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Jaebeom estava feliz

Agora que ele e Youngjae eram namorados, tinha permissão para enfiar o rosto no pescoço dele e se deliciar com o cheirinho bom que ele possuía, por horas.

Podia bagunçar o seu cabelo, este que já estava ligeiramente grande e cobria seus olhos; podia entrelaçar as mãos com as suas e brincar com os barulhos que os diversos anéis faziam quando entravam em contato.

Jaebeom também havia adquirido uma nova mania: distribuir beijinhos nas recém-descobertas pintinhas que o Choi tinha. Youngjae não gostava muito dessa mania em particular, pois lhe fazia cócegas e sua risada não era lá a mais discreta.

Suas crises de riso duravam mais do que ele julgava um período aceitável.

Mas o que Jaebeom podia fazer se elas lhe pareciam tão convidativas? Duas delas em especial: a que ficava na nuca (Youngjae sempre se arrepiava por inteiro quando ele deixava um selar ali, e praguejava variações de "Im Jaebeom está tentando me matar"); e a que ficava na clavícula, porque, bem, quando o Im descia os beijos da boca para lá, as mãos de Youngjae iam automaticamente – talvez possessivamente? – para seu cabelo.

Essa era a outra parte legal de estar junto com o Choi: poder finalmente beijá-lo o quanto quisesse.

Atenção ao "quanto" e não quando.

O mais novo era impecável com sua rotina e nem a desculpa engraçadinha "Seu chefe não vai ligar pro atraso" de Jaebeom o fez ficar mais uns minutos na cama de manhã.

Não que Jaebeom fosse assim tão relaxado e antiprofissional, mas uma vez na vida não ia fazer mal a ninguém, né? Afinal de contas, ele era o chefe.

O Im se sentia protagonista de uma comédia romântica na fase final. Ou era normal apenas ficar encarando o namorado e pensar que é a pessoa mais sortuda do mundo por poder chamá-lo de seu?

Com tanto tempo sem aquele sentimento gostoso o deixando inebriado, era como se fosse a primeira vez que estivesse apaixonado – com todo o significado que essa palavra contém.

Mal acreditava que seis meses atrás iria se casar com alguém por puro comodismo. Quatro anos com Inhyung não tiveram metade da cumplicidade e afeto que os meses com Youngjae trouxeram.

E agora que era oficial, Jaebeom iria se jogar com toda a imprudência que regem as mais calorosas paixões. Não estava em seus planos parar de falar do seu namorado tão cedo.

E isso incluía as, hum, agora oito pintinhas descobertas e catalogadas para fins puramente científicos.

Entre as mil e uma divagações, Jaebeom mal sentiu os dias, meses passando. Na verdade, só se lembrou do conserto em sua casa quando ligaram dizendo que iria atrasar mais umas semanas. Estava tão distraído que agradeceu o encanador ao saber da notícia, o pobre senhor ficou sem entender nada.

[...]

O final de semana no apartamento de Youngjae também seguia uma rotina; nas noites de sábado, geralmente ele e Jackson compravam uma pizza e jogavam conversa fora até Yugyeom chegar das aulas de dança, aí eles viam aqueles realities trash da MTV, já que nunca chegavam em um acordo sobre um filme.

Aquilo era sagrado, e mesmo agora que os dois não eram mais solteiros, seguiam o programa.

Youngjae retirava a pizza do forno quando Jaebeom apareceu do nada, lhe deixando um beijo na bochecha. Ele sinceramente não sabia se amava ou odiava aquelas surpresas. Jesus, num ritmo desses morreria do coração logo, logo.

— Jaebeom, seja sincero. – virou-se para encarar o outro, colocou as luvas na bancada e as mãos nos quadris. — Você 'tá planejando me fazer ter uma parada cardíaca?

i do ♡ 2jaeOnde histórias criam vida. Descubra agora