Capítulo 26

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– Lauren !

Finalmente encontrei minha voz e gritei, correndo, abaixando-me ao lado dela.

Havia sangue na camisa branca dela, sangue escorrendo da bota de cano alto e manchando a calça cáqui, estava tão apavorada que me esqueci do monstro perigoso que se erguia ainda solto perto do meu ombro.

– Pegue-a – pediu Lauren, com os dentes trincados enquanto tentava rolar de lado, indicando a égua que estava parada, arfando, com medo e ainda cautelosa. – Você consegue, antes que ela...

Alexa começou a chorar aos berros, mas ninguém nos ouvia atrás da estrebaria. Todos estavam lá dentro, assistindo à competição, Fera tinha parado, com a cabeça baixa, fungando como uma sentinela furiosa acima de Lauren.
Eu podia sentir seu hálito quente no meu pescoço e então fiquei apavorada por mim também, nada de movimentos bruscos...

– Ela precisa ser amarrada, Mila – implorou Lauren, contraindo-se com o esforço das palavras.

Assenti em silêncio, pois sabia que ela estava certa, levantando-me bem devagar, o mais lentamente possível, me virei.

– Calma, garota – sussurrei, estendendo as mãos com as palmas para cima.

A égua se encolheu e eu também. Mantenha a calma, Mila...
Cheguei mais perto, os olhos de Fera giraram loucamente, mas ela não fugiu. Não deu coices, parecia entender que alguma coisa tinha dado errado.
Estendi as mãos trêmulas para as rédeas soltas que pendiam do freio.

– Calma, garota.

Mantive os olhos fixos nos dela e localizei as rédeas com as pontas dos dedos, a respiração da égua continuava pesada e rápida, mas ela ainda estava parada.

Lauren gemeu.

Eu precisava agir depressa, movendo-me com mais segurança, porém com os dedos trêmulos, enrolei as rédeas numa estaca presa ao chão.

Graças a Deus. Ela estava sob controle.

Corri de volta para Lauren, que apertava as costelas por cima da camisa ensanguentada.
Fiquei de joelhos e segurei sua mão livre.

– Está tudo bem – prometi. Mas não conseguia desviar os olhos de sua perna. Havia uma fratura na metade da canela e a bota de couro estava dobrada. – Chama alguém para ajudar – gritei para Alexa, que parecia paralisada.

– Foi um acidente – ela choramingava sem parar.

– Vai chamar alguém! – gritei com ela de novo. – Agora!

– Não! – rosnou Lauren, mais alto do que eu imaginaria ser possível, dada a posição retorcida de seu corpo. Mas algo em seu tom interrompeu Alexa e ela se virou. – Chame os pais da Camila. Mais ninguém.

Alexa hesitou, em pânico, perplexa, incerta. Olhou para mim.

– Chama os médicos de plantão – implorei a Alexa.

O que Lauren estava fazendo? Ela precisa de uma ambulância.

– Só os pais de Camila – disse Lauren, cuja voz se sobrepôs à minha em seu tom mais autoritária, e me segurou pela mão para que eu não pudesse ir.

– Eu... eu... – Alexa começou a dizer alguma coisa.

– Vá! – ordenou Lauren.

Alexa saiu correndo.

Rezei para que ela trouxesse os médicos.

– Droga, isso dói – gemeu Lauren, o rosto se retorcendo enquanto uma onda de dor a atravessava. Ela apertou minha mão. – Fique aqui, está bem?

Como Se Livrar De Uma Vampira ApaixonadaOnde histórias criam vida. Descubra agora