( desculpem pelos erros )
Há muito tempo atrás, pensava muito na morte; a minha mente adentrava naquele abismo escuro sem fim e a única coisa que eu conseguia assimilar era a minha vida à morte. A luz escurecia com toda a escuridão que me tocava na alma. Era bom imaginar o fim e encantar-me por ele. A morte para mim era a única saída, mas agora temo-a. Quero fugir dela, mas ela consegue encontrar-me sempre nos piores lugares, na pior altura de sempre: e agora tocou-me novamente.
Ela sempre foi uma boa narradora de histórias; começava pelo nascimento e acabava no falecimento. A vida de uma pessoa era o fim da mesma; nós nunca seremos livres, estaremos sempre aprisionados desde que nascemos. E isso é um facto. Não era eu a inventar, não era deus a interpolar-se nas nossas histórias incontroláveis e inevitáveis, não era outra força superior ou até mesmo nós mesmos. Nós controlamos o nosso destino, tomamos as decisões e tropeçamos nelas, mas a morte? É a morte que conta a história da nossa vida e é a mesma que a termina.
Se me dissessem que há dias atrás a pessoa que mais amei na minha vida, ia destruir o meu coração em mil pedaços eu não teria acreditado. E mil pedaços era um grande eufemismo. Sentia-me igual ou quase igual a uma pessoa em estado terminal. A morte agora estava ao meu redor, a consolar-me por tudo isto. E enquanto isso, enquanto todas as lágrimas desciam pelo meu semblante, lembrava-me da porta por onde ele tivera saído. Aquele tinha sido o fim e inevitalmente um novo recomeço.
No fundo dos meus pensamentos, eu já tinha imaginado o fim deste amor há algum tempo; e não o digo por ser uma rapariga insegura ou insensível. Digo-o porque tudo na minha vida nunca teve uma continuação ou um final decisivo; ficava pelos meios, a linha ténue que dividia o fim do princípio chocava e eu não tinha escolha. Não podia fugir, não podia evitar nem podia impôr regras com o destino. E eu tinha de aceitá-lo assim como ele era: tinha acabado. E eu era a única que estava a corroer-se por dentro. Eu estava a queimar com a própria queimadura que criei.
Tinha de admitir para mim mesma que eu era a culpada de tudo isto; se eu não tivesse sentimentos, nada disto estava a acontecer comigo. Queria ser alguém sem emoções, sem um coração, sem nada; queria ser vazia como o espaço. Ao termos um coração, somos sempre magoados. O meu passado já era mau demais, mas o meu presente tornou-se devastador. Doía tanto que eu só queria desaparecer, adormecer para esquecer a vida miserável onde me tinha metido; mas não conseguia.
- Skylar? - Ouvi o meu nome a ser pronunciado e a porta do meu quarto a abrir-se descuidadamente.
Pela terceira vez, a Kelly tinha vindo visitar-me sempre depois da escola e saia da minha casa sem obtêr respostas nenhumas, visto que eu não me pronunciava. Era silenciosa como uma casa vazia, desabitada; quiçá igual ao universo sem as tão ditas estrelas; e o pior disso tudo era eu afogar-me por dentro, engolir as palavras e acabar por me enforcar com elas. Causava-me uma dor excruciante no coração; olhei para a rapariga com o semblante sorridente e vi que a mesma trazia um pacote de bolachas na sua mão direita.
- São as tuas favoritas. - Entregou-mas e eu fiquei a observar cada gesto dela. - O que tens para me contar hoje?
Era uma pergunta interessante. Ela olhava para mim com uma certa dúvida; perguntava a si mesma o que me tinha acontecido, tentava entrar na minha mente tenebrosa e perfurar os meus pensamentos sombrios. Tinha a consciência que isso a corroía por dentro, olhar para uma pessoa apática, monótona e sem saber o que fazer neste preciso momento. Esta era a Skylar que restou de mim; sempre tive dois lados de mim e ele conseguiu tirar o pior de mim e foi isso que restou: o meu lado mau, o desconhecido e o inevitável.
