Capítulo 4

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 Fiquei impressionada ao ver o grande avião que estava a nossa espera. Sempre vi fotos em revistas, mas nunca pensei que, algum dia, eu pudesse andar em um. Quando subimos, vi todos aqueles assentos e sorri imediatamente, em seguida, nos sentamos.

-Viajaremos de primeira classe, querida! – Jeena disse, comemorando – Vossa alteza fez questão de que ficássemos confortáveis.

-Nunca senti essa sensação... – Falei enquanto levava a mão ao peito.

-Isso é alegria, querida!

-É muito bom sentir isso... – sorri.

O voo levou algumas horas, mas eu estava tão feliz que tudo pareceu passar rápido. Ao descer do avião, havia um carro para cada garota, necessariamente numerados de um até doze. Eu e Jeena entramos no carro 12, era o número que indicava em nossos crachás.

Nas fotos, o palácio de Wilbit parecia algo grande, mas quando passamos pelos portões, dizer que ele era grande seria ridículo, pois a palavra "grande" era absurdamente pequena comparada ao enorme palácio. Os carros paravam na porta do palácio em sequência numérica, assim, uma por uma das moças desciam, e o príncipe Philip as recebia na entrada. Quando a garota do carro onze estava cumprimentando-o, senti um nervoso imenso. E se eu não conseguisse controlar minhas emoções novamente? E se eu ateasse fogo nele, por acidente?

-Vai ficar tudo bem. Apenas respire- Disse Jeena, notando minha tensão.

-Okay, só respirar. – Repeti.

Foi quando nosso carro estacionou na entrada e o motorista abriu a porta traseira, Jeena desceu primeiro, então respirei fundo e desci em seguida. Levantei a cabeça e  encontrei os lindos olhos verdes de Phillip, que sorriu imediatamente e se aproximou.

-Senhorita Skiler. – disse ele checando meu sobrenome no crachá e estendendo a mão.

Coloquei minha mão sobre a dele, e quando ele se inclinou para beijar o dorso de minha mão, fechei os olhos e respirei fundo, por medo de não conseguir controlar e queimar aquele rosto angelical. Mas tudo deu certo. E quando abri os olhos, ele me encarava com um sorriso.

-Está tudo bem, senhorita? – Perguntou.

-Sim, Alteza. – Fiz uma reverência.

-Certamente. – Ele sorriu e assim, fui para dentro.

Havia uma porção de cadeiras, uma ao lado da outra, me sentei na única disponível.

-Boa tarde, senhoritas. – Disse Philip, sorrindo.

-Boa tarde. – Respondemos em coro.

-Fico feliz que estejam aqui. Como sabem, o projeto tem como parte, incluir vocês na sociedade novamente. Por este motivo, aqui terão um belo aprendizado. – Apontou para a fileira, onde estavam nossos médicos e continuou – Devo lhes informar que vossa participação será de extrema importância, por este motivo, planejo manter todos os médicos que acompanham o desenvolvimento das senhoritas conosco. É essencial manter por perto pessoas com quem elas estejam familiarizadas, caso aconteça algo inesperado. – Olhei para Jeena e ela estava radiante com a notícia. – Portanto, peço que sigam para os seus dormitórios, cada uma das senhoritas terá uma criada, para ajudar com as roupas e demais afazeres. - Disse apontando para as moças que seguravam placas com números de um a doze. - Sintam-se em casa. Com licença. – Ele saiu por uma grande porta, oposta ao caminho que devíamos seguir.

Todas se levantaram e se dirigiram à sua criada. Minha criada, ou seja, a que estava segurando a placa número doze, tinha cabelos dourados, enrolados em um belo coque; quando cheguei mais perto, pude sentir seu cheiro, que no caso, era magnífico.

-Senhorita. – Ela fez uma reverência.

-Ah não. Não precisa fazer isso. Por favor. – Eu disse me referindo à reverência.

-Mas senhorita...

-Eu não sou alguém importante. – Interrompi – Não precisa.

-Tenho que dizer que, agora, a senhorita é muito importante para o país. -Ela sorriu – Por favor, me acompanhe.

Segui a moça. Passamos por um corredor, cheio de portas, e ao subir as escadas, passamos por mais um corredor até chegar na porta número doze, que no caso, indicava ser meu quarto.

Ela abriu a porta e ao dar o primeiro passo para dentro do quarto, vi toda aquela mobília impecável, uma cama grande e, minha nossa, o quarto era imenso.

-Senhorita, meu nome é Hanna e estou disposta a servi-la.

-Isso é enorme! – Gritei,

-A Senhorita merece. -Ela sorriu.

-Hanna, por favor, me chame de Sunny.

-Mas talvez não seja adequado, senhorita...

-Então, ao menos pode me chamar pelo meu sobrenome?

-Okay. – Ela checou meu crachá – Skiler.

-Obrigada. – Sorri.

-Vou preparar um banho. Creio que está cansada. – Disse se direcionando ao banheiro.

-Obrigada! – Me joguei na cama.

Era como deitar sobre nuvens. Aquele quarto era maior do que qualquer lugar que eu frequentei no ISM, eu me sentia feliz, com vontade de gritar e correr sem destino. Era bom poder respirar em um lugar que não tinha cheiro de remédios e aço; olhar por uma janela e apreciar a vista sem que haja armas apontadas para você; ser tratada como alguém especial, alguém que não precisa ser vigiado ou examinado frequentemente. Era ótimo me sentir livre.

Sunshine (Completa)Onde histórias criam vida. Descubra agora