Capítulo 27

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Acordei desconfortavelmente. Estava deitada sobre um fino cobertor no chão frio. Levantei-me cuidadosamente e sentei-me, encostando-me à parede. As minhas costas gritavam de dor, assim como os meu pulsos que estavam presos a umas correntes especiais com a famosa verbena. Olhei para cima e observei os raios de sol a entrarem por uma pequena janela, iluminando a cave onde me encontrava. Tentei libertar-me repetidas vezes mas foi em vão. Aquelas correntes eram demasiado fortes e impediam-me de fazer qualquer tipo de magia. Desisti e limitei-me a esperar.

Ouvi passos a ficarem cada vez mais rápidos e próximos de onde estava. Fingi ainda estar a dormir e deitei-me de novo no chão. A porta abriu-se rapidamente e alguém entrou.

- Acorda! - Alguém falou.

Levantei-me bem devagar e voltei a sentar-me. 

- Bom dia Emily. 

Não respondi e lancei apenas um olhar de desprezo, ao qual ele respondeu sorrindo cinicamente. 

- Trouxe-te algo para beberes. Uma menina tão bonita como tu não pode ficar sem se alimentar e além disso parece que o teu príncipe encantado está atrasado.

- Não vou beber nada vosso. Prefiro morrer. - Respondi com o maior desprezo que podia dar.

Dave aproximou-se bruscamente e agarrou no meu queixo, obrigando-me a olhar para ele.

- Tu vais beber isto nem que te tenha de enfiar pela garganta abaixo, porque se tu morres, eu morro.

Sacudi a minha cabeça, retirando as suas mãos sujas de mim.

- Tudo bem. Mas lembra-te que de qualquer das formas tu já estás morto. 

Peguei no pequeno saco com um líquido vermelho escuro lá dentro. Suguei tudo, não deixando uma única pinga de sangue. Larguei o saco bem longe de mim e voltei a olhar para Dave, que olhava para mim enojado. Dave apenas pegou no saco vazio e saiu sem dizer uma única palavra. Encostei a minha cabeça para trás e fechei os olhos na tentativa de pensar em algum plano. 

 Horas se passaram e ainda continuava naquela maldita cave. Um momento de raiva passou por mim e tentei com todas as minhas forças libertar-me daquelas correntes, uma, duas, três vezes, até que as correntes começaram a ceder. Os meus pulsos ardiam com a verbena mas não ia desistir. Tentei outra vez e ouvi o som das correntes a tilintar no chão. Sorri de satisfação mas a dor nos meus pulsos era demasiada. Respirei fundo e a dor foi desaparecendo em minutos. Levantei-me a grande custo e apoiei-me numa cadeira que lá estava. Sentia-me ligeiramente atordoada e fraca mas não ia deixar-me levar pelo cansaço. Fechei os olhos e respirei fundo mais uma vez, até me sentir capaz de andar direito. Andei até à porta e obviamente estava trancada. Peguei na maçaneta da porta e puxei-a. Nada, nem um único movimento. Olhei em volta e vi um móvel com várias gavetas. Abri cada uma delas até encontrar um guilho. Aproximei-me da porta e com o objeto parti a fechadura de metal. A porta abriu-se lentamente e saí. Sabia perfeitamente que alguém poderia ter ouvido mas ignorei. 

 Andei por minutos, até que ouço vozes masculinas. Segui o som até que cheguei a uma sala onde Dave e o bruxo estavam. Escondi-me de forma a que pudesse vê-los mas que ninguém me visse. Do nada, uma estaca de madeira atravessa a janela entreaberta, partindo-a e acertando no coração do bruxo. Assustado e confuso, Dave aproxima-se da janela, tentando perceber o que se passava. Consegui ver pela janela uma figura alta e masculina. Klaus. Dave olha para o lado e percebe que estou ali. Claramente surpreendido, ele tenta aproximar-se de mim mas a voz de Klaus faz-se soar.

- Dave! Temos uma conversa pendente. - Klaus fala. 

Dave aproxima-se da porta e abre-a. Klaus não poderia entrar a menos que fosse convidado.

- Certo Klaus. Estou aqui, podemos falar.

- Vá lá Dave, estás com medo? Afinal, onde está o temível caçador de vampiros? - Klaus fala ironicamente, gargalhando.

Dave, a medo, sai para o alpendre e Klaus aproxima-se.

- Pensei que tinhas percebido que não te queria aqui. Mas bem, posso sempre mostrar-te isso de uma melhor forma. 

Dave tenta fugir mas, num simples gesto, Klaus dizima Dave e este cai no chão, formando-se uma mancha vermelha em volta no seu peito. Corri em direção a Klaus e este abraça-me fortemente. 

- Estás bem Emily?

Não consegui responder. Deixei-me levar pelo cansaço e caí nos braços de Klaus.

- Eu estou aqui love. 

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