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Youngjae queria poder bater na própria cara sem deixar graves sequelas.


Havia chegado no casamento cedo demais, e metade dos convidados o olhavam. Ou pelo menos era assim que ele se sentia.

Encolheu-se em um dos bancos, torcendo para que ninguém notasse sua presença ali e que, no final, conseguisse entregar o presente que Jackson lhe deu e ir embora. Por deus, ele nem sabia como funcionava os rituais em casamentos, nunca tinha ido em um, pelo menos não adulto. E estar sozinho no meio daquela gente chique era aterrorizante.

Tinha todo tipo de burguês ali. As coroas classudas, os velhos garotões, os coroas que ainda davam um caldo, as socialites viúvas, os ricos de humanas que adoram dizer que não são ricos, os heteros facialmente padronizados, e um ou outro com cara de universitário igual ele.

Olhou no celular pela décima vez e o relógio ainda marcava 16h.

É claro que se sentiria como um intruso, afinal de contas, ele era. A sensação era de que a qualquer momento iam pedir comprovante de renda pra ele.

Se não estivesse tão desesperado pra não arrumar a casa ele voltaria e daria um sermão em Jackson e em Yugyeom por deixar farelos em seu sofá limpinho.

Olhou ao seu redor, tentando concentrar-se em algo que não fosse ele mesmo.

Pessoas conversavam baixinho, a maioria animadas, com exceção de uma garotinha de no máximo seis anos, que parecia emburrada por ter que usar seus sapatos. Sua mãe repetia para que ela deixasse os sapatinhos azuis em seus pés, e que não, ela não poderia jogar futebol naquele momento.

Ficou observando a pequenina. Seus cabelos negros amarrados em uma trancinha, um vestidinho azul combinando com os sapatos, um biquinho fofo.

Youngjae lembrou-se do motivo que o fazia odiar casamentos.

Sempre acabava fantasiando sobre como seria encontrar aquela pessoa ideal e ter pequenas e adoráveis pestinhas correndo pela casa – não como a peste em tamanho normal que era Yugyeom, o respondendo mal e sujando seu carpete de migalhas.

Só que esse sonho era bem difícil de se alcançar por diversos fatores. Primeiro que ele não era o maior exemplo de vida amorosa bem-sucedida, como vocês já sabem. Segundo que era literalmente ilegal. A não ser que ele fugisse com um gringo loiro&lindo pra bem longe da Coreia do Sul, dar um festão de casamento com tudo que tem direito como o que ele estava agora não era possível.

Suspirou pesadamente, fazendo com que a senhora ao seu lado lhe olhasse feio.

Observou uma movimentação na entrada do local e rapidamente encarou os três rapazes entrando. Ao julgar pelo modo que estava vestido, o moreno mais alto era o noivo. Era impossível não notar como ele era bonito, e de como sua expressão gritava nervosismo.

Jae não conseguia tirar os olhos do noivo desde então. Olhar não era pecado, né? Ele era alto, atlético e tinha um belo sorriso. Não era surpresa que estivesse no altar, qualquer um que tivesse a sorte de ser amado por ele não perderia tempo.

Youngjae estava tão distraído observando o noivo que não percebeu o tempo passar. Estava ali trinta minutos perdido nos próprios pensamentos quando uma senhora se aproximou do noivo e sussurrou em seu ouvido.

O sorriso que tanto chamava a atenção de Youngjae drasticamente sumiu do rosto do moreno. Ele parecia confuso com o que a senhora havia lhe dito.

— Vó, posso tirar os sapatos? A tia não vem mais! – a garotinha que Youngjae deduziu ser a dama de honra sorria para a senhora que estava ao seu lado.

Um burburinho tomou conta do local. Todos os convidados estavam chocados, comentando sobre o fato enquanto a única coisa que Youngjae podia fazer era olhar pro rosto chocado, triste e lindo do noivo.

Inhyung não viria.

Jaebeom havia sido largado no altar.

i do ♡ 2jaeOnde histórias criam vida. Descubra agora