Capítulo 14

27 3 0
                                    

Eram quase 14:00 quando um mordomo entrou no salão principal e pediu que eu o acompanhasse. Segui o mesmo, que andava ás pressas. Quando chegamos até o escritório do rei, ele abriu a porta para que eu entrasse. Coloquei os pés sala a dentro e aguardei.

-Senhorita Skiler...

-Pois não, Majestade. - Reverenciei-o.

-Sente-se por favor. -Disse ele, apontando para a cadeira.

-Obrigada. -Me sentei e entrelacei meus dedos, nervosa.

-Creio que a senhorita não sabe o que faz aqui.

-Não, Majestade.

-Então suponhamos que... Uma mocinha de fios avermelhados, tenha passado a madrugada com meu filho.

-Majestade, nós só...

-Ainda estou falando. -Interrompeu – Suponho que essa tal mocinha tenha beijado-o. É verdade, senhorita?

-Sim, mas nós só...

-Silêncio!- Gritou, interrompendo-me – Não quero que se repita. Meu filho não terá um relacionamento amoroso com uma paranormal. Jamais! Sangue real corre em suas veias e não permitirei que a senhorita seduza-o.

-Mas, Majestade...

-Retire-se! -Apontou para a porta. Então eu me levantei e saí.

Voltei para o salão, abalada. Sentei numa poltrona e retornei a leitura. Judje me olhava, mas não se atrevia a vir até mim, foi quando decidi que eu iria até ela.

-Olá- Eu disse, enquanto me sentava na poltrona ao seu lado.

-Oi, Sunny! -Ela sorriu.

-Eu queria te agradecer...

-Agradecer? -Ela arqueou a sobrancelha esquerda.

-Sim, se você não tivesse aparecido no banheiro, ela teria me matado.

-Ah! Não há de quê, aliás, já faz dias.

-Eu sei, queria ter vindo falar com você antes, mas eu ainda estava muito abalada com tudo isso.

-Saiba que pode contar comigo. -Ela sorriu e colocou sua mão sobre a minha.

-Te digo o mesmo. -Sorri -Bom... Dê-me licença. -Me levantei e deixei o salão.

Queria um pouco de privacidade, ficar em paz, pensar nas coisas que havia acontecido nos últimos dias e olhar para o meu interior. Fugi para a sala da lareira, pouca pessoas a frequentavam, e aparentemente, ninguém com quem eu tivesse intimidade.

Me sentei no chão, eu gostava da textura do tapete, era fofinho e tinha cheiro de rosas. Durante algum tempo, observei a sala; as paredes eram cheias de quadros, as cortinas tinham pequenos desenhos; que eu nunca tinha notado, e olhando para o teto, vi o grande lustre que pendia no centro. Me deitei. Enquanto encarava o teto, pensava nas palavras do Rei Dilan. Não era totalmente minha culpa, talvez ele fosse muito exagerado, um beijo não significa nada. Eu estava exausta, e acabei adormecendo ali mesmo, sobre tapete felpudo.

Acordei com alguém chamando por meu nome e me chacoalhando, era Phillip. Levantei-me rapidamente.

-Oi, Bela Adormecida. -Ele sorriu.

-Não faça isso.

-O quê? -Arqueou a sobrancelha.

-Não me dê apelidos!

-Mas eu achei que nós...

-Achou errado. -Interrompi – Temos que parar com isso.

-Sunny, do que está falando?

-Apelidos, passar tardes juntos, piqueniques noturnos, beijos...

-Eu pensei que você...

-Não. -Falei, sem pensar- Dê-me licença.

Me retirei o mais rápido possível. Não queria ter que explicar o que tinha acontecido. Se eu dissesse que seu pai tinha me intimidado, talvez eu causasse alguma discussão. Eu não queria morrer como Justin! Saí para o Jardim, onde a paisagem me acalmava; eu gostava de Tulipas, e aquele jardim era repleto delas. O vento soprava e a única coisa que vinha em meu pensamento era Phillip, eu não queria magoá-lo, não queria ficar longe dele, mas eu não queria causar problemas. 

Sunshine (Completa)Onde histórias criam vida. Descubra agora