Capítulo 16

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- Tu morreste! Como é possível?

- Depois de matares o meu filho, eu forjei a minha morte e ordenei que o resto do grupo continuasse a procurar-te. Precisava de tempo para fazer o luto. Eu quis morrer Emily, eu realmente quis. Mas eu jurei vingança. - Ele fala quase sussurrando.

Flashback on

Anos se passaram após os meus pais terem morrido. Mudei-me para Mystic Falls já faz um tempo. Meus amigos me têm vindo a ajudar mas eu não consigo. A dor é agonizante. Quero deixar de sentir isto, quero viver. Esta humanidade está a arruinar-me. Estou no meu quarto, sozinha. A janela está fechada, luzes apagadas. Está tudo escuro. Sento-me na cama, cruzo as pernas e fecho os olhos. Sinto lágrimas a escorrer pela minha cara e uma dor no peito. Limpo a minha mente e tudo o vejo são flashes da minha vida, do passado. De repente começam a desmoronar, a apagar-se. A dor desaparece. Não sinto mais culpa, não sinto mais sofrimento, apenas paz. A minha humanidade? Desapareceu.

#Passados 2 meses

Damon incrivelmente não quer saber. Passamos os dias a beber e a rir de coisas vulgares. Damon está um pouco descontrolado por razões desconhecidas. Mas sabem? Eu não me importo mais! Contrariamente, os outros tentam impedir-nos de tudo e tentam vezes e vezes sem conta "ligar" a minha humanidade com o tema da morte dos meus pais e de Davina. Tão inocentes. A vontade de drenar sangue até à ultima gota cresce em mim. Estou neste momento a vaguear sozinha, quase que não se vê ninguém. Ao longe avisto um grupo de adolescentes divertidos. Aproximo-me deles e rapidamente eles dão pela minha presença. As minhas presas salientam-se e veias surgem contornando a minha face até aos meus olhos, vermelhas como o sangue. Todos fogem, menos um. Um rapaz fica, imóvel com uma expressão de terror. Ele tenta fugir mas eu apanho-o num ápice. Bebo o seu sangue até à última gota. O rapaz cai dos meus braços no chão, inanimado. Ajoelho-me a ele e percebo o que fiz. Eu matei uma criança inocente. Não. Como pude? Começo a chorar sem nunca parar. A minha humanidade? Voltou.

Essa imagem, essa dor, ela perdura em mim incansavelmente. Tento desistir. Mas os meus amigos, os meus queridos amigos, a minha família. Eles tentam ajudar neste momento mas está tudo tão complicado. Esta dor é tão dolorosa, impede-me quase de pensar, de viver. Tudo está acontecer ao mesmo tempo. Não aguento. Principalmente o facto de um grupo de caçadores bruxos, Vindices Pacem (Os vingadores da Paz) andarem atrás de mim, pois seu líder é um pai, o pai daquela inocente criança. A minha humanidade? Está a destruir-me.

Flashback off

- Não sabes o quanto me arrependo do que fiz nessa noite.

- Mas é tarde de mais para arrependimentos, Emily. Estou velho de mais para continuar esta maldita guerra e cansado de mais para viver e reviver nesta dor. A magia, o ódio, estão me a destruir. Eu percebi isso quando te lancei aquele feitiço. Eu sei Emily, eu sei que tu não estavas em ti quando o mataste. Eu sei, mas eu estava cego, cego de vingança. Eu perdoo-te Emily. Sê feliz e não te deixes levar pela arrogância de Klaus. Ele ama-te Emily, mais do que tu pensas. Eu finalmente percebi que vampiros podem amar, mesmo aqueles que parecem tão destruídos que quase nem podem ser reconstruídos. Eu percebi, mas é tarde. Muito tarde. O meu filho, ele...- Ele fala bem sentido, aproximando-se de mim com lágrimas nos olhos, pegando nas minhas mãos e olhando para mim. Mas do nada ele cai para trás com uma estaca no seu coração.

Olho para trás e é Klaus. Corro em direção ao corpo inanimado e ajoelho-me. Pego na sua mão e nada digo, só penso. Agradeço mentalmente pelo seu perdão e um peso sai de cima dos meus ombros. Mas rapidamente é substituído por outro. Não. Klaus matou-o.