- Skylar, tu tens de falar comigo, por favor. - Kelly retorquiu, cansada. - Eu só te quero ajudar, sei que isso te está a matar por dentro.
Era verdade, ou pelo menos meia verdade; ao longo desta semana, já tinha gasto mais de oito pacotes de lenços a chorar e a corroer a minha alma com lembranças. Era normal estar triste, é o mecanismo que o ser humano utiliza para assimilar a dor. E esse não era o grande problema de tudo isto e eu desejava que fosse. O grande e único problema - ou alívio - neste momento, era o facto de eu estar apática. Não sentia nada nem queria sentir. A insensibilidade corrompeu-me a alma e a mente. E tornar-me numa pessoa fria - ou mais fria - talvez tenha sido o melhor que fiz.
- Se eu te dissesse, serias capaz de aguentar com a resposta? - Disse, firmemente.
- E tu serias capaz de aguentar com a minha resposta, se me deixasses ver a questão? - Disse e eu suspirei fundo.
- Então diz-me Kelly.. - Disse-lho e aguardei algum tempo antes de me pronunciar. - Se tu gostasses muito de uma pessoa e essa pessoa tivesse segredos horríveis, onde estivessem envolvidas coisas perigosas, mas tu gostasses mesmo muito dela, o que farias?
Essa foi a minha única e derradeira questão nestes dias; o que fazer e como agir. Ele desapareceu porque eu o mandei embora mas eu tive de fazer isso porque estava magoada, mas eu não podia suportar aquilo; ele matava pessoas, disse-mo com toda a frieza. E eu não entendia nada disto. Desde o primeiro dia que ele me parecia ser uma pessoa normal e por mais segredos que ele tivesse, nunca imaginaria que um deles fosse isto. E era horrível suportá-lo, suportar tudo; suportar o facto de ter de suportar.
- Perdoava, Skylar. Não perdoava o facto das coisas horríveis que ele fez, mas perdoava-o porque o amava. É isso que as pessoas fazem. Quando gostas muito de uma pessoa, tu perdoas, leve o tempo que levar. Mas tu perdoas. E se não perdoares, é porque nunca amaste a pessoa. Simples assim. - Disse-o de seguida.
Mas era difícil perdoá-lo; não era algo fácil de se perdoar de alguém como ele, porque apesar de tudo eu amava-o. Ele tivera sido o meu primeiro amor e muito provavelmente o último. E há pouco tempo, eu descobri isso. O nosso primeiro amor não é o primeiro a estar connosco, a pessoa com quem temos boas recordações ou que beijámos pela primeira vez. O primeiro amor é sem sombra de dúvidas, o primeiro que te parte o coração; é o mais derradeiro de todos os outros amores. E é no fim que te apercebes disso, quando estás sozinha no silêncio do teu quarto; o primeiro amor é aquele que rouba metade do teu coração no final de tudo; e nunca mais ta traz. Então, tu tentas viver a tua vida novamente à procura da outra metade, mas não podes, não consegues adquiri-la, porque ele tem a tua.
E o Harry tem a minha outra parte.
•___________________•
Hello babys! How are u? Eu estou ótima e a minha vida também!
Desculpem ter demorado tanto tempo a publicar alguma coisa, o 10 ano é muito puxado e eu não tenho tempo para NADA! Nem para respirar, nem para escrever nem ler nem nada. Estou presa na minha própria mente.
Bem, o que acharam deste capítulo? Eu por um certo lado estaria igual à Skylar neste momento, descobrir que a pessoa que tanto amamos escondia segredos de tanto porte, daria cabo de nós!
E onde acham que o Harry está neste momento? PREPAREM-SE
Beijos lindas.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Duas Metades {HS}
Fanfic" Tu és diferente. O diferente acaba por assustar as pessoas. " Skylar era apenas uma rapariga de sete anos, quando recebeu na época natalícia, um colar assustador. Ao longo do seu crescimento, um mistério inevitável circulou sempre à volta daquele...