Capítulo 09 - Na saúde e na doença

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Jackson estaciona o carro, mas ambos não saímos, o silêncio era como uma manta para nós. Ainda não tive coragem de olhá-lo, por vergonha, ele vai assumir o filho de Douglas, não sei se respiro aliviada ou fico preocupada, se Jackson tinha um plano eu precisava saber, não que eu fosse discordar, ele salvo minha cabeça.

— Como vai ser de hoje em diante? — pergunto. Lembro que a uma semana atrás estávamos nessa mesma posição, mas ambos estávamos rindo, tínhamos ido jantar fora e presenciamos uma mulher passar mal porquê boto muita pimenta em sua refeição, sim nós rimos por isso. Escuto Jackson soltar o ar antes de começar a fala.

— Eu vou assumir essa criança, não sei porque, mas eu me importo com você. — engulo em seco. — Pensei em diversas formas de falar para meu pai que não posso suportar esse casamento, mas pensei em sua família, principalmente em sua irmã, ela só é uma criança, não merece ver o pai ir à ruína por causa de sua irmã que não conseguiu manter as pernas fechadas. — dito essas últimas palavras foi impossível ficar calada.

— Eu não era casada com você quando isso aconteceu! Se vai jogar na minha cara, era melhor ter deixado eu sofrer a porra do aborto em vez de ter salvo essa criança, se quiser o divórcio peça, ninguém merece suportar isso por anos. Acha que vai ser fácil mentir para os meus pais? Minha mãe, principalmente, você não imagina como eu queria que esse bebê fosse seu, eu queria, mas alguém lá em cima me odeia muito.

Ele ignora tudo o que eu disse e diz:

— Aquele filho da puta não vai saber a respeito dessa criança. — e sai do carro sem mais delongas. O filho da puta eu suponho que seja Douglas.

Eu vou ser capaz de manter esse segredo?

                            ◾◾◾

Por algum motivo, esperamos eu completar quatro meses para contamos para as pessoas. Segundo Jackson —
ele me explicou isso sem olhar nos meus olhos. Ele fazia muito isso no último mês — que se eu quisesse fazer meus pais e os deles acreditarem que o filho era seu, deixasse eles acreditarem que a criança iria nascer de oito meses e não nove como era o previsto.

Apesar de todas as pessoas estarem felizes, eu estava cada vez mais entalada com toda a história, me sentia triste a todo momento. Primeiro eu não podia contar a Douglas sobre a paternidade, e eu queria porque querendo ou não, éramos amigos; segundo, nem as meninas sabiam a verdade e isso me fazia pensar que estava quebrando o que eu mais prezava: confiança; terceiro que Jack...Jackson! Estava falando comigo por obrigação, as semanas felizes que tivemos acabou. Agora ele falava dando ordens de como seria e o que eu deveria fazer. Embora compartilhemos a mesma cama, é como se eu estivesse sempre sozinha, sempre sem segurança, vulnerável a qualquer palavra... Me pego chorando no banheiro, me questionando o porquê de tudo isso acontecer comigo. E claro, tinha os hormônios que estavam me deixando insanamente instável.

— Atena? Jackson ligou para avisar que daqui a trinta minutos seus convidados estão chegando para o jantar. — levo um susto, Renata coloca a cabeça na porta entreaberta do quarto de hóspedes.

— Que jantar? — pergunto desanimada, Jackson não poderia me ligar para avisar, ele já passa o dia fora, chega quase na hora de dormir, e algumas palavras comigo para que?

— O jantar com seus pais, os dele. — ela arqueia a sobrancelha — Você está bem?

— Ah, sim. Desço em quinze minutos. Obrigada. — sorrio grata e ela sai desconfiada.

Na verdade, não estava nada bem, dores assolavam meu corpo, estava aparecendo algumas manchinhas, desde ontem, pelo meu corpo e a vontade de comer cada vez mais distante. Fui me arrumar.

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