- Klaus, tu não tinhas o direito! Eu disse-te porra! Eu disse-te que este assunto era meu, não tinhas o direito de o matar. - Digo correndo para ele, chorando desesperada.

- Ele ia te matar Emily! Eu não poderia deixar! - Klaus grita.

- Ele não me ia matar Klaus! Ele perdoou-me. Pelo mal que fiz ao que lhe era mais próximo, o seu filho. Céus Klaus! Nem toda a gente é como tu. Um arrogante que não consegue perdoar quem te desafia. Eu finalmente me senti livre deste peso mas tu, tu estragaste tudo. Eu não preciso dessa tua compaixão falsa que tens que te leva sempre a tentar proteger-me. Não me voltes a falar Klaus. Esquece que eu alguma vez existi.

- Por favor Emily, eu não pensei. Perdoa-me Emily. Podes deixar de me falar mas por favor, não vás embora. Não me deixes. És a minha salvação deste pesadelo que vivo todos os dias. - Klaus fala tentando alcançar-me, mas eu afasto-me.

- Esse é o problema Klaus. Tu não pensas, só ages e nunca te importas com as consequências até elas te atingirem de tal forma que quase que ficas sem respirar, não é? Eu sei o que é isso, mas sabes? Eu aprendi com os meu erros, ao contrário de ti. Fica bem Klaus, um dia a realidade te vai cair em cima, se é que já não está a acontecer. - Falo friamente e saio de lá sem nunca olhar para trás.

Não sei o que fazer daqui para a frente. Apenas sei que Klaus destruiu a única oportunidade de eu me redimir daquilo que fiz e nunca irei esquecer isso.

Sigo para casa e Davina se encontra na sala juntamente com Kol. Os dois falavam divertidamente. Sem darem pela minha presença, fico a observá-los. Eu não posso tirar esta felicidade a Davina ao leva-la para Mystic Falls comigo. Preciso de um tempo fora daqui. Repensar a minha vida e os meus objetivos.

- Emily? Estás aí à muito tempo? Não reparei que já tinhas chegado. Está tudo bem contigo? - Davina fala indo na minha direção e me abraçando.

- Não, mas irá ficar tudo bem Davina. Mas eu preciso de falar contigo, aliás convosco. - Digo, chamando a atenção de Kol.

Sento-me num dos sofás disponíveis e conto-lhes de tudo o que se passou. Desesperadamente Davina tenta impedir-me mas finalmente ela cede, tal como Kol.

- Eu só quero que sejas feliz Emily, mas não tens que fugir dos teus problemas. - Kol fala amavelmente.

- Eu não estou a fugir, apenas preciso de um tempo só para mim. Cuida bem de Davina, Kol. Prometo que esta decisão não é permanente. Um dia voltarei definitivamente mas enquanto isso não acontece, eu virei visitar-vos. Cuidem-se. - Falo desolada mas mantendo um sorriso.

Kol e Davina apenas me abraçam, dizendo o quanto me amam e as saudades que iriam ter. Mas eu tinha que ir. Sem nada dizer, despeço-me deles com um simples olhar e subo para o meu quarto. Sem pensar em mais nada, arrumo as minhas coisas numa pequena mala. Depois de feita, apenas olho para ela. E tudo volta de novo. Aquela dor, angustiante. Pego na mala e desço de novo. Eles ainda se encontravam lá, de pé e abraçados. Não consigo olhar diretamente para eles e penas digo "até um dia". Saio de casa e vou diretamente para o meu carro. Agarro no volante com força, batendo nele sucessivas vezes na tentativa de aliviar a raiva que sentia naquele momento. As lágrimas ameaçam cair e do nada começa a chover fortemente. Respiro fundo e sigo viagem.

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Capítulo 16! Peço mais uma vez desculpa pela demora, mas espero que entendam. Percebi que não têm andado muito ativos por aqui. Agradeço os vossos votos mas preciso também da vossa opinião e de saber se estão realmente a gostar ou não. Por isso, peço que votem e comentem, como tenho sempre referido em todos os capítulos. Espero que gostem e obrigada a quem tem vindo a seguir esta história quase desde o início, senão mesmo desde o início. Estou a adorar escrever esta história e tenho vindo a deixar-vos um capítulo, ou mais, por semana por mais trabalhos que tenha a fazer. Desta forma, acho que mereço os vossos votos e comentários e penso que não custa nada :)

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