Como Se Livrar De Uma Vampira Apaixonada

Capítulo 57

– Ela está armando contra a Lauren – falei para os meus pais. – Alexa jurou que iria se vingar por Lauren ter terminado o namoro, ela inventou tudo.

Os dois trocaram um olhar de dúvida.

– Lauren terminou com Alexa há dias – acrescentei, defendendo-o. – E tenho quase certeza de que foi porque tinha medo de acabar mordendo aquela garota, ela sabia que estava perdendo o controle, mas se conteve.

Mamãe lavava a louça da minha festa frustrada.

– Camila, Lauren está passando por algo muito difícil, lutando consigo mesmo, não podemos ter certeza do que aconteceu.

– Não aconteceu nada!

– E "nada" estava acontecendo no seu quarto? – perguntou papai. – Você está envolvida demais com Lauren para ser imparcial, Camila.

– Ela é uma Jauregui – argumentou mamãe, mergulhando os pratos na pia, parecia muito chateada. – Ela deseja não ser assim, mas pode não conseguir lutar contra esse seu lado, talvez tenha sido até perigoso deixá-la morar aqui, nem sei mais se fizemos a coisa certa.

– Vocês estão sendo injustos, só porque os tios dele são horríveis não significa que Lauren seja uma monstra! Ela não mordeu Alexa. Por favor, vamos até a delegacia!

Meus pais trocaram outro olhar inseguro. Então papai disse:

– Camila, independentemente de como a gente se sinta, Lauren pediu para cuidar disso sozinha, vamos respeitar o desejo dela e você também vai.

– Agora eu tenho 18 anos – observei. – Não preciso da permissão de vocês para fazer nada.

– Mas precisa de um carro – observou mamãe.

Corri até o gancho perto da porta dos fundos, onde meus pais guardavam as chaves.

Tinham sumido.

– Cadê as chaves?

– Isso é para o seu próprio bem, Mila – disse papai. – Você foi muito a fundo com Lauren, precisa recuar.

– E é nossa responsabilidade protegê-la – acrescentou mamãe. – Queremos ajudar Lauren também, é claro mas você é nossa maior prioridade.

Encarei os dois, me sentindo traída.

– Ela não nos quer agora, filha, fizemos tudo o que podíamos – disse papai.

O telefone tocou e eu agarrei o aparelho.

– Lauren?

– Não, é a Dinah.

– Não posso falar agora...

– É sobre o Lauren – disse ela.

Havia pânico em sua voz.

– O que é? O que está acontecendo?

– Não sei se devo contar.

– Diga logo, Dinah. Por favor.

– Eles estão fora de controle, estão falando em espancar a garota pelo que ela fez com a Alexa, Keaton incitou todo mundo com aquele papo de vampiro. Eles estão malucos!

Meus dedos apertaram o fone.

– O que você ouviu exatamente?

– Tem uns caras... esperando a Lauren. Vão levá-lo para o celeiro do Austin e "dar uma lição nele". – Ela fez uma pausa. – Estou com medo por ela, Mila, não sei o que ela fez com você...

– Nada!

– Mas estou com medo por ela, estão falando do sangue em você e dos arranhões em Alexa e de como a perna dela se curou tão depressa... e de todas as coisas que acharam no site sobre a família do Lauren, Mila. – Ela fez outra pausa. – E Alexa ouviu você chamar ela de vampira também, no estábulo.

Aquele dia no estábulo, há milênios.

Mais uma vez eu piorei as coisas para Lauren.

Pelo jeito, eu é que sou perigosa...

– Eles ficam falando sobre vampiros e estacas – gritou Dinah.

– Estacas? – perguntei.

O fone quase caiu da minha mão.

– É, Mila. Estão levando estacas, como se estivessem na Idade Média ou sei lá o quê! Para o caso de ela ser uma vampira de verdade! Eles piraram!

Estacas.

Pessoas fora de controle.

Turbas.

Meus pais biológicos foram destruídos dessa maneira...

Lutei para permanecer calma.

– Eles disseram quando isso vai acontecer?

– Esta noite, mais tarde, vão pegar Lauren quando ela sair da delegacia, todo mundo já soube que ela foi presa.

É claro.

A rede de boatos devia estar frenética.

– Obrigada, Dinah.

– Eu... eu sei que a gente não tem sido amiga ultimamente... mas isso... isso é loucura, achei que você deveria saber.

– Preciso desligar.

– Mila?

– O quê?

– Feliz aniversário.

– Tchau, Dinah.

Desliguei o telefone, escancarei a porta antes que meus pais pudessem me impedir e corri para selar Bela.

Agora começa a ação