Capítulo 01 - Vos declaro casados!

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— Jackson Ryan Albuquerque, você aceitar a se casar com Atena?

Diz não.

— Aceito.

— Atena Rose Gama, você aceitar a se casar com Jackson?

Eu poderia dizer não e sair dessa situação. Poderia, se eu não tivesse concordado com isso tudo.

— Aceito. — agora já era, acabo de sentenciar minha pena de morte.

A exatamente três meses atrás, meu pai nos deu a notícia de que sua empresa estava passando por uma crise e que teríamos de abrir mão de muitos bens. Até ai eu pensei " ah bem, muitas empresas entram em crise " mas o assunto ficou realmente sério — e de meu interesse — quando ele me chamou em seu escritório. Vai vender meus carros, foi o primeiro pensamento que tive quando o segui até sua sala. Mas não tinha nada haver com os meus carros, era muito pior que isso.

— O senhor quer o que? — começo a gargalhar. Sempre amei esse lado de meu pai, ele tinha um ótimo humor.

— Não estou achando graça em nada disso, Atena.

Cesso minha gargalhada quando escuto seu tom de voz. O mesmo tom de voz que quando criança, me fazia arrepender por ter aprontado, e o mesmo tom de voz ainda fazia o mesmo efeito.

— O senhor não está falando sério.

— Estou falando mais sério do que você pensar. — e ele não estava brincando.

Depois de muitas explicações, vários porquês, eu chorei na frente de meu pai depois de anos. Tudo bem, talvez eu seja um pouco — ou muito — mimada. Tudo bem que eu nunca quis trabalhar, mas eu não tinha culpa se meus interesses eram festas e viagens. Poxa! Como homem da família, era obrigação dele me sustentar.

— Você nunca trabalhou, desistiu da faculdade ...

— Mas direito não era ...

— Não me interrompa enquanto estou falando. — abaixo a cabeça.

— Desculpa.

— Só me da desgosto, e não pense que eu não sei sobre os seus cartões. — caralho, ele sabia. — A decisão é sua, ou você toma jeito ou lhe tiro de meu testamento.

— O senhor está mesmo querendo casar sua própria filha com um desconhecido? — controlo meu tom de voz, se eu surtar é capaz dele me expulsar de sua casa e tira meu apartamento.

— Não é um desconhecido, é o filho de Bruno, o mesmo que pode ajudar nossa empresa a sair da lama.

— Ele é um idiota!

— Idiota esse que já trabalha e é orgulho da família, diferente de muitas pessoas. — isso doeu. Dou um passo para trás magoada, realmente magoada, nunca imaginei meu pai me via como uma inválida. — A decisão é sua.

Uma inválida, uma completa inválida, não existe coisa pior no mundo do que escutar isso da boca de seu próprio pai.

— P-posso … — limpo a garganta. — Da a resposta amanhã?

— Pode.

Em seguida saio de seu escritório.

Chegando em meu quarto liguei para Douglas e relatei todo o acontecimento. Ele disse para eu ficar calma, que meu pai só estava estressado por causa da crise. Queria ter acreditado em suas palavras.

No dia seguinte quando encontrei meu pai na mesa para o café, lhe dei minha resposta.

— Com a declaração que acabais de afirmar perante mim, e por receber-se em matrimônio, eu em nome da lei, vos declaro casados! Pode beijar a noiva.

Pisco os olhos voltando ao presente. Jackson me dá um rápido selinho e se afastar rápido, quando viramos para as pessoas no jardim de minha família, ambos abrimos sorrisos falsos.

(…)

Dançamos a valsa dos noivos, fizemos toda a baboseira de casamento, e tive que dançar com a maioria dos homens presente, quando chego a vez de Douglas o abracei forte.

— Você tá linda.

— Você também não esta nada mal. — coloco a mão em seu ombro e com a outra seguro sua mão direita e damos continuade a música.

Douglas Elgort, somos amigos a onze anos, amigos com benefícios desde meus vinte e um anos, não sentimos nenhum tipo de atração amorosa, só puro desejo sexual, mas infelizmente nossa amizade colorida teve término ontem de manhã.

Me espreguiço e meus ossos estalam, respiro fundo e aprecio o silêncio, até Douglas colocar a mão em minha bunda. Dou um tapa na mesma antes de me sentar na cama.

Bom dia pra você também. — ele vira para seu lado da cama e fechar os olhos.

Mal dia, péssimo dia.

Visto minha calcinha já irritada. Amanhã era o maldito casamento.

Uma noiva deve está radiante em seu casamento. — ele provoca, ele sabia do contrato.

E um padrinho deve está vivo no altar. — Douglas rir, mas não diz nada. — Não chegue atrasado, o casamento é de mentira mas quero tudo perfeito.

Não irei, Antena.

— Idiota. — reviro os olhos. Coloco minha última peça de roupa e vou até ao seu lado da cama e lhe dou um selinho. — Foi bom foder com você.

Foi bom foder você.

Rio e me afasto, em seguida vou embora de seu apartamento.

Nossa última transar antes deu virar mulher de alguém e fingir está apaixonada por meu marido. Que ridículo.

◾◾◾

Fui obrigada a ir para uma lua de mel falsa, com o meu marido falso. Estávamos a dois minutos sentados em silêncio enquanto esperávamos nosso vôo ser chamado.

— Que horas são? — pergunto.

— Três e ... — olha no relógio. — Quarenta e quatro da manhã. — diz indiferente.

Era como estar ao lado de um completo estranho que está pouco se fodendo pra você, não que eu me importe.

Jackson Albuquerque, filho de Bruno e Sasha Albuquerque, filho prodígio que estar trabalhando nas empresas do pai desde que saiu da faculdade, tem vinte e nove anos e nunca foi visto com uma namorada fixa. Sempre nos víamos nas festas das empresas de nossos pais, datas comemorativas em nossa adolescência, mas nunca trocamos mais de cinco palavras. E era isso, tudo que sabia de meu marido.

Dizendo o estúpido do meu pai, que ele também não havia aceitado essa oferta de bom agrado, eu teria perguntando mais coisas se eu não estivesse tão puta da vida com ele.

Começo a roer minhas unhas, só faço isso quando estou nervosa, não que eu esteja nervosa por está ao lado dele, estou nervosa sobre as possibilidades do que me espera assim que chegarmos em Londres.

Levanto e vou comprar um café, quando volto, Jackson continua na mesma posição, quase bufo com a visão. Levo um susto quando nosso vôo é chamado, pego minha bolsa e pretendo segui em direção a sala de embarque mas paro quando Jackson levanta como se fosse um movimento muito cansativo e oferece sua mão para segurar a minha. Franzo a testa e ele indica com a sobrancelha e vejo o flash, paparazzi. Pego sua mão e vamos andando juntos até o nosso destino.

— Eles já foram? — pergunto.

— Não.

— Droga!

— Não sei se isso foi idéia de meu pai, ou do seu.

— Ou de ambos.

Soltamos nossas mãos quando passamos pelo detector, e fico supresa quando ele estende a mão novamente para mim. Pego ou não pego? Pego.

Seja o que Deus quiser.

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