País estrangeiro

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     Chegamos à ilha as 22:15 pegamos nosso carro e fomos atrás de um hotel, encontramos um bem simples, passamos a noite nele e pela manhã, pagamos e saímos, encontramos um hotel que lembrava um cruzeiro, tinha uma piscina e um elevador que só ia até o 2° andar, de lá, você pegava outro para ir até o 10° andar.... era bem perto do centro da ilha e fizemos muitas compras lá, conhecemos muitas praias e a minha favorita foi Puntarena e parguito onde servem o melhor coro-coro de toda a ilha ( coro-coro é um peixe, que parece um cara).
       Fomos a muitos parques e descobri que Thiago tem medo de montanha-russa,  fiz ele ir 3 vezes na maior de todas . Nos divertimos como nunca antes, eu gargalhei como nunca havia gargalhado,  era pura felicidade, depois de 1 semana na ilha, decidimos que era hora de ir conhecer outro lugar, saquei mais 4 mil e fomos de navio para Coche (uma outra ilha).
      A ilha de Coche era paradisíaca, com toda certeza a coisa mais próxima do paraíso que eu já tinha visto em toda minha vida, mergulhamos no meio do mar, e a água salgada batia em nossa cintura de tão raso, alimentamos peixes e tiramos foto com corais enormes, pantufa acabou achando um amiguinho.
      Já era tarde em Coche, por volta das 17:50 no horário de lá, quando pantufa entrou no quarto e se deitou aos pés da cama, ela nunca fazia isso, sempre dormir em cima conosco, Thiago olhou pra mim preocupado e eu também estranhei, fui olhar o que ela tinha, parecia triste e cansada, toquei em vários pontos dela até descobrir um caroço no estômago, eu não sabia o que era, eu ia precisar de equipamentos, raio X e etc, mas não tinha nada disso ..... nos dias seguintes ela só piorou, voltamos pra Margarita e depois para Porto la Cruz, pantufa não comia e estava ficando muito magra e fraca, era maio, dia 16, e as 15:20 chegamos a uma tribo indígena onde já havíamos ficado uma vez .... lá eles ajudaram a cuidar da pantufa, mas ela não teve nenhum sinal de melhora, eu estava ficando deprimida, pantufa fora a primeira que eu resgatei das ruas com 5 dias de vida, ela já tinha 5 anos, era minha filhinha,  não podia morrer, e eu cogitei voltar para o Brasil, voltar pra São Paulo ..... No dia seguinte tivemos que ir, mas pantufa não tinha a menor condição de continuar a viagem, talvez nem chegasse ao Brasil, uma das crianças se apegou muito a ela, e acabamos por deixar a pantufa pra ela, como um presente, deixamos para eles :
- a pantufa
-uma câmera fotográfica
-umas sementes Brasileiras
-e um quilo de farinha ( que eles amaram, e prometeram tentar fazer)
  
     Eu nunca havia visitado a Amazônia, mas meus avós eram de Manaus e eles faziam farinha, por isso sei como fazer, e ensinei isso aos índios da Venezuela, e eles me ensinaram a fazer Tortillas e Tapas... nunca aprendi tanto.
     Eu passei metade da minha vida na escola, mas eu não havia aprendido e metade disso, eu sabia falar inglês, espanhol e português fluentemente, aprendi muito com os povos de lá, conhecemos pessoas, histórias e lendas ..... uma vida totalmente diferente, não importava onde íamos, sempre nos perguntam onde estavam nossos filhos...

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