Capítulo 46

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Olá lindas ((((:

Cheguei perto do coreto do parque por volta das 10 horas, como o bilhete havia pedido, e o vampiro que estava esperando acenou, segurando o casaco em volta do pescoço com a outra mão.

Fazia um frio de rachar e havia previsão de neve.

– Fiquei com receio de que não viesse – disse ele, sorrindo.

Apesar do sorriso, me aproximei com cautela.

– Lauren disse que vocês todos iam para casa.

– É verdade – confirmou ele. – Os outros já retornaram à Romênia, fiquei para trás na esperança de ajudar na situação.

Relaxei um pouco, feliz por saber que a maioria dos tios de Lauren havia partido, quanto mais longe, melhor.

– Meu nome é Dorin – acrescentou ele, estendendo a mão enluvada. Ele deve ter me visto olhar para a lã colorida. Listras amarelas e laranja. – Chique, não acha? – disse ele, balançando as mãos. – Comprei no shopping.

Apertei a mão dele.

– Comprou no shopping?

– Ah, sim, cultura americana, tudo aqui tem a ver com diversão, fiquei com inveja quando Lauren foi despachada para ficar vários meses aqui, é claro que foi bom mandá-la para longe do velho Vasile durante um tempo. – Ele sugou as bochechas, tornando-as cadavéricas, numa imitação. – Pareceu uma jogada inteligente.

Examinei o rosto de Dorin.

Suas bochechas estavam rosadas no frio e os olhos eram pretos, como eu passara a esperar dos vampiros, mas tinham um franzido alegre nos cantos.

– Sente-se, sente-se – disse ele, indicando um banco e espanando um pouco de neve.

Mesmo assim o banco não pareceu muito convidativo.

– Será que a gente poderia ir a uma cafeteria ou algo assim? – sugeri, soprando as mãos.

Lancei um olhar de desejo para suas luvas.

Dorin ponderou, com a cabeça balançando para a frente e para trás.

– Claro. Por que não? Acho que fiquei num clima meio capa e espada com esse parque vazio. Sou fã de romances de espionagem, sabe?

– Eu também – respondi, sorrindo.

– Bom, não fico surpreso – disse ele, me levando para fora do coreto. – Como somos parentes e coisa e tal, provavelmente temos uma porção de coisas em comum.

– Somos parentes?

– Sim, sim. Eu deveria ter posto isso no bilhete, talvez fosse menos assustador para você.

– Parentes, como?

– Sou seu tio. Irmão de sua mãe.

Parei e o encarei, procurando algum traço familiar no seu rosto, qualquer semelhança com minha mãe biológica ou comigo.

– Você não se parece muito com ela nem comigo.

As bochechas rosadas de Dorin ficaram um pouco brancas.

– Bom, na verdade sou meio-irmão, seu avô andou tendo uma aventura fora do casamento.

Ele sorriu sem graça.

– Sou o produto disso.

– Mas você conheceu meus pais biológicos?

– Claro, claro, mas, primeiro, vamos a um lugar fechado, você está tremendo.

Como Se Livrar De Uma Vampira ApaixonadaOnde histórias criam vida. Descubra agora