Capítulo 39

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Lavo a cara pela milésima vez, na tentativa de me acalmar. Nada. O meu coração pulsava fortemente e eu não sabia o que fazer. Não sabia onde a encontrar e só pensava no quanto ela estará a sofrer com tudo isto. Saí da casa de banho, passando pelo quarto de Davina para pegar em algum pertence e desci em direção à sala. Sem falar absolutamente nada, peguei em cinco velas e coloquei no chão em forma de círculo. Sentei-me no meio e iniciei o feitiço de localização. Senti o calor das chamas a intensificar à medida que fechava os olhos e segundos depois imagens de Davina apareceram na minha mente. Uma casa velha, nos limites da cidade. Elas estão lá, a minha querida irmã está lá.

- Descobriste alguma coisa? - Elijah questiona.

- Sim. Eu vou buscar Davina, sozinha.

Ninguém se atreveu a ir comigo, apenas Klaus cedeu o seu carro. Levantei-me do chão e segui para a saída. Entrei no carro rapidamente e segui para a casa. Estranho não terem camuflado Davina. Talvez seja tudo uma armadilha. Uma armadilha em que não irei cair.

Numa velocidade surpreendente, cheguei à morada sem demoras. Deixei o carro as uns metros da casa e segui a pé. Do nada, flechas foram atiradas em direção a mim, fazendo-me cair no chão. Arranquei flecha a flecha e levantei-me.

- Vá lá Mary! Não sabes fazer melhor? Não sejas covarde e vem aqui. 

Por detrás da casa surge Sasha e Mary. Ambas caminhavam lentamente na minha direção. Mary estava com um sorriso cínico, enquanto que Sasha a acompanhava preocupada e cabisbaixa.

- Querida Emily, finalmente nos encontramos.

- Onde está Davina?

Mary riu-se e abanou ligeiramente a cabeça.

- Num local seguro, garanto.

Aproximei-me mais e virei-me para Sasha.

- Porquê? Perdoei-te pelo que fizeste e ainda assim ousas em atacar-me, de novo.

Calei-me por segundos, esperando alguma resposta. Nada obtive e decidi continuar.

- Se me queriam assim tanto, então porque não aproveitaram quando Sasha teve em posse os meus pais?

- Oh Emily. A minha querida Sasha cometeu um estúpido erro ao levar os teus pais sem o meu consentimento. Um percalço que agora vai ficar resolvido, certo Sasha?

Sasha nada disse e apenas acenou com a cabeça.

-  Liz arruinou a tua vida muito antes de teres nascido ao ter roubado John de mim. E esta é a oportunidade de fazê-la pagar por isso. - Marya comenta arrogante e e eleva a sua cabeça. - Ouviste bem, Liz? Fiz-te sofrer em vida e vou continuar a fazê-lo mesmo depois de morreres.

- Tu nunca terás a chance de me derrotar, Mary. Essa cegueira que possuis alimentada pelo ciúme e inveja vão ser a tua perdição. Condenaste-me de uma maneira que mais ninguém te poderá ultrapassar, mas acredita que eu serei pior e vais desejar não ter nascido.

Fecho os olhos e de repente um vento gélido surge. Num ato de raiva e com um simples gesto, empurro ambas contra o muro da casa mas Mary volta a levantar-se lentamente, assim como Sasha. Sinto as veias a salientar-se no meu rosto e a raiva a crescer cada vez mais. Corro em direção a elas mas sou parada por Mary que me empurra contra uma árvore. Controlo a dor e subo para um dos ramos mais altos da árvore, ficando fora do alcance da visão delas. Esperei a oportunidade perfeita para alcançar Sasha e quando estupidamente ela e Mary se aproximam ligeiramente da árvore, salto para o solo e mordo Sasha no pescoço, drenando todo o líquido vermelho que escorre pelo seu corpo fazendo-a cair inanimada no chão.

Mary grita desalmadamente e corre para junto da sua filha.
Estranhamente não me sinto bem mas observo o momento, até Mary se levantar.

- Conseguiste o que querias Emily? Parabéns então. Podes fazer o quiseres agora. Acabaste com a minha vida de qualquer das formas. - Mary fala baixinho com os olhos em lágrimas.

Aproximo-me dela e esta fecha os olhos esperando o seu final. Uma única coisa surge na minha mente, Davina. Acordei do transe rapidamente.

- Diz-me onde está Davina, agora.

Mary abre os olhos e numa expressão melancólica aponta para a casa. Com ajuda da minha audição sobrenatural pude ouvir a respiração ofegante de Davina. Respirei fundo de alívio e voltei a minha atenção a Mary.

- Vou te dar a oportunidade de escolher. Mas qualquer que seja a tua opção, eu irei ganhar.

Mary olha para mim confusa e sem dar oportunidade de ela falar, mordo o meu pulso e obrigo a beber o meu sangue, quebrando depois o seu pescoço.

Após deixar Davina a salvo em casa e garantir que tudo estava bem com ela, volto para o local onde deixei Mary para terminar o que comecei.
Assim que chego não encontro Mary no exterior. Entro dentro de casa e um cheiro intenso a mofo se faz sentir. Estava uma completa escuridão e Mary encontrava-se no chão junto às escadas, abrigada de qualquer fonte de luz natural. Apenas limito-me a aproximar-me dela.

- Querida Mary, estas são as tuas opções. Transformar-te numa vampira e viver a eternidade com um vazio no coração como tu me proporcionaste mas tendo a oportunidade de continuar a tua vingança ou aguentares a sede de sangue e simplesmente acabares com a tua miséria de vida.

Sem querer ouvir qualquer resposta, coloco um saco cheio de sangue junto a ela e saio.

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Capítulo 39!

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