– Você vai fazer uma ótima exibição, querida – prometeu mamãe, usando um alfinete para prender meu número nas costas do blazer de montaria.– Vou vomitar – gemi. – Por que me inscrevi nisso?
– Porque os desafios nos fazem crescer – respondeu mamãe.
– Se você diz...
Dentro de alguns minutos seria a minha vez.
Eu montaria Bela na arena do Clube da Juventude e nós saltaríamos uma série de obstáculos.
A coisa toda duraria uns três minutos, no máximo.
Então por que eu estava tão nervosa?
Porque você pode cair. Bela pode refugar, você não é uma atleta, é só uma matematleta.– Eu deveria ter trazido um bezerro, como no verão passado – resmunguei. – Tudo o que agente precisa fazer é entrar na arena e esperar para ver se ganha um prêmio.
– Mila, você é uma ótima amazona – insistiu mamãe, me girando pelos ombros para olhar nos meus olhos. – E até parece que nunca competiu.
– Mas aquilo era matemática – protestei. – E eu sou boa em matemática.
– Você é boa saltadora também.
Pensei em Alexa e Lauren.
– Mas não sou a melhor.
– Então hoje é uma excelente oportunidade para testar seus limites, arriscar-se a um segundo ou até mesmo a um terceiro lugar.
Olhei para o outro lado do campo, onde Lauren estava a meio galope com sua égua, que ela havia batizado de Fera.
Rá-rá-rá.– Correr riscos nem sempre é uma coisa boa – retruquei, olhando Lauren lutar para controlar o animal ainda meio selvagem.
Lauren era o única que conseguia encostar em Fera.
Ela insistia em dizer que ela era incompreendida, mas eu achava a égua simplesmente maligna.– Aquilo é um pouco arriscado demais – admitiu mamãe, acompanhando meu olhar. Em seguida suspirou. – Espero que ela fique bem.
Pelo modo como ela disse, tive a estranha sensação de que mamãe não falava somente da competição de saltos.
– Ela também precisa colocar o número – acrescentou mamãe. E acenou para Lauren.
Ela ergueu a mão, cumprimentando-a, e veio trotando, saltando da sela e enrolando as rédeas numa estaca da cerca. Fera jamais seria o tipo de animal capaz de esperar sem estar amarrada.
Lauren fez uma pequena reverência.– Dra. Cabello. Camila.
– Oi, Lauren– respondi, pouco à vontade.
Ela se virou e minha mãe prendeu o número, para minha surpresa, em seguida mamãe girou Lauren, como tinha feito comigo, e o abraçou, a surpresa se transformou em choque quando Lauren a abraçou de volta. Quando foi que esses duas se aproximaram? Em algum momento depois do Halloween, talvez. Lauren e eu estávamos nos evitando desde aquele encontro estranho no terraço.
– Boa sorte – disse mamãe, espanando uma sujeira imaginária no blazer impecável dela, de caimento perfeito. – E use o capacete – acrescentou. – É obrigatório.
– É, é, a segurança em primeiro lugar – disse Lauren, sarcástica. – Vou procurá- lo. – Ela virou para mim com o olhar neutro. – Boa sorte.
– Pra você também.
Lauren desamarrou a égua e a conduziu para longe.
Mamãe a observou com o rosto tenso.

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Como Se Livrar De Uma Vampira Apaixonada
FanfictionCasar-se com uma vampira certamente não estava nos planos de Camila Cabello para seu último ano escolar. Mas quando uma nova aluna esquisitona (e muito gata) chamada Lauren Jauregui aparece do nada, dizendo que Camila pertence à realeza vampírica e...