Praia

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Manuela Narrando

O Miguel tinha me deixado em casa, por um fio não me entrego a ele isso não vai acontecer até ele terminar com aquela boneca de plástico. Chego em casa e vou pra cozinha procurando minha avó.
-Oi Manu, o que posso fazer por você?- Rita pergunta, sento na bancada e começo a mexer minhas pernas.
-Nada, estou procurando minha vó.- Ela limpa as mãos no avental e me ajuda a sair da bancada, odeia quando faço isso.
-Ela está na casa da dona Iolanda.- Iolanda era mãe da Taciana e do João uma velha metida de nariz em pé, fazia parte do clã das velhas plastificadas o mesmo que minha avó. Todas elas participavam de chás no domingo na casa de cada uma das integrantes ao todo eram oito mulheres com um sorriso eterno no rosto resultado dos inúmeros butox que elas aplicavam.
-E o meu pai?- Pergunto receosa, estou sem falar com ele desde aquele dia que discutimos.
-Ele está na biblioteca com uma visita.- Fiquei um pouco curiosa e resolvi espiar fui até a biblioteca e botei o ouvido na porta, quando fui encostar meu peso sobre ela não esperava estar encostada, a porta abriu e eu cai lá pra dentro de cara no chão.
-Meu Deus Manuela você está bem?- Papai pergunta preocupado e me ajuda a levantar, meu cotovelo está latejando pelo impacto.
-Estou bem.- Respondo seca e arrumo meu cabelo.
-A quanto tempo estava escutando atrás da porta?- Ele pergunta, reviro os olhos e finjo indiferença.
-Não estava escutando, só vim procurar meu avô.- Digo inocentemente e só aí me dou conta da mulher nos seus quarenta anos parada ao meu lado, parece uma boneca inflável com um beiço do tamanho do mundo.
-Olá sou Amanda e você?- Ela me pergunta com um sorriso forçado.
-Manuela.- Respondo. -Agora estou indo já vi que meu avô não está aqui.- Digo secamente e dou meia volta, uma mulher? Meu Deus, meu pai nunca trouxe uma mulher pra casa, okay pode não ser o que estou pensando mais sinceramente acho isso difícil, meu pai ficou anos sem trazer nenhuma mulher aqui e quando trás vem logo com essa aí. Affs isso me irrita.
-Boa tarde Vitória.- Meu avô diz, ele é o único que me chama de Vitória dou um abraço forte nele.
-Sabe que meu pai está com uma mulher de plástico ali na biblioteca?- Ele ri e balança a cabeça, nos sentamos no sofá ainda abraçados.
-Vitória, não fale assim ele ficaria zangado.
-Me diz um dia que meu pai não fique zangado comigo? Ele é doce como um limão- Digo sarcástica e ele ri mais uma vez e passa os dedos pelo bigode enorme. Odeio esse bigode, ele o tem desde que me conheço por gente.
-Ele anda bem estressado esses dias filha, nada pessoal.- Até parece, meu celular começa a tocar, é a Felipa.
-Oi amiga.- Ela diz entusiasmada.
-Oi amor.- Respondo e saio da sala deixando meu vô assistindo uma merda de futebol.
-Praia hoje? Vamosssss por favor.- Ela sabe que odeio praia, areia me deixa com um belo nervoso.
-Ah não- Digo e ela bufa.
-Por favor amiga, sabe aquele gatinho que te falei ele vai também e vai levar um amigo. E você pode fazer companhia pro amigo dele.- Dou uma risada e vou pro meu quarto.
-Vamos amiga, faz isso por mim.- Ela diz com voz manhosa, essa menina sabe como me convencer.
-Ta bom garota chata te encontro lá.- Era meio-dia uma péssima hora para ir a praia, o dia estava quente diferente da semana passada. Não faz muito calor aqui e quando sai um solzinho o povo tem que aproveitar pra curti a praia.
Tomo um banho rápido, visto um biquíni preto, uma blusa amarela e um shortinho de renda e boto um óculos ray ban com a lente espelhada e calço um chinelo.
Comunico meu avô que vou a praia e o Joaquim me leva até lá, quando chego acho a Felipa em um quiosque com dois meninos lindos. Ambos morenos.
-Olá.- Digo e dou um sorriso simpático.
-Gente essa é minha amiga Manuela, Manu esses são Mateus e Júnior.- Percebo que o Júnior é o tal gatinho que ela estava me falando, o outro me da um sorriso e uma piscadela. Tire o cavalinho da chuva baby, eu já tenho meu "namoradinho" penso comigo mesma e retribuo o sorriso. A droga hora de pisar na areia, vou andando na maior delicadeza para não sujar o pé. Uma missão quase impossível claro, solto um gemido de alívio quando sento na cadeira de praia e boto os pés em cima da cadeira da Felipa.
-Manu não vem pro mar?- Ela pergunta e eu nego com a cabeça, fico embaixo do guarda-sol, pior do que a areia é ficar com o cabelo grosso por conta do sal da água. Os três vão pro mar e eu fico observando o movimento, me arrependo por não ter trago um livro.
Fico mais um tempo sozinha até o Mateus voltar e sentar ao meu lado.
-Tem namorado?- Ele pergunta de repente, nossa que direto.
-Atualmente estou meia enrolada digamos assim.- Digo e mordo o lábio inferior.
-Que pena, te achei tão linda.- Porra ele é direto mesmo.
-Valeu, você também é lindo- Digo só por educação ele abre um sorriso e ficamos conversando sobre várias coisas diferentes. Ele senta na cadeira onde eu estou com os pés e os bota em seu colo, começa a fazer massagem neles, uma massagem tão gostosa. A Felipa e o Júnior voltam e a Fê me lança um sorriso cúmplice.
-Felipa, tudo beleza.- Olho pra cima e vejo o Miguel junto da Rebeca, mais que porra.
-Oi Miguelzinho- Felipa diz e abraça ele.
-Manu, nem tinha te visto aí.- Ele diz e olha pra onde meus pés estão.
-Vem fiquem aqui com a gente.- A Felipa diz e a Rebeca senta ao lado dela o Miguel senta ao meu lado e apoia um braço na minha cadeira.
-Acho que pode tirar a perna de cima dele.- Miguel rosna pra mim, e eu reviro os olhos antes de tirar as pernas de cima do Mateus, eu as cruzo abaixo de mim.
-Miguel leva a Manu até a água, ela não quer ir.- Felipa diz e a fuzilo com os olhos. Traidora.
-Por que não? A água está uma delícia.
-O sal deixa meu cabelo grosso.- Digo e cruzo os braços, ele da um sorriso ridículo e me pega rapidamente no colo. -Miguel não faça isso.- Grito e me debato tentando sair de seu colo.
-Isso Miguel.- A Fê grita e começa a rir.
-Traidora.- Grito de volta e bato no Miguel tentando me soltar. Ele entra no mar comigo e logo sou engolida pela água morna, ele pega meus pés e me puxa mais pro fundo. E me segura pela cintura.
-Viu como ta gostosa.- Ele diz e abre um sorriso maravilindo.
-Mas o meu cabelo vai ficar horrível.- Choramingo e ele sorri e me solta, e eu rapidamente afundo, meus pés não alcançam o fundo, ele me pega rapidamente. Começo a tossir e seguro em seus ombros enroscando minhas pernas em sua cintura.
-Foi mal, eu esqueci que você era tão baixinha.- Reviro os olhos e dou uma bufada. Idiota!
-Não é pra me soltar, eu não sei nadar.- Digo enquanto o aperto mais, medo da água me levar, ele agarra minha bunda e me da um beijo.
-Nunca te soltaria, nem deixaria você se afogar.- Sorrio, e boto meus lábios nos seus sua língua entra na minha boca reivindicando a minha, passo a mão pelo seu cabelo e o puxo suavemente. Ele é tão gostoso, eu o quero e estou decidida a dar o próximo passo com ele.
-Você é tão gostosa, porra.- Ele diz e me aperta contra sua ereção.
-Digo o mesmo, agora podemos sair da água?- Pergunto e ele me lança um meio sorriso.
-Deixa as coisas aqui em baixo esfriarem né.- Sorrio e concordo. Depois de um tempo ele resolve voltar.
-Você pode me levar?- Pergunto, e ele me olha confuso.
-Te levar?- Que idiota, meu Deus.
-É Miguel, me pegue no colo. Pois tenho nervoso da areia.- Ele balança a cabeça e me pega.
-Tenho um pressentimento que você está me usando.
-Pode crer.- Digo, ele sorri e me da um beijo rápido.

Maluco Por VocêOnde histórias criam vida. Descubra agora