Capítulo 33

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 Alguns dias havia se passado, e eu já estava pronta para dizer adeus à tudo. Aquela era minha última manhã no palácio. Tínhamos um grande evento em algumas horas, Phillip seria coroado Rei, e todas as garotas tomariam seu rumo, como diria Hanna, seria um dia cheio de emoções. Logo que acordei, tomei meu último banho, na grande banheira, Hanna me arrumou pela última vez e eu desci aquelas escadas pela última vez.

Como se não bastasse todas aquelas últimas vezes, trombei com Phillip, em um dos corredores.

-Sunny! – Disse ele, empolgado.

-Oi, Phillip! – Respondo, fingindo ter o mesmo entusiasmo dele.

-Como se sente?

-Livre, ou quase lá. E você?

-Bom, daqui a alguns minutos, serei Rei. Estou nervoso.

-Será um bom Rei. Eu me lembro que, em nossa primeira conversa, - Ri, ao lembrar disso – você me disse que te veriam como o filho do grande Rei Dilan... Mas, cá entre nós, - Sussurrei – você será um Rei bem melhor.

-É uma honra ouvir isso de você. – Sorriu-me.

-Só digo a verdade, agora, dê-me licença, tenho que ir para uma coroação. -Ri.

-Claro. – Retribuiu a risada- Só mais uma coisa!

-O quê? – Olhei.

-Como estou? – Disse, se referindo à roupa e as dezenas de medalhas, penduradas em seu peito.

-Digno de um Rei. – Sorri.

-Obrigado. – Riu – Agora, temos que ir.

-Sim. – Sorri, e deixei o corredor.

Fui até o Salão Principal, onde o grande público já aguardava por Phillip, me sentei na fileira da frente, onde todas as outras garotas estavam. Judje estava ao meu lado.

-Oi. – Sussurrei, finalmente cumprimentando-a.

-Está atrasada. – Riu.

-Pois é, trombei com Phillip no corredor.- Ri.

-Está feliz?

-Finalmente vou ser livre. – Sorri.

- Passou rápido...

-Muito... Mas, vai ficar no palácio?

-Sim, Dilan disse que Justin se recuperaria melhor se eu estivesse por perto.

-Tem razão. – Sorri.

Os trompetes tocaram e, logo em seguida, os violinos. O Rei entrou acompanhado da Rainha, e se posicionaram nas cadeiras laterais. Logo em seguida, o Rabino se posicionou em frente ao lindo púlpito de vidro.

-Bom dia, senhoras e senhores! – Respondemos uníssonos e ele continuou – Nesta manhã, quero dizer que é uma honra, estar presente em um grande momento para a família real, e para o povo de Wilbit. Hoje, não será apenas mais um dia, e sim, o dia em que o povo ganhou um novo pai, um novo irmão, um novo guia, um novo fiel, pois são todas essas qualidades que vosso novo Rei deve ter. – Todos aplaudiram as belas palavras e assim, ele continuou – E é com muita graça e harmonia, que peço que se levantem, para saldar, nosso príncipe, Phillip.

Os trompetes tocaram novamente, e Philip entrou enquanto a música tocava, dava pequenos passos, no tapete vermelho, enquanto saudava a multidão que o aplaudia. Ele definidamente estava digno de um Rei, tão charmoso, e seu sorriso tinha tamanha originalidade. As câmeras pairavam ao seu redor e os flashes iluminavam seu rosto, subiu as pequenas escadas e cumprimentou o rabino, que imediatamente o encaminhou para o trono, no centro.

-Neste momento, de tamanha importância, peço para que todos se silenciem. – Disse o Rabino, saindo de trás do púlpito e se aproximando de Phillip. – Peço para que o Rei Dilan se apresente.- Estendeu o braço para Dilan, que se levantou e se direcionou ao Rabino- Dilan Robert Allen, vós que serviu vossa nação com honra, respeito e integridade, hoje deixais de ser pai, protetor e rei de vosso povo. – Ele retirou a coroa da cabeça de Dilan e o povo aplaudiu.

-Eu lhe coroo Rei. – Disse, colocando a coroa em Phillip, e naquele momento, fiquei orgulhosa ao ver seus olhos brilharem. E ele se levantou, orgulhoso de si, enquanto segurava o cetro e orbe. – Lhes apresento, Phillip Lee Allen, Rei de Wilbit! – E o público explodiu em alegria, todos gritavam; uns choravam, outros pulavam de felicidade; todos emocionados e esperançosos.

Phillip se direcionou ao púlpito e deu início à um discurso.

-Bom dia, inicialmente, quero agradecer à todos pela presença. Hoje é um dia muito importante para mim, não só pela coroação, mas porque hoje, vou libertar algumas pessoas das condições em que viviam. No último mês, dei uma boa proposta à meu pai. O fato era que, traria doze garotas ao palácio, e assim, eu daria a oportunidade de reintegrar elas na sociedade. Muitas me surpreenderam, já outras, não resistiram até o fim; mas da mesma forma, quero parabenizar à todas.

A multidão aplaudia, alegre, e nós, paranormais, nos sentíamos alegres. Era como se, pela primeira vez, nós fôssemos notadas pela sociedade, de modo positivo.

-Mas, retornando ao fato de um reinado, - Continuou Phillip – creio que um Rei precisa de muitas coisas; de um povo, de apoio, de coragem... Bom, tem uma pergunta, que algumas pessoas me fizeram nos últimos dias, e eu escolhi não respondê-la, até essa manhã. A pergunta era a seguinte: "Como posso me tornar Rei, sem ter uma Rainha?" – Ele ficou em silêncio por alguns segundos, e continuou – Isso é algo que eu realmente tenho que concordar, e é por isso, que pretendo resolver este problema hoje.

Todos se olharam, confusos do que Phillip estava dizendo. Meu coração palpitava, pretensioso de suas palavras, Judje percebeu minha aflição, mas ficou calada, apenas rindo da situação, e antes que eu pudesse pensar em qualquer outra coisa, Phillip continuou.

-Eu nunca havia passado tanto tempo, com tantas moças bonitas no palácio, - Riu- e por mais que todas tenham me impressionado pela beleza e caráter, devo dizer que uma delas fez meu coração bater mais forte. Em meio a todas essas moças, teve alguém que me viu como Phillip, não como Príncipe. Alguém que me confundiu, que me fez rir, e que me fez ficar totalmente bobo. Nos últimos meses, eu ganhei uma princesa, e hoje quero perguntar... – Ele tirou algo do bolso, e veio em minha direção; fiquei em choque, não sabia como reagir. Então ele se ajoelhou, e quando todos ficaram em silêncio, ele continuou – Sunny Skiller, aceita ser minha Rainha?

Tudo em volta parou, e os olhares me cercavam, Phillip me olhava, esperançoso, com um leve sorriso estampado nos lábios, e eu me sentia tão feliz que, por segundos, esqueci que lhe devia uma resposta.

-Eu aceitaria ser sua, mesmo que você fosse um mero plebeu. – Respondi, emocionada, e imediatamente, Phillip me beijou.

O público aplaudia e naquele momento, parecia ser tudo diferente do que sempre foi. Teria alguém para chamar de meu, para ser meu porto seguro em dias de tempestade, e nada mais importava, porque a partir daquele momento, eu seria dele e ele seria meu; e nada mudaria aquilo.

Sunshine (Completa)Onde histórias criam vida. Descubra agora