Capítulo 20

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Acordei e olhei para o lado, Phillip ainda dormia. Virei e olhei no relógio, que ficava no criado-mudo, eram 9:45, o que significava que tínhamos perdido o café.

-Phillip! -Disse, chacoalhando-o.

-O que houve? – Ele acordou, esfregando os olhos.

-Perdemos o café!

-E qual o problema? Podemos pedir para que tragam no quarto.

-O problema é que nós dois não aparecemos no salão, creio que desconfiam de algo.

-Aí meu Deus! É verdade, com certeza meu pai virá ver se está tudo bem. – Disse ele, levantando-se e colocando suas roupas.

-Vou pro meu quarto! – Disse, terminando de me vestir.

-A gente se vê? – Disse ele, me olhando com um sorriso nos lábios.

-Claro que sim. – Sorri, dei-lhe um selinho e saí corredores à fora.

Corri o mais rápido que meus saltos deixavam-me correr. Atravessei o grande corredor que nos separava e cheguei ás escadas. Subi todos aqueles degraus, correndo, e quando cheguei ao meu andar, já estava sem fôlego, caminhei, com passos largos, até minha porta e entrei no quarto.

Hanna estava sentada na poltrona esperando que eu chegasse.

-Preciso de um camisola, de gelo e preciso tirar essa maquiagem!

-É por isso que estou aqui. Vamos tirar logo a maquiagem, - Disse ela, pegando algodão e um líquido – coloque a camisola, enquanto eu pego o gelo. Mas para quê gelo?

-Tenho que arrumar uma desculpa, "estou doente". – Fiz aspas com os dedos.

-Tudo bem. – Riu, enquanto tirava a maquiagem.

-Muito obrigada, Hanna. – Sorri.

-Não há de quê, Sunny. – Deu uma piscadela para mim – Me dê licença, vou buscar o gelo.

-Tudo bem, - Disse, colocando a camisola – não demore, por favor.

Hanna demorou alguns minutos até chegar com o gelo e anunciou que o rei estava vindo no fim do corredor. Esfreguei o gelo em minha testa e corri para debaixo das cobertas, Hanna se encarregou de me ajudar com aquela mentira quando piscou para mim, ao se dirigir à porta para atendê-la.

-Bom dia, Senhorita. Vim verificar se a senhorita Skiller está bem. – Disse alto.

-Por aqui, Majestade. – Ouvi Hanna, num tom menor.

-Olá Senhorita Skiller, creio que tenha bons motivos para faltar ao café, sem no mínimo avisar.

-Majestade, perdoe-me, a culpa foi minha. – Disse Hanna.

-Do que está falando, Hanna ? – Perguntei, imediatamente.

-Lembra de quando a senhorita pediu para que eu avisasse o rei que não desceria, por não se sentir bem? – Assenti, confusa e ela continuou – Eu me esqueci. Fui pegar seus remédios e acabei não avisando vossa Majestade.

-Então foi por sua incompetência? – Disse o rei, olhando para Hanna.

-Me perdoe, prometo que não irá se repetir.

-Tudo bem.

Rei Dilan deixou o dormitório e pude sentir o alívio.

-Hanna o que foi aquilo? -Perguntei.

-Não queria que se complicasse, Senhorita. Aliás, saiba que torço muito para que fique com Phillip, ele será alguém melhor que Dilan, com uma boa esposa ao seu lado. -Sorriu.

-Você é incrível, -Ri – obrigada.

-Não há de quê. – Sorriu - Conte-me, como foi o jantar.

-Foi maravilhoso, Hanna! Já provou a torta holandesa?

-Nunca, mas disseram que é ótima! -Riu.

-Pedirei à Phillip que arrume uma dezena delas para você! – Sorri.

Conversamos por horas, até que o almoço chegasse e Hanna se retirasse. Naquele dia, eu fingia que estava doente, então deveria ficar no quarto o dia todo. Olhei para janela e lá estava Phillip. Parecia que me aguardava.

-Oi! – Mostrei o bilhete.

-Olá, Pimentinha! – Mostrou, sorrindo.

-Tudo ok?

-Tudo Okay! – Sorriu.

-"Estou doente."– Ri.

-Fiquei Sabendo. -Riu.

-Ótimo! – Sorri.

-Tenho que ir. – Olhou, fazendo cara de triste e levantou outra folha – Nos veremos?

-Com certeza. – Sorri

-Quarto 27. -Ele mostrou a folha pela janela.

-De novo? – Revirei os olhos.

-Se quer me ver...

-Okay.

Esperei que ele deixasse o quarto e muitas horas depois , lá estava eu, seguindo pelo corredor, até as escadas. Desci a primeira escada, em silêncio, e segui pelo corredor de baixo, onde eu teria de descer mais uma escada para seguir ao quarto 27. Os corredores eram extensos, e eu deveria simplesmente andar por alguns minutos, para assim, chegar ao outro lado. Caminhei e dobrei a esquina. Antes que eu pudesse chegar até o fim do corredor, senti alguém me puxando pelo braço e, sem que eu pudesse reagir, já me via desmaiada, com o cheiro de álcool.

Sunshine (Completa)Onde histórias criam vida. Descubra agora