Capítulo 21

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Acordei, estava em um dos quartos do palácio, deitada na cama. Estava com um pouco de enxaqueca, eu precisava sair dali. Me levantei e senti algo me puxando pelo pulso, havia uma algema me prendendo a cama. Logo achei que aquela seria mais uma das brincadeiras de Phillip, ele adorava filmes com esse tipo de coisa.

-Phillip?! Tem que parar de assistir esse tipo de coisa!

-E quem disse que eu me chamo Phillip?

Um garoto de cabelos platinados saiu do banheiro, ajeitando os botões dos punhos.

-Quem é você? O que quer comigo? – Gritei.

-Calma, ruiva. -Ele Sorriu – Não vou te machucar, bom, por enquanto não pretendo.

-Do que está falando?

-Fiquei sabendo que anda bem próxima ao príncipe. -Sorriu, misterioso -Quero que me ajude com uma coisa.

-O que quer? – Respirei fundo – Diga logo!

-Quero que me ajude a matá-lo.

-O quê? – Gritei, abismada.

-A família real destruiu nossas vidas. Temos que fazer algo.

-Nossas vidas?

-Sim, dos paranormais.

-Eles querem nos dar outra chance! – Supliquei.

-É só uma desculpa para nos matarem com motivo! Não percebe, garota? Se disserem que não nos adaptamos à conviver em sociedade, não terão motivos para nos manter vivos!

-Não é verdade! Phillip não faria isso!

-Ele fez! Aliás, seus pais fizeram. Deve saber do Justin.

-É mentira, - Engoli seco, buscando as próximas palavras – Phillip não tem nada a ver com isso!

-Isso não vem ao caso. A questão é, - puxou uma cadeira e sentou-se com o peito contra o encosto – temos que fugir, Ruiva! Mas antes, temos que ensinar algo à esses jóias ambulantes.

-Não vou fazer isso. Me mate se quiser, mas Phillip não merece isso.

-Saiba que não preciso de esforços. – Ele Sorriu e se calou.


Senti algo contra minha garganta, comecei a buscar o que me incomodava com as mãos, mas não encontrava nada. Comecei a sufocar e não conseguia encontrar o que causara aquilo, olhei nos olhos do garoto e vi, que o que me sufocava não era nada além de seus poderes.

-Pare! – Falei, quase sem respirar.

Ele insistiu em me deixar sem ar, foi então que atirei-lhe uma bola de fogo, em defesa, que atingiu em cheio seu abdômen. Imediatamente ele deixou de me sufocar para apagar o fogo.

-Não é tão fraca quanto imaginei. -Riu, enquanto eu tentava voltar a respirar.

-Me deixe ir embora. – Supliquei, sem forças.

-Não posso. Irá contar sobre mim.

-Prometo que não. Se me deixar ir, ninguém saberá o que houve.

-Não. Ficará o necessário. -Disse ele, seguindo em direção à porta.

-Onde vai? Não me deixe aqui!

-Até logo, ruiva. -Ele bateu a porta, deixando-me sozinha.

-Não! -Protestei, mas já não podia ser ouvida.


Eu precisava fazer algo, precisava sair dali. Olhei ao redor, em busca da chave que trancava as algemas, mas não encontrei nada. Foi quando tive a brilhante ideia, eu precisava aumentar minha temperatura corporal, assim, me escaparia das algemas de metal. Me concentrei o máximo que pude, e aos poucos, consegui aumentar o calor de meu corpo. Alguns minutos depois e eu já via o metal, que cercava meu pulso direito, ganhando tons alaranjados, e movimentando o braço, eu já conseguia me ver livre das algemas. Corri para a porta, virei a maçaneta, mas a tentativa foi falha, estava trancada.

Aquele era um dos quartos que tinham sacada. Corri para a porta de vidro, que por sorte, estava destrancada Saindo pela a pequena porta, olhei para as extremidades vizinhas e oito sacadas depois, avistei uma cortina branca, balbuciando com a brisa. Não hesitei, e no mesmo instante, passei a me equilibrar nos pequenos muros que se localizavam na extremidade de cada sacada. Pulei para o último muro, e me equilibrando, desci ao chão. Abri a porta rapidamente, sem sequer ver se havia alguém no quarto, e logo em seguida, bati a mesma.

-Sunny?! – Era Phillip, e eu estava em seu escritório.

-Oi, estou atrasada? -Questionei, com ironia.

-Bom, - disse se levantando – combinamos de nos encontrar às 17 horas.

-Que ótimo, que horas são? – Sorri, tímida.

-18:30. – Ele me olhou.

-Talvez eu esteja um pouco atrasada.

-Como me encontrou aqui? Tínhamos combinado de nos ver no quarto 27, não no meu escritório. – Cruzou os braços.

-Foi sem querer. Eu estava pulando sacadas e então eu...

-Pulando sacadas? De onde tirou essa ideia? E se tivesse caído?!

-Não caí. -Sorri.

-Sunny, você precisa de descanso.

-Não, Phillip! Eu estou bem!

-Você estava pulando sacadas! E nem sequer eram do seu lado do palácio.

-Como assim?

-Sunny, como conseguiu autorização para atravessar o corredor? -Disse ele se referindo à divisória do palácio.

-Eu só... Só...

-Vamos, Sunny. Precisa de repouso. -Disse, se aproximando e passando o braço ao meu redor.

Ainda abraçado a mim, Phillip me conduziu pelos corredores até meu dormitório. Eu estava confusa, como o garoto de cabelos platinados havia conseguido atravessar o corredor? Pior, como conseguiu atravessar, carregando uma garota desmaiada?

-Phillip, eu estou bem, não preciso de descanso.

-Sunny, só precisa dormir um pouco. – Acariciou meu rosto.

-Não quero dormir. -Fiz bico, apesar de já estar um pouco velha para esse tipo de chantagem.

-Mais tarde venho te ver. -Sorriu.

-Não, por favor. Fique. – Pousei minha mão em seu peito.

-Ah se eu pudesse... – Respirou fundo e continuou - Se eu pudesse, passaria todas as manhãs, tardes e noites com você.

-Não me deixe sozinha...

-Não ficará, tem sua criada. Aliás, não precisa esperar muito. Logo acabo meu trabalho e venho te ver.

-Tudo bem. -Sorri, triste.

-Não fique assim, Pimentinha. -Me beijou – Te vejo daqui a pouco.

Phillip deixou o corredor e eu entrei no quarto. Hanna estava lendo.

-Olá! Precisa de algo, Senhorita ? -Disse, levantando-se rapidamente.

-Não, Hanna. Pode ficar à vontade. Só te peço uma coisa, não me deixe só, okay? Nem por um segundo.

-Tudo bem, Senhorita. Mas há algum motivo específico para que eu...

-Não. – Interrompi, não queria falar nada sobre o garoto que á pouco havia me trancado no quarto – Só quero companhia até o jantar.

-Tudo bem. -Sorriu.

Me deitei na cama. Eu estava cansada e talvez, Phillip tivesse razão, eu só precisava dormir um pouco. Eu estava com medo. O garoto não podia me obrigar a cumprir aquela proposta horrível. Matar Phillip? Nunca! Mas eu estava correndo risco, teria de ser mais esperta e ficar mais atenta por onde ando.

Sunshine (Completa)Onde histórias criam vida. Descubra agora