Sunshine (Completa)

Capítulo 26

Havia se passado muito tempo, não sei exatamente, pois não tínhamos como ver sequer a luz do sol. Eu estava deitada, com a cabeça no peito de Phillip, ele acariciava meu cabelo, e minha mão repousava sobre seu tórax. Eu estava exausta, meus olhos pesavam, de sono.

-Acha que vão pegar ela? – Perguntei, me referindo à Lisa.

-Ela não vai conseguir escapar.

-Eu estou com medo, não sei do que ela e capaz. E se ela nos matar?

-Sunny, ela não vai matar ninguém!

-Ela matou a Rachel, Phillip! Não quero morrer!

-E não vai!

-Quem garante?

-Olha, eu e Justin morríamos de medo do escuro, quando éramos pequenos. Minha mãe cantava pra gente, ela chamava de canção da coragem. – Sorriu.

-Canção da coragem?

-Sim.... Era assim: - Então, ele começou a cantar:

"Não se aflija não

O amanhã já vem

Abra o coração

E respire, meu bem

Coragem pra vencer

Coragem pra enfrentar

Não há o que temer

Vou sempre te amar."

-Ela me trazia segurança. Então sempre que eu tenho medo de algo, lembro de quando ela cantava, e assim, consigo me manter calmo. Quando tiver medo, lembre da canção. Pode ajudar. -Sorriu de lado.

-Obrigada. -Sorri.

Muitas horas se passaram, e ninguém apareceu, nem mesmo a Lisa. Eu precisava fazer alguma coisa.

-Phillip, temos que sair daqui.

-Não dá pra arrombar a porta!

-Você não consegue abri-la! Mas e se eu tentar derreter as dobradiças?

-Sunny, isso não vai dar certo!

-Claro que vai, Phillip. – Com fogo na palma da mão. Comecei a aquecer a dobradiça.

-Sunny, isso não vai funcionar.

-Quieto Phillip! – Virei para trás e ao gesticular com a mão, acabei atirando fogo no carpete.

-Olha o que fez! – Disse ele, tentando apagar o fogo com seu blazer.

-A culpa não é minha! – Corri para ajudá-lo

O fogo começou a se alastrar.

-Phillip! O que vamos fazer? – Gritei, desesperada.

-Manter a calma, primeiramente. – Gritou – Temos que apagar isso!

Tentamos de tudo, mas o fogo só piorou, a fumaça se espalhava e mal conseguíamos respirar. Nós gritávamos por ajuda, batendo porta, já que o fogo não se apagava. A fumaça invadia nossos pulmões cada vez mais. Resisti por um tempo, já Phillip, estava no chão, se forçando a ficar acordado. Me deitei ao seu lado, implorando para que ele fosse forte.

-Phillip, olha pra mim. – Eu dizia, tossindo e mal conseguindo respirar.

Ele me olhava fixamente, mas não falava, apenas buscava ar e tossia. Eu já estava zonza, e não tinha mais forças pra implorar que Phillip ficasse acordado. Não tinha mais esperança nenhuma. E quando eu já fechava os olhos, vi a porta sendo aberta e dezenas de guardas entrando para nos resgatar. Por fim, apaguei.