( capítulo sem correção. )
Skylar
A Allison estava preparada para me falar sobre como a vida é perfeita e em como passado anos eu vou ter trezentos filhos e um marido para dormir agarrada ao seu tronco. Típica conversa de pessoas que já são casadas e têm uma vida exageradamente perfeita.
" Isso que tu estás a passar é só um.. " - Interrompi-a.
" Só uma fase. Eu sei. " - Completei tal frase.
" Exatamente, e por isso mesm.." - Interrompi-a novamente.
" Vou para o meu quarto. Não me estou a sentir muito bem. " - Disse na maior das calmarias.
" O que sentes? " - Ela perguntou exageradamente preocupada.
" Não sinto nada. " - Fiz uma pausa. " Esse é o problema.
A sua boca abriu exageradamente, como se ela tivesse visto um extra-terrestre na sua perspectiva. Não prolonguei os meus pensamentos acerca disso, e fui para o meu quarto sem nada dizer nem retorquir.
Os meus passos ouviam-se por toda a casa, e tive a sensação angustiante que estava a pisar os cacos do meu coração jogados no chão frio. Teoricamente, até estou, e isso era um facto que me fazia consegui-los observar rapidamente ganhar forma no soalho de madeira.
Abri a porta do meu quarto, e a primeira coisa que eu fiz, foi jogar-me na cama apinhada de roupas diversas. Os meus pensamentos - mesmo que eu os tentasse desviar - , paravam sempre no rapaz de olhos verdes e de covinhas aperfeiçoadas perfeitamente.
Era impossível e eu sabia disso. Tentamos não pensar em alguém, e quando damos conta, é exatamente isso que estamos a fazer: a pensar nela enquanto estamos a tentar esquecê-la. Só queria que a minha vida não fosse tão desvastadora, ao ponto de eu sentir-me abalada por um rapaz. Mas eu sabia. Ele não era um típico rapaz como aqueles populares ou com jeans pretas, olhos azuis e cabelos pretos que cativavam qualquer míuda.
Ele era diferente, não sei. Sentia que estava ligada a ele, pela afirmação do mesmo conseguir entender-me tão bem como se estivéssemos a tocar a mesma música, e a sua mão estivesse sobreposta na minha. Como estivéssemos a pintar o mesmo desenho, com cores iguais e irreversíveis. Era assim que eu definia o que sentia por ele neste momento: éramos um desenho inacabado e uma melodia completamente morta, jogada para o ar e pisoteada pelo vento.
Conseguia ainda ouvir a sua voz rouca habitar no meu corpo em ebulição. A sua voz rouca e os arrepios que a mesma deixava pelo meu corpo, como uma onda longitudinal e transversal, incapaz de morrer ou de voar com o vento. Ao contrário das outras, ela morava dentro de mim, para me fazer lembrar de um rapaz que me abandonou. Inevitável e típico.
" Skylar, está aqui uma amiga tua que te quer ver. " - A voz de Allison interrompeu a linha dos meus pensamentos controversos. " Posso deixá-la entrar? "
" Qual amiga? " - Comecei a rir dolorosamente. " Não tenho nenhuma. "
O que acabara de dizer, parecia ser estranho, mas era uma realidade esporádica e conflituosa. Custava-me admitir que eu era uma típica rapariga com a companhia de livros, tintas e telas para desenhar o que me viesse à mente. Até o meu coração e a minha alma se fartaram de mim, resolvendo assim vaguearem para fora do meu corpo, com o intuito de nunca mais o habitarem.
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Duas Metades {HS}
Fanfiction" Tu és diferente. O diferente acaba por assustar as pessoas. " Skylar era apenas uma rapariga de sete anos, quando recebeu na época natalícia, um colar assustador. Ao longo do seu crescimento, um mistério inevitável circulou sempre à volta daquele...