Acordei um pouco mais tarde no dia naquela manhã,a madrugada havia sido longa e o sono pouco.Estava chovendo lá fora,uma tempestade enorme que chegou de surpresa durante a noite,sendo assim fui obrigada a correr na esteira aquele dia,coisa que eu detestava fazer.
As 8 horas estava na sala de comando,preparei a pista de obstáculos e desci até a mesma.A pista de obstáculo tinha meio km de comprimento,não era muito longa,sendo assim repeti a mesma sequência dez vezes,a cada volta os obstáculos estavam em um lugar diferente,devido a maneira que eu havia programado.
Depois disso fui para a sala de simulação,uma sala onde por meio de computação gráfica e a robótica avançada criava as mais diferentes situações que eu poderia criar nas minhas patrulhas. Naquela sala eu usava os mais diversos equipamentos e técnicas de luta,escalada e até mesmo parkour,era ali que eu poderia me soltar enquanto não voltasse para as ruas.
E assim nesse treiamento intenso se passaram duas semanas,eu não ficava parada mais que o tempo de me alimentar.
Desde que havia saído de Gotham eu nunca mais havia pegado meu celular,não o da Trinity,mas sim o da Trinna. Sabia que uma hora teria que fazê-lo,mas não conseguia criar coragem para isso.
Engraçado não é mesmo,eu tinha coragem para iniciar um treinamento pesado para poder voltar a combater o crime em uma cidade controlada por um criminoso,mas para pegar meu celular e ouvi as mensagens que minha família me deixava eu não tinha essa mesma coragem.
Exatamente um mês depois de meu retorno a Paradise eu finalmente me senti pronta para voltar as patrulhas. Vesti meu uniforme e peguei meus equipamentos,me sentia nervosa,mais nervosa do que quando saí em patrulha pela primeira vez anos atrás.
Hoje o carregamento de drogas de Constantine chegaria ao porto.A carga chegaria no novo porto da cidade que ficava a cerca de 20km do porto onde minha casa estava encalhada. Cheguei no lugar em menos de meia hora,me mantive nas sombras,segundo as informações que Novately havia me passado o navio em que a carga viria se chamava Petroline,era um navio brasileiro que havia partido do porto de Rio Grande no sul do Brasil,com destino a Alemanha,mas que estava fazendo uma parada em Paradise para deixar mercadorias,assim como havia feito em outros portos pelo caminho.
Ainda falatava algumas horas para que o navio atracasse,eu podia vê-lo fazendo as manobras para se aproximar do porto. Fiquei analisando a área a meu redor enquanto esperava. Procurando por ameaças e colocando alguns sensores em determinados lugares,esses sensores me ajudariam a descobrir onde estariam escondidos os homens de Cosntantine,eram basicamente sensores de movimento.
Mas você deve estar se perguntando o porque de eu confiar cegamente em Novately,está se perguntando se sou louca de confiar tanto no braço direito de meu maior inimigo .
E a resposta é não,eu não sou louca,eu confio realmente minha vida a Novately,assim como ele confiou a vida de suas duas filhas a mim.
Dois anos atrás,Novately era casado e sua esposa estava grávida de gêmeas,mas ele ainda não trabalhava para Constantine e o mesmo queria que Novately trabalhasse consigo,mas o primeiro se negava pois tinha família e havia lutado muito para largar a vida criminosa. Mas Constantine não queria saber disso,ele queria Novately em sua organização e ponto final,nem que ara isso tivesse que tirar a esposa da jogada,e foi o que ele fez.
Eu estava patrulhando a cidade,quando ouvi um grito se socorro vindo de um beco,corri até lá e encontrei uma mulher morta e um homem abraçado em seu corpo sem vida,a mulher estava grávida em estagio avançado, quando perguntei ao homem de quantos meses ele me respondeu que quase 9 e que as meninas deveriam nascer nos próximos dias,então eu lhe disse:
-Olha infelizmente já é tarde para salvar sua esposa,mas ainda podemos salvar seus filhos,vou chmar a ambulância e vamos para o hospital,lá eles poderam salvar-los.
-Não podemos ir para um hospital,se formos ele vai saber sobre elas e vai mandar mata-las.
-Quem?
-Max Constantine,ele é o reponsável por isso.
Concordei com ele e juntos levamos a mulher até um dos meus vários esconderijos na cidade,aquele era o único que tinha uma sala de emergência.Eu nunca havia feito um parto,um parto em um cadáver então nem se fala,mas já havia assistido a série House M.D e aprendido algumas coisas,além de ter feito uma visita a um centro cirúrgico com a minha escola. E para facilitar tudo,a mãe já estava morta,eu sei isso era péssimo,mas ajudava.
Com a ajuda do pai das crianças eu consegui salvá-las, eram duas meninas lindas Victória e Marina. Enquanto eu limpava dava banho nas bebês e as enrolava em mantas que ali tinham,Novately,esse era o nome dele,enterrou a esposa numa clareira ali perto.
Depois que ele voltou,ele foi até sua casa e buscou as coisas dos bebês,roupinhas,fraldas,leite essas coisas e levou até onde elas estavam.
Depois ele me pediu a coisa mais difícil do mundo,que eu cuidasse da meninas pois não poderia ficar com elas,elas iriam correr risco,assim sendo eu fiquei com as meninas e ele partiu.Eu havia prometido a ele que as meninas iriam ficar bem,e ela estão até hoje.
Um ano depois eu fazia patrulha quando fui encurralada por um grupo,eles não haviam me visto,mas sabiam que eu estava naquela área e logo me encontariam,foi quando senti uma mão cobrir minha boca e eu fui puxada para dentro de um prédio.
-Calma sou eu Trinity,não vou lhe fazer mal.Logo reconheci a voz,era Novatelly.Respirei aliviada.
Ele queria saber como elas estavam,e me disse que agora trabalhava para Constantine,mas não era leal a ele e sim a mim,sendo assim ele se ofereceu para ser meu espião dentro da organização em agradecimento por eu ter salvo suas filhas.Desde então ele tem sido meu informante.As vezes travamos algumas batalhas e trocamos alguns socos,mas sei que posso confiar nele.
Saio dos meus pensamentos quando percebo a aproximação do navio por alguns homens que pareciam trabalhar no porto,mas era possível ver o volume das armas sobre suas roupas.
Toda a carga que era destinada a esse porto foi descarregada,era bastante coisa.Logo que a carga estava em terra,alguns containeres foram carregados para o navio,enquanto isso os homens armados separavam a mercadoria deles. A mercadoria foi levada até um galpão no fim do cais,onde foi guardada e homens armados ficaram de vigia na porta.
Eu acompanhei cada movimento de cima dos telhados,me mantendo fora de vista,mas atenta a tudo.Depois que o galpão foi fechado e trancado,chegou a hora de entrar em ação,me plano era simples,mandar aquele galpão e toda a droga dentro dele para o fundo do mar,ou pelos ares para mim não fazia diferença.
Minha preferencia era mandar para o fundo do mar,uma vez que não queria destruir os armazéns vizinhos,então coloquei minