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Jaebeom não sabia o que sentir. Seus olhos ainda estavam presos a entrada da igreja. Inhyung não faria aquilo com ele.

Ela entraria ali a qualquer momento, tinha certeza.

Não depois de tanto tempo juntos. Não depois de ter entregado seu coração a ela sem nem pensar duas vezes. Não depois das centenas de milhares de "eu te amo".

Naquele momento, os sapatos ficaram mais desconfortáveis, como se pisasse em brasas, o terno nunca pareceu tão inapropriado e a maldita gravata parecia sufocá-lo mais que qualquer pensamento.

Ele queria só ir para a casa e chorar. Mas é claro que sempre teria aquela pessoa que diria a última coisa que Jaebeom queria ouvir.

— Vamos para a festa. – foi o que ouviu saindo da boca de sua mãe. — Não podemos desperdiçar comida.

Tinha quase certeza de que a igreja estava envolta em comentários a minutos, mas não poderia afirmar nada. É como se estivesse debaixo d'água e nada mais pudesse o atingir. Não conseguia nem distinguir os rostos de quem tentava lhe conduzir para os fundos da igreja, só teve forças pra negar, e manter-se ali, imóvel, enquanto sua mãe e a cerimonialista conduziram os convidados pra recepção.

A poucos metros dali Youngjae se sentia dentro de uma cena de uma comédia romântica. Mas os filmes não mostravam o que os convidados penetras fariam depois da fuga da noiva, então, com o presente em mãos, foi até o noivo que estava de cabeça baixa no altar.

Jaebeom sentou-se no altar, olhando sem focar em nada específico, sentiu os olhos ardendo e as lágrimas ameaçando cair, e ele ia deixá-las, mas alguém tocou em seu ombro.

— Oi, eu sou amigo de um amigo da noiva. – O desconhecido arregalou os olhos percebendo o que havia dito. — Quer dizer, ex-noiva.... Um colega dela, eu sou colega dela!

Era a última coisa que precisava naquela hora. Um estranho que não tinha noção alguma do que falava.

— Eu precisava entregar isso, mas acho que ela não vem né? Então toma aqui. – entregou o presente que vinha numa caixa rosa enfeitada com fitas e delicados desenhos pretos adornando o logo da marca que continha as letras "VS".

Jaebeom o encarou tentando processar o que estava acontecendo.

Estava ganhando lingeries de presente logo após ser largado no altar. Não teve nem ao menos tempo de responder pois o desconhecido tagarela não parava.

— Ser largado no altar deve ser horrível. Eu me sentiria humilhado, despedaçado, o homem mais azarado do mundo. Não ia esquecer disso pelo resto da vida, e a vergonha na frente de todo mundo que me conhece? Meu Deus.

Youngjae era bom em várias coisas. Consolar alguém não era uma delas.

— Mas você tem que superar isso, quero dizer, olha pra você! Bonitão desse jeito, e parecia estar tão apaixonado, vai achar alguém melhor com certeza! – Jaebeom começou a chorar. Ele soluçava. Isso fez o desconhecido perceber que a última coisa que o discurso dele fazia, era confortar.

— Ah cara não chora! Eu não sei lidar com gente chorando! Me desculpa, eu falo demais – o convidado deixou o presente de qualquer jeito ao lado do noivo, e saiu murmurando mil desculpas, andando de costas até a porta do local, e por conta disso acabou esbarrando em Bambam que havia voltado com Mark para buscar Jaebeom, quando notaram a ausência dele na recepção.

Ao ver o estado do amigo, Mark instintivamente o abraçou e o levantou.

— Vem, você não está em condições de ir pra nenhum lugar que não seja sua casa. Bambam, me ajuda aqui.

O tailandês olhava distraído o cara desastrado que passou correndo – lê-se tropeçando – por eles e notou um chapéu no chão, não fazia seu estilo, mas ele o pegou mesmo assim.

— Ah, vou chamar um táxi. – Bambam disse enquanto colocava o chapéu na cabeça.

Jaebeom havia se desarmado com a voz conhecida dos amigos, não tinha mais forças para negar a ajuda, mesmo querendo se trancar em casa e ficar lá um mês sem contato com ninguém.

Aquela seria uma longa noite.

i do ♡ 2jaeOnde histórias criam vida. Descubra agora