Capítulo 63

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A boa notícia era que o clã Dragomir também tinha sua propriedade bem impressionante.

A má notícia era que ela estava aberta aos turistas quatro dias por semana.

Essa era outra manifestação de nossas "circunstâncias reduzidas", como Dorin gostava de chamar o que, aparentemente, era uma dificuldade econômica grave.

– As visitas só começam às 10 da manhã – tranquilizou-me Dorin, ajudando a levar minha mala para nossa mansão úmida. Ele desviou de uma placa de metal que instruía aos visitantes: "PROIBIDO FUMAR! PROIBIDO TIRAR FOTOS COM FLASH!" numas sete línguas. – Estamos muito populares este ano – acrescentou Dorin, como se isso fosse algo ótimo. – As autoridades do turismo da Romênia aumentaram bem a publicidade, o tráfego de carros aumentou 67 por cento.

Minha nossa.

– Claro que há áreas privativas – acrescentou ele, vendo meu desapontamento. – Os quartos e banheiros estão quase todos fora do circuito de visitas, se bem que alguns americanos conseguem achar os toaletes privativos, acho que estranham a comida, de qualquer modo, não se assuste se abrir uma porta e encontrar um dos seus conterrâneos empoleirado por lá.

Turistas? Entrando no meu castelo? Aposto que ninguém entrava sem autorização na propriedade dos Jaureguis.

– Dorin?

– Sim?

Ele arrastava minha mala por uma escada alta e curva, feita de pedra.

A lâmpada numa tocha falsa tremeluzia na parede, imitação barata do fogo de verdade que eu tinha quase certeza de que ardia na casa de Lauren, ela não aceitaria nada menos do que a coisa de verdade.

De novo acariciei o jaspe- sanguíneo em meu pescoço e a palavra inaceitável relampejou na minha mente.

Isso era inaceitável.

Se as coisas acontecessem como eu esperava e se eu vinha mesmo para liderar essa família, iria reivindicar nosso castelo para os Dragomir e não para turistas, a ideia me empolgou de forma surpreendente.

Quando chegamos ao patamar mais elevado, examinei os tetos abobadados, os corredores que já haviam sido majestosos. É, poderíamos dar uma melhorada.

– O que acontece agora? – perguntei a Dorin, acompanhando-o pelo corredor e entrando num quarto gigantesco.

Dorin largou a mala no chão.

– Você precisa conhecer a família, todos estão muito ansiosos para jantar com você, eles vão chegar logo.

Imagens da "família" de Lauren me vieram à mente.

– Quantos virão? – perguntei, esperando não ter que confrontar um número muito grande de meus parentes vampiros de uma vez.

– Ah, só uns 20 parentes mais próximos. Achamos que não seria sensato sufocar você em seu primeiro dia aqui, mas, todo mundo está curioso para ver nossa herdeira há muito esperada, acho que vai querer tomar banho, não é? Trocar de roupa? – sugeriu Dorin.

– Vou – respondi, aproveitando a oportunidade para ficar sozinha por um momento.

Para refletir.

Para me concentrar.

Isso tudo estava acontecendo depressa demais.

Eu precisava pensar.

Dorin andou pelo quarto acendendo luzes.

O espaço era empoeirado, datado e frio, mas habitável, não estava distante demais de sua glória anterior.

Como Se Livrar De Uma Vampira ApaixonadaOnde histórias criam vida. Descubra agora