Capítulo 1

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A terceira guerra mundial devastou cinco oitavos do mundo. Livros de história dizem que antes da destruição, as pessoas acreditavam que o que levaria à guerra seriam os desentendimentos da China e Estados Unidos, ou até mesmo a guerra que acontecia na Síria, contra o Estado Islâmico, que se espalharia pelo mundo devido ao envolvimento com os demais países. Porém, devo dizer que os motivos da guerra não foram necessariamente, políticos, econômicos, muito menos religiosos, e sim sobrenaturais. Sempre houve coisas que a sociedade nunca entendeu, e o fato de que algumas pessoas podem fazer algo além do comum, foi o que revoltou o mundo e transformou tudo em guerra.

Assim que descobriram as pessoas que, no caso, chamavam de paranormais, eliminaram grande parte. Alguns fugiram para o norte, e assim conseguiram sobreviver, mas nem todos tiveram a mesma sorte. Quando a guerra acabou, aqueles que conseguiram fugir, voltaram e se naturalizaram com o restante da população, que naquele momento, se reerguia, mas então foram todos presos.

Sunny, foi esse o nome escolhido pela minha mãe. Quando pequena, ela dizia que eu seria radiante como o Sol, e para falar a verdade eu entendia pouco sobre isso, até que fui presa também. Descobri que o significado do meu nome não era apenas sobre ser radiante. Sempre achei que se um humano e um paranormal tivessem um filho, a criança nasceria normal, pois os poderes paranormais se desenvolvem como o tempo, ou seja, não é nada que venha de raízes, acreditei que a porcentagem de chances era mínima. Porém, descobri que as coisas não funcionavam assim.

Fui presa com 12 anos, necessariamente, quando minha mãe morreu. Nós estávamos escondidas, encolhidas na escuridão de um galpão abandonado. Ela me olhava, com lágrimas nos olhos, enquanto tapava minha boca para que os homens encapuzados não nos encontrassem, mas então por um deslize, deixei meu bracelete de prata cair e eles nos encontraram.

Eles a puxaram pelo cabelo, enquanto um dos homens me segurava pelo braço. E então, ela lutou, lutou com todas as forças para escapar daquilo, mas a luta acabou, quando um dos homens atirou em sua cabeça e ela caiu morta. Eu senti uma dor imensa e a raiva me consumiu. Me sentia devastada e impotente, até que aconteceu algo que nem eu pude acreditar. Uma chama brotou de minhas mãos e atingiu em cheio um dos homens que me seguravam, imediatamente, outros três me seguraram e um deles me bateu tão forte na cabeça, que desmaiei.

E foi assim que fui parar no ISM (Instituto de Segurança Máxima), junto com diversas outras pessoas. Éramos condenados à experimentos com a finalidade de descobrir a origem de nossas anormalidades; todos os dias éramos dopados, sujeitos a ser eletrocutado, recortado, ferido ou até mesmo morto. O governo dizia que tínhamos de ficar ali para manter as pessoas seguras, mas a nossa segurança se encontrava em risco. Tive algumas amigas, que não foram feitas por opção, mas nossa condição nos fez amigas, e infelizmente, nenhuma delas resistiu, ou aos ferimentos, ou simplesmente foram eliminadas por rebeldia.

Eu ficava ali, quieta, na minha, ora chorava, ora me sentia forte. Implorava a cada minuto por liberdade, ou no mínimo por comida descente. Brincava com minhas habilidades e aprendia com meus medos. Estava sempre machucada; sempre séria e amuada, pedindo à Deus a morte, caso a liberdade fosse impossível.

Sunshine (Completa)Onde histórias criam vida. Descubra agora