Maluco Por Você

Gravidez

Dois meses depois.
Esses últimos meses foram tão tranquilo que até estranhei, meu namoro com a Manu estava cada vez melhor... E o Tiago que pediu a Felipa em noivado, quando ele me contou eu fiquei sem ação era uma baita loucura mas como eles se amam eu não pude falar porra nenhuma.
-Miguelll.- Ouvi a Manu gritar e corri até o banheiro batendo minha cintura na mesa. -Porra- Xinguei e entrei no banheiro apertando a cintura pra aliviar a dor.
-O que aconteceu?- Perguntei, ela estava pálida.
-Eu estou sangrando.- Olhei pra calcinha que pendia em suas pernas e levantei uma sobrancelha bufando.
-Você me chamou aqui pra falar que está menstruada?- Perguntei e ela balançou a cabeça.
-Não, eu não estou. Até porque não...
-Não..?- Perguntei confuso.
-Não desce já tem quase dois meses.- Senti o sangue ser drenado do meu rosto.
-E por que você não me falou?- Perguntei e soquei o balcão do banheiro.
-Porque... Eu pensei que fosse só um atraso.- Bufei e sai do quarto indo até onde estava nossas roupas botei um short qualquer e uma camiseta preta.
-Você deveria ter me dito, agora bote a porra de uma roupa e vamos pro hospital.- Ela colocou um vestido e prendeu o cabelo, saiu do quarto sem me da uma última olhada. Peguei a chave do carro e sai atrás dela.
Quando chegamos ao estacionamento abri a porta pra ela e entrei, liguei o carro e sai.
-O que foi em?- Perguntei assim que senti que ela tinha algo a dizer.
-Você não precisava ser tão grosso comigo.- A voz dela estava chorosa.
-Como você não quer isso, se você não me diz o que está acontecendo? Assim que você percebeu que estava atrasada deveria ter me dito caralho.- Não percebi que estava falando alto demais, eu estava histérico porra se ela estivesse grávida isso seria uma grande merda fodida, eu não poderia ser pai sendo que não tinha a porra de uma cidade fixa e nem responsabilidade pra isso. Eu sinceramente torcia pra não ser uma criança, não estava preparado pra isso nem agora e nem nunca, preferia dez cachorros a uma criança que chora, baba, e irrita a porra toda. Assim que estacionei o carro a Manuela saiu sem me esperar, tranquei o carro e segui ela pra dentro. Ah droga tinha um arranhão no meu carro bem no capô, algum merda deve ter feito isso ele precisa de uma nova pintura.
Assim que entrei no hospital a Manuela estava no balcão falando com um cara, me sentei na cadeira de espera e peguei meu celular enquanto a esperava.
-Idiota vem logo.- Revirei os olhos e a segui pro outro lado do hospital, sentei ao lado dela.
-Eu não queria ser grosso com você Manuela, só que.. Eu não quero ser pai agora, e nem tão cedo.- Ela bufou e franziu o cenho.
-Eu também não quero, mas mesmo assim não fico gritando com você.- A voz dela saiu estranhamente calma.
Depois de alguns minutos o nome dela foi chamado, ela fez alguns exames e outros tantos minutos depois foi chamada novamente. Já não tinha mais unhas nos meus dedos de tanto que as roi.
Nós entramos na sala e eu logo me sentei na cadeira.
-Boa tarde, sente-se.- A Manuela sentou e apertou as mãos umas nas outras nervosamente, pois é amorzinho eu também estava.
-Bom.. Tenho duas notícias, parabéns vocês vão ter um bebê.- Oh meu Deus, puta que pariu. Não acredito nisso, isso é fodido um bebê não vai poder me acompanhar nas viagens e a Manu grávida também não. Que caralho.
-E o que significa o sagramento?
-O sangramento não é nada bom, você vai ter que ficar de repouso. É uma gravidez de risco sinto muito, e pra isso todo cuidado é pouco. Minhas recomendações são: Repouso, você não pode se estressar e qualquer dor ou sagramento trate de procurar um médico com urgência, aqui estão os exames.- Ele entregou um envelope pardo pra ela e nós finalmente fomos liberados daquela mini tortura, entramos no carro em silêncio. Eu estou frustado, eu pensei que a Manuela tomava anticoncepcional porra, ou em hipótese alguma eu iria transar sem a porra da camisinha.
Assim que entramos no quarto fui direto pro banheiro e tomei um banho gelado pra acabar com o estresse.

Manuela Narrando
Eu não acreditava que estava grávida, eu não estava feliz e também não estava triste, não sabia o que estava sentindo. E era ainda pior quando o Miguel nem olhava pro meu rosto, sendo que não era só eu que tinha a culpa, ele saiu do banheiro vestiu uma camisa e saiu, sim ao invés dele sentar comigo e conversar ele preferiu me dar as costas e sair. Filho da puta, bastardo.
Levantei tomei um banho e me deitei na cama a fim de ver algum filme, mas acabei pegando no sono, acordei por volta das dez e meia da noite aproveitei pra finalmente ver um filme, meia hora depois o Miguel entra no quarto, tira o tênis e se joga na cama ao meu lado. Estava parecendo que estávamos casados a cinco anos, pois é assim que a maioria dos casamentos acabam, o marido sai faz suas merdas enquanto a babaca da mulher fica em casa cuidando dos filhos.
-Eu não quero um filho Manuela.- Mordi o lábio fortemente, pra conter as malditas lágrimas.
-Eu não vou tirar essa criança.- Falei e fiquei surpresa quando minha voz não saiu tremida.
-Porra Manuela, uma criança muda tudo vai ferrar os meus planos.- Senti meu sangue ferver, levantei da cama e olhei dentro de seus olhos.
-Foda-se os seus planos, essa criança não foi feita com o dedo. Então seja homem e pare com essa palhaçada de virar o rosto pra mim e me negar palavras. E eu juro por Deus Miguel que se você fizer o que fez a quatro horas atrás, você nunca mais vai me ver pois eu não vou aceitar que você saia e me deixe como uma idiota sozinha enquanto você está se embebedando ou comendo alguma puta por aí, não estou aqui para ser otaria.- Quando parei de falar estava sem fôlego, percebi que o corpo dele estava rígido.
-Como vamos tocar a porra da viagem com você tendo que ficar de repouso? E tendo uma gravidez de risco, assim ao invés da minha carreira decolar ela só vai afundar, e eu vou ser um puta empregadinho de merda do meu pai e tendo de alimentar minha futura mulher e meu futuro filho, obviamente vou ter uma vidinha deplorável.- Aquilo foi o cúmulo, sim ele tinha passado de todos os limites e suas palavras foi como facadas em meu peito.
-Você sim é deplorável Miguel, só pensa em si mesmo. Você me da nojo, e agora só quero distância de você seu grande babaca.- Foda-se que isso não estava dando em lugar algum mais eu fiz exatamente o que aquele idiota fez calcei minha sapatilha peguei minha bolsa onde tinha algum dinheiro e sai batendo a porta, corri até o elevador antes que ele se fechasse, amanhã mesmo eu estava voltando pra casa e nunca mais iria ver o idiota do Miguel na minha frente, agora eu o odiava ele. Não pensou nenhuma vez na inocente criança, porra o bebê não tinha culpa, a gente que fomos irresponsáveis o suficiente para transar sem camisinha inúmeras vezes. Assim que estava na calçada do hotel não tinha pra onde ir, então dei sinal pro táxi e pedi pra ele me levar pra primeira boate, vamos nos embebedar.