Capítulo 31

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Voltei para casa quase uma hora depois do sol nascer. Andei este tempo todo a vaguear sem destino, apenas pensando. Não conseguia deixar a sensação de que algo não estava bem.

Entrei no meu quarto e Klaus encontrava-se sentado numa cadeira, lendo um livro. Assim que reparou em mim, fechou bruscamente o livro e dirigiu-se a mim com um olhar impenetrável.

- Onde é que tu estiveste este tempo todo? Estava preocupado contigo Emily.

- Não importa. Eu estou bem, vês? Agora preciso de descansar nem que seja apenas uma hora.

Klaus olhou para mim com uma expressão indecifrável e nada mais disse. Deitei-me na cama e fechei os olhos, esperando o sono chegar. Segundos depois, senti uma presença ao meu lado e depois uns braços a rodear a minha cintura. Sorri levemente ao sentir a sua respiração junto ao meu pescoço, sendo depositado lá um simples beijo. Virei de frente a Klaus e sussurrei um "desculpa" antes de fechar por completo os olhos e apoiar-me no seu peito agora nu.

Exatamente uma hora se passou. Klaus ainda dormia serenamente ao meu lado. Já não conseguia dormir mais por isso decidi sair do quarto. Desci as escadas e fui para a sala. Peguei num copo de bourbon e bebi calmamente, sentada numa das poltronas. Não conseguia deixar de pensar nele. Não conseguia deixar a ideia de lhe ligar. Mas aquele pressentimento não me largava. Tantas desilusões em toda a minha vida, porque é que poderá ser diferente agora? Respirei fundo e levantei-me, seguindo para a biblioteca, segurando na mão o copo. Olhei em volta à procura de um livro qualquer e peguei num que me chamou à atenção e sentei-me no simples sofá. Penetrando na fictícia história daquele livro, deixei os meus problemas afogar a cada página que lia e uma louca coragem começou a crescer. Respirei fundo e fechei o livro. Peguei no amarrotado papel e no meu telemóvel. Olhei para as horas e eram 8h. Sem querer saber se ele se encontrava acordado e antes que a coragem desaparecesse na dúvida e no medo, liguei. Segundos depois, uma voz sonolenta se fez surgir do outro lado da linha.

- Sim?

Não respondi. Simplesmente abria e fechava a boca. Exatamente a mesma reação quando o vi.

- Emily? És tu?

- S-sim. - Respondi a medo.

- Está tudo bem?

- E-eu apenas liguei para falarmos.

- Oh, isso é fantástico Emily. Daqui a uma hora no café Rosenberg?

- Sim. Desculpe tê-lo acordado.

- Não peças desculpa. Vemo-nos mais tarde Emily. E obrigada por esta oportunidade.

Não disse mais nada e imediatamente terminei a chamada. Fiquei atordoada com o que se tinha passado. Eu ia falar com ele. Eu ia falar com o meu pai. "Pai". Que palavra tão forte para ser usada neste momento.

Ansiosamente andava de um lado para o outro. Peguei numa folha de papel e escrevi uma nota a dizer a Klaus onde estaria e para não se preocupar. Eram 8h45 quando, por fim, decidi sair de casa.

Encontrava-me no café à mais de meia hora e nada. Como pude ser tão estúpida ao ponto de acreditar que ele vinha? Peguei imediatamente nos meus pertences e comecei a andar em direção à saída. Logo após ter saído, ouvi alguém chamando por mim.

- Emily! Emily espera!

Virei-me para trás e era ele. Com o cabelo despenteado e camisa amarrotada, ele correu até mim.

- A hora do nosso encontro era 9h. Esta era a tua oportunidade e desperdiças-te. Agora vou-me embora. - Falei rudemente.

- Emily por favor, espera. Eu adormeci completamente. Tive uma noite cheia de trabalho e só consegui terminar tudo de madrugada.

Olhei atentamente para ele e parecia dizer a verdade. Decidi então ficar.

- Tudo bem, vamos entrar e sentar. Acho que temos muito que falar.

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Antes de mais, peço imensa desculpa por esta demora. Estou neste momento a meio da época de exames e não tenho tido muito tempo. Por isso espero que percebam e que, até os exames acabarem, tenham muita paciência.

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