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0.2

Jaebeom encarava-se no espelho. Nunca esteve tão feliz em sua vida.

Seus cabelos pretos estavam cuidadosamente penteados, seu terno feito sob medida delineava sua silhueta, a gravata estava apertada demais, sapatos extremamente desconfortáveis, mas nada daquilo fazia com que o sorriso saísse do seu rosto.

Finalmente iria ter Joo Inhyung como sua, como diria ele mesmo, da forma mais clichê possível: "até que a morte os separe".

— Ok, Jaebeom, você já está lindo. – reclamou Bambam, que estava sentado numa cadeira dura a uns bons 10 minutos enquanto o outro se olhava. — Inclusive, se hoje não fosse seu casamento, eu te beijava. – Mark riu, do outro lado da sala. — Mas nós precisamos ir. Tenho certeza de que a Inhyung não vai gostar de chegar antes do noivo.

Jaebeom revirou os olhos, ainda sem tirar o sorriso dos lábios.

— Ele tem razão. – Mark se levantou. — Temos que ir agora, Romeu.

— Ok, ok. – Jaebeom sorriu mais uma vez pra si mesmo no espelho. — Vamos.

Os três seguiram até o carro de Mark, já que Jaebeom não precisaria voltar para lugar nenhum. O plano era, depois do casamento, ir para Miami sem olhar pra trás. Seria a fuga deles da vida monótona de sempre, nem que apenas por alguns dias.

Jaebum torcia para que sua mãe não tivesse esquecido de pôr as malas no carro – ele não queria passar duas semanas com aquela roupa, afinal.

— Hyung, acho que nunca te vi com um sorriso tão grande como o de hoje. – Bambam comentou, aleatório.

— Eu acho que nunca estive tão nervoso. – admitiu, rindo nervosamente quando o carro começou a andar.

Lembrou-se de como conheceu a garota. Na faculdade, quando ela estava procurando por sua sala, ambos se esbarraram. Ele vindo dos melhores cursos preparatórios, ela já um semestre à frente dele e membro do conselho estudantil.

Jaebeom diria com certeza que foi amor à primeira vista. Ela era tão linda que fez seu coração bater automaticamente mais forte. Ele era do tipo bobo com amor.

Era engraçado como naquele momento nenhuma das inúmeras brigas era registrada por sua mente. A personalidade forte dela que sempre confrontava ele. Ela era do tipo que puxava manifestações, e ele que se limitava a reclamações formais por escrito. Como fogo e água, contrastavam e se complementavam.

Era uma relação intensa desde o início. Apesar do jeito mais reservado, Jaebeom chamava tanta atenção quanto Inhyung, e isso acendia ciúmes de ambas as partes. Eles eram um casal destaque, do qual todo campus conhecia e invejava.

Inhyung era um espírito livre, e Jaebeom seu porto seguro. Apesar da divergência em alguns pontos, como a opinião dela de que "o casamento era uma instituição falida, criada pra dar errado". Eles tinham um bom diálogo, e cediam quando era preciso. Era disso que se tratava um relacionamento, afinal.

Quando Jaebeom chegou no local e viu a movimentação, seu nervosismo duplicou. Suas mãos não paravam quietas e ele nem podia passá-las por seu cabelo pois estava impecável.

A decoração era delicada. As flores escolhidas criaram uma aura elegante, sem roubar o foco da estrela do dia, a noiva. As cores em tons neutros faziam as roupas dos convidados se destacarem, quebrando um pouco o formal e deixando a atmosfera mais jovem. Muitos dos convidados eram da época acadêmica do casal.

— São tulipas. – Bambam sussurrou ao seu lado, apontando com a cabeça para um arranjo próximo à entrada. — Significam amor verdadeiro e duradouro. Eu acho bom vocês prestarem atenção nisso porque tenho a forte sensação de que o próximo no altar serei eu mesmo. – Bambam brincou, piscando para um dos convidados.

Mark retrucou que ele terminaria sendo o tio rico e solitário que só aparece no Natal e o noivo riu, mesmo com o nervosismo.

Jaebeom estava ansioso para finalmente ver sua amada no vestido de noiva. Mesmo tendo sido obrigado a participar dos preparativos da cerimônia, o vestido foi guardado a sete chaves por aquela superstição estúpida. Nem mesmo a pasta do Pinterest de Inhyung ele pôde bisbilhotar.

Aos poucos os convidados lotaram o local – e, para uma cerimônia considerada íntima, havia rostos desconhecidos demais.

Chegava a hora do casal da noite dar início ao resto de suas vidas.

Só faltava uma pessoa.

Inhyung.