antes de começar a viagem. Se por vontade própria, qual o motivo? Minha querida irmã, volta.

Passaram se horas. Perdi completamente a noção do tempo. O céu estava repleto de estrelas cintilantes e uma brisa fresca se fazia sentir.
Saí do carro e comecei a caminhar. Verifiquei o meu telemóvel e tinha dezenas de chamadas e mensagens mas não tinha paciência para responder a nenhuma. Uma lágrima ameaçava cair mas eu limpei assim que pude. Eu tinha que ser forte, não só por mim mas por todos.
Olhei para o céu e estava a ficar cada vez mais claro. Estava a amanhecer. Os meus olhos pesavam mas eu contrariava a vontade de dormir neste mesmo sítio.
Senti um vibrar vindo do bolso do meu casaco de cabedal. Era Klaus.

- Klaus, desculpa mas eu não estou com vontade de falar. Não encontro a minha irmã em lado nenhum. - Disse baixinho, soluçando e controlando o quanto eu queria chorar.

- Tudo bem Emily. Não precisas de procurar mais. Davina está aqui e está bem. Volta, ela quer falar connosco. - Klaus falou calmamente.

- Oh finalmente! Eu vou já para aí. Até já.

Uma alegria apoderou-se de mim. Podem só ter passado algumas horas mas foi o suficiente para que de repente eu me sentisse como se tivesse perdido tudo. Davina é o melhor de mim, sem ela eu voltaria a ser o monstro que era.

Praticamente voei em direção ao meu carro, acelerando de seguida para casa.
Em poucos minutos cheguei. Corri até à entrada e alguém me abre a porta. Procurei Davina e vi-a junto a Kol. Este abraçava-a cuidadosamente. Fui direta a ela e abracei-a como se não houvesse amanhã. Esta correspondeu imediatamente e eu sussurei um "amo-te" ao qual ela respondeu da mesma forma.
Após alguns segundos, afastei-me ligeiramente e juro por tudo que me estava a conter para não gritar com ela pelo o que ela me fez passar. Mas eu teria de ouvir o que ela tinha para dizer. Sentei-me num dos sofás e de seguida todos fizeram o mesmo.

- Antes de mais, eu quero pedir desculpa. Eu sei que não devia de ter desaparecido assim mas eu precisava. - Davina começou a falar e antes de continuar respirou fundo. - Quando soube que os meus pais poderiam estar vivos eu fiquei feliz, tão feliz que nunca imaginei sentir tal coisa. Mas eu depois caí na realidade. Eles não eram os mesmos, não depois de serem submetidos àquele horrível feitiço. E eu sei, eu sei perfeitamente como funciona. Não há como revertê-lo. Eu sinto-me tão inútil e por isso eu só queria encontrar alguma forma de os poder trazer de volta. Inutilmente, eu tentei. Fui até Angel Pine, mas em vão. Obtive a certeza de que realmente eles estavam vivos e estavam em New Orleans. Foi então que eu percebi. Para quê perder tempo? Posso encontrá-los e dizer a eles o quanto os amo e esperar que, no seu último suspiro e em algum momento de lucidez, eles o façam também.

Davina terminou de falar e começou a chorar descontroladamente. Percebia perfeitamente o que ela sentia. O saber que não podes fazer nada por aqueles que tanto amas. É simplesmente devastador. Eu a abracei, afagando o seu cabelo, enquanto ela se agarrava a mim. Olhei em volta e todos me olhavam preocupados.

- Davina? - Chamei na tentativa que esta olhasse para mim.

Ela largou-me o olhou com atenção.

- Não te culpes pelo que lhes aconteceu. Momentos felizes foram vividos e apenas quero que te lembres disso. Não chores porque acabou, sorri porque aconteceu. E Davina, eu te entendo perfeitamente. Só quero que saibas que vou fazer de tudo para que eles parem de sofrer. E pedir-te para que, aconteça o que acontecer, nunca que te esqueças o quanto eu te amo e o quanto eles te amam a ti. - Falei cuidadosamente, beijando a sua testa no final.

Davina sorriu tristemente e acenou em afirmação.

- Acho que foi um grande dia para todos e por isso devemos de descansar. Teremos muito que fazer daqui a algumas horas. - Elijah falou e todos nós concordamos.

Todos começaram a dispersar para os quartos. Eu e Davina caminhanos lentamente para a saída.

- Emily espera. - Klaus chamou.

- Davina, vai andando para o carro. Eu já vou.

Davina saiu e entrou no carro, aguardando a minha chegada.

- Sim Klaus?

- Só queria dizer-te que te amo. - Klaus diz rapidamente, dando um breve beijo nos meus lábios e indo-se embora de seguida.

Sem qualquer momento para responder, só tive tempo de dizer mentalmente: eu também te amo Klaus Mikaelson.

=============================

Capítulo novo!
Tenho a dizer que adorei imenso escrever este capítulo e agradecer as mais que 5 mil leituras e a quem tem vindo a votar e a comentar.

Muito obrigada!

Herege Onde histórias criam vida. Descubra agora