S k y l a r
Remexo vezes sem conta no colar com as siglas H.S que tenho no meu pescoço. Quando estou triste e mexo neste pequeno objeto, é como se ele fosse um antídoto para eu sentir-me novamente feliz, sentir-me bem. O problema é que isso é temporário. Já consegui obter a junção de duas meras palavras para estas siglas. H será haverá e S será sempre. Com essas palavras, formei frases que me conseguem fazer-me sentir minimamente feliz. Haverá sempre dor, haverá sempre felicidade. Haverá sempre rejeição.Haverá sempre aceitação.Haverá sempre tristeza. Haverá sempre sorrisos.
Isso faz-me sentir ligeiramente feliz, porque faz-me ver que, para todo o mal, existe um bem. Existem antônimos para todos os maus sentimentos. Por exemplo, tristeza. O seu antônimo é felicidade. É engraçado pensar nisto, porque faz-nos ver que nem toda a tristeza é para sempre - pelo menos eu quero acreditar nisso. Se existe antônimos das palavras, é porque podemos mudar os nossos sentimentos a qualquer hora. É como se um antônimo fosse uma corda bamba, que dividisse o bem e o mal. A tristeza e a felicidade. O antônimo é o ponto de equilíbrio entre esses sentimentos opostos. Só temos de um dia chegar lá, com força de vontade - Por algo, ou por alguém que seja um grande motivo para o fazermos. Eu acho que para uma pessoa sentir-se minimamente feliz, tem de ficar no ponto de equilíbrio- o antônimo. Quer dizer, nós também precisamos de tristeza para ver o quanto a felicidade é importante, certo? Temos de sofrer, para um dia sorrirmos. Tudo é passageiro. Pelo menos, eu quero acreditar que sim.
" Surpresa! "
A porta do meu quarto é aberta de rompante e quando observo a pessoa que o fez, arregalo os olhos. Em um curto espaço de tempo, Bella está nos meus braços, a chorar como uma bebé que deixou cair um chupa. Aperto-a mais contra mim, e nós acabamos por afundar-nos na cama. Ela sempre foi bastante sensível e muito chorosa - algo que não temos em comum, já que eu choro por dentro. Quando ela virou a cara na minha direção, reparei que algo não estava certo. A ponta dos seus cabelos que outrora eram castanhas, neste momento estão azuis claras. Os seus olhos acinzentados estão carregados de ternura e de vulnerabilidade, como ela estivesse com medo de algo, e eu fosse o seu suporte.
" Amo-te, amo-te, amo-te. " Ela faz uma pausa. " Já disse que te amo?
" Sim, Bella. " Faço uma pausa. " Eu também te amo. "
Ela sai de cima de mim e encosta-se à madeira da cama. Eu faço o mesmo e ela olha para o fundo dos meus olhos no mesmo momento que um sorriso genuíno ganha forma no seu rosto.
" Tenho muitas coisas para te contar! Quer dizer, não são assim tantas, aliás, não tenho novidades. Esquece. " Ela coça a nuca.
" Estás a sentir-te bem? " Ergo uma sobrancelha.
" Lembrei-me! Tu, minha menina, não me contaste sobre o Harry! " Ela diz e eu arregalo os olhos.
" C-Como é que sabes sobre isso? Como é que sabes quem ele é? "
" A Kelly contou-me. E disse que te davas muito bem com ele! " Ela balança o meu corpo de um lado para o outro, à espera de respostas.
A Kelly é a rapariga mais fofoqueira da minha turma. Ela sabe de tudo, conhece toda a gente, e espalha tudo por todo o mundo. Se ela fosse famosa, claramente todo o mundo já sabia do Harry. Ela é extremamente faladora, e eu por vezes falo com ela. Não muito, porque precisaria de vinte e quatro anos - ou mais - para acabar uma conversa com ela. Kelly é da minha turma desde o primeiro ano, e para piorar as coisas, teve de escolher o mesmo curso que eu. Fantástico.
" Ele é só um rapaz. Nada demais. " Confesso.
" Já sabia que não me irias contar sobre ele. A Kelly disse que ele é extremamente bonito. "
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Duas Metades {HS}
Fanfiction" Tu és diferente. O diferente acaba por assustar as pessoas. " Skylar era apenas uma rapariga de sete anos, quando recebeu na época natalícia, um colar assustador. Ao longo do seu crescimento, um mistério inevitável circulou sempre à volta daquele...