Capítulo 9

23 3 1
                                    

Eram quase oito horas e eu estava terminando de me arrumar. Hanna ajeitava meu vestido salmão, enquanto eu me lembrava do que treinei com Phillip. Meu coração estava a mil e eu sentia dezenas de borboletas voando por meu estômago. Dei a última olhada no espelho e, acompanhada por um mordomo, segui para o Grande Salão, onde estava acontecendo a festa. Adentrei-me no salão, me equilibrando nos saltos extremamente altos.

Respirei fundo e olhando ao redor vi as meninas, estavam deslumbrantes. Amanda estava com um vestido lilás, maravilhoso, e o cabelo de Judje tinha lindos cachos. Me aproximei das mesmas, que para minha surpresa, me receberam com sorrisos e abraços. Olhando um pouco mais ao redor, vi Phillip, que ao cruzar o olhar comigo, piscou, o que me fez sorrir verdadeiramente.

A festa tinha princesas de todos os lugares, o que me fez sentir um pequeno incômodo, mas mesmo assim, puxei assunto com algumas delas, e foram super gentis comigo. Eu estava colocando em prática tudo o que Phillip havia me ensinado. Jordan, o príncipe das Ilhas Vaneces era o único amigo de Phillip, passaram a festa toda conversando. Jordan era lindo; tinha olhos cor de mel e cabelos castanhos, seu sorriso era perfeito e seus braços eram tão fortes quanto os de Phillip.

Depois de algumas horas de festa, de muita dança, comida e bebida, fui ao banheiro. Estava lavando as mãos, quando Rachel entrou no local.

-Olha só, quem temos aqui...

-O que foi? - Revirei os olhos.

-Fiquei sabendo que esteve no jardim com Phillip... Lissa me contou.

-Que ótimo! Dê-me licença... -Disse, passando ao seu lado, até que senti suas garras enfincadas em me braço.

-Não vai à lugar nenhum...

-Me solte! - falei urrando de dor.

-Você não é tão forte quanto parece. - Ela retirou as garras de braço.

-Qual o seu problema? - Gritei, empurrando-a contra a parede.

-Eu entendi seu jogo. Por que a pobre garota de fogo não pode se casar com a Vossa Alteza? É claro que ele não resistiria se você desse em cima. O pobre garotinho do palácio, sem nenhuma mulher, não deixaria a oportunidade passar.

-Do que está falando? De onde tirou isso?

-Escute aqui, vadia, - Disse ela, colocando as mãos em meu pescoço, impedindo que eu respirasse - fique longe dele. Ele é meu!

-Me solta, sua... - Ouvi a porta abrir, era Judje.

-Solte ela, Rachel! -Disse ela, gritando e soltando as mãos de Rachel de meu pescoço.

-Você é louca! - Falei, com lágrimas nos olhos, em estado de choque - Vai morrer sozinha.

-Vamos embora daqui, Sunny... - Judje me puxou para o salão.


Saí do banheiro e todos me olhavam, minha cara de assustada não enganava, muito menos as feridas no braço. Eu estava constrangida, magoada e com um nó imenso na garganta. Atravessei o salão rapidamente e subi as escadas correndo, deixando um rastro de chamas no carpete, e segui para o meu dormitório. Não tive coragem de entrar no quarto, então ajoelhei em um canto, entre o vão de duas paredes. Eu podia sentir as lágrimas escorrerem e logo em seguida evaporarem, minha temperatura corporal estava elevada. Chorei o quanto pude e então ouvi pessoas chamando pelo meu nome.

-Olha ela aí! - Disse Rachel, aos prantos - Ela botou fogo no meu vestido!

-O quê? - Olhei para cima e vi a borda do vestido queimado.

-Você fez algo inaceitável senhorita! - Disse o Carlos, o homem que estava nos supervisionando, para ajudar no controle.

-Mas eu não..

-Senhorita, - interrompeu - sabe as regras, e as consequências. Terá que passar a noite na solitária - solitária era um quarto com paredes a prova de água, fogo, radiação e qualquer outra coisa que pudéssemos usar para escapar.

-Por favor, eu não... - Implorei, sendo arrastada por dois guardas, quando vi Phillip no fim do corredor, correndo até mim - Phillip, por favor, não me deixe ir! - Implorei, chorando.

-Sunny! Não façam isso com ela! Eu ordeno que...

-Alteza, - Um guarda interrompeu - temos ordens do rei. O senhor não pode ordenar nada.

-Phillip! - Gritei, deixando o corredor involuntariamente.

Fui levada para a sala. Me jogaram porta a dentro, e por fim trancaram, corri para mesma e dei murros, na intenção de que fosse adiantar algo, mas eu já não podia ouvir mais nada do outro lado. A sala era toda branca; paredes, piso, inclusive a porta, e não havia nenhuma janela ou qualquer outra fissura que pudesse proporcionar luz natural. Me sentei num canto e me obriguei parar de chorar, mas foi em vão. Me encolhi e fiquei apenas observando tudo, enquanto as lágrimas escorriam.

Sunshine (Completa)Onde histórias criam vida. Descubra agora