Maluco Por Você

Jantar

Miguel Narrando

Botei minha melhor roupa para ir até o jantar na casa da Manu, uma blusa social azul, calça jeans sem nenhum rasgo e uma bota preta. Toquei pra casa dela e quando cheguei estacionei próximo ao portão, um segurança que tinha lá permitiu que eu entrasse. Toquei a campainha e esperei até que uma mulher baixinha e negra veio abrir a porta.
-Boa noite, me chamo Olivia.- Apertei a mão dela e sorri.
-Sou Miguel.- Ela me levou até a sala de estar.
-Espere só um minuto que o senhor Rubens já está vindo.- Assenti e me sentei no sofá preto de couro, a sala era linda com um piano também preto que brilhava. Passei a mão pela minha calça para secar o suor, não entendo o porque desse nervosismo eu nunca fiquei assim.
-Boa noite.- Um cara aparentando seus sessenta anos entrou na sala, ele era calvo e tinha uma barriga de chop. Levantei e apertei a mão dele.
-Prazer senhor sou Miguel.- Ele sorriu e se sentou ao meu lado.
-Prazer, sou Rubens.- Nisso a Manu entrou na sala linda pra cacete, com um vestido soltinho branco e uns detalhes preto.
-Oi baby.- Ela falou e me deu um beijo na boca.
-Vamos jantar? Estou morta de fome, onde está a vovó?- Perguntou e me puxou pelo braço até a sala de jantar que também era outro luxo.
-Sua avó está no quarto, já vai descer.- Sentamos a mesa e a Manu sorriu pra mim.
-Tudo bem?.
-Sim, por quê?- Ela sorriu e apertou minha perna por baixo da mesa.
-Você não falou nada desde que cheguei na sala.- Quando eu ia responder uma mulher com o cabelo bem preto e curto entrou na sala.
-Boa noite.- Me levantei e abri um sorriso.
-Boa noite, vovó esse é o Miguel meu namorado.- A mulher me olhou da cabeça aos pés e levantou uma sobrancelha.
-Prazer sou Madalena.- Apertei a mão dela e sorri, sentamos novamente.
-Então Miguel trabalha em quê?- A Madalena perguntou.
-Eu toco em uma banda.- Ela me olhou cinicamente e deu um sorriso sarcástico.
-Em uma banda? Isso não é profissão.- Olhei dentro dos olhos da mulher que ostentava um sorriso eterno no rosto por conta dos botox.
-Pra mim é, posso não ser um advogado, bancário ou médico. Mas me orgulho do que faço.- A Manu soltou uma risada e apertou minha perna mais forte.
-Muito bem Miguel, eu também tocava em uma banda quando jovem. Tinha os cabelo grandes e um baita sonho que infelizmente não consegui realizar.- Isso era novo pra mim, Rubens não tinha cara que já fez parte de uma banda. A mulher que conheci mais cedo Olivia e uma outra que aparentava ser um pouco mais velha entraram na sala trazendo o jantar.
-O senhor era o vocalista?- Perguntei e ele sorriu.
-Eu tocava bateria uma de minhas paixões até...
-Manuela.- Olhamos pra porta e tinha um cara que se parecia muito com Madalena, tenho quase certeza que era o pai da Manuela.
-Pai?- Os olhos do cara caíram sobre mim e ele franziu o cenho.
-Você é?
-Miguel, namorado da Manuela.
-Miguel esse é meu pai Manuel.. Pensei que não estaria aqui.- Manu falou e levantou uma sobrancelha ainda olhando pro seu pai.

Manuela Narrando

-A Amanda teve que voltar, então aproveitei para vir aqui te ver.- Desviei os olhos dele e me virei pra frente, comendo minha comida.
-Manuela, seu pai veio por você e olha como você está agindo.- Arregalei os olhos e olhei pra minha vó.
-Por mim? Ele veio porque a bonequinha dele teve que voltar.
-Você é dramática como sua mãe era Manuela.. Amanda, Amanda?- Meu pai falou.
-Oi boa noite, meu amor precisamos ir.- Apertei meu garfo com a maior força até meus dedos ficarem brancos, senti a mão do Miguel em minha perna e fiquei um pouco mais calma.
-Daqui a pouco, vamos jantar antes.- Eles sentaram na mesa e se serviram, eu rapidamente perdi o apetite.
-O que ouve de tão grave Amanda? E quanto tempo vão ficar?- Minha vó perguntou, eu fiquei remexendo no peixe em meu prato.
-Nada grave, não vamos ficar por muito tempo Manuel tem que voltar a filial de São Francisco, ele irá ficar no meu apartamento.- A voz dela me causava ânsia de vômito e tédio total.
-Eu poderia te chamar pra ficar com a gente nesse período minha filha, mas o filho de Amanda irá estar lá com alguns amigos. A casa vai estar cheia.- Bufei e me levantei.
-Até parece que eu iria aceitar né, obrigada por terem estragado o jantar. Vamos Miguel.- Puxei ele pelo braço e fui até meu quarto trancando a porta.
-Porra meu pai e essa ridícula me estressam, e você não falou nada né.- Ele riu e se sentou na cama.
-O que você queria que eu dissesse? Era treta de família.- Sentei no colo dele e passei meus braços pelo seu pescoço.
-Meu pai é um saco né?- Perguntei e ele assentiu me abraçando.
-Muito, ele é um babaca. Você é filha dele pelo amor de Deus.- Ele tinha razão, mas agora o que eu mais queria era esquecer tudo e me embebedar de Miguel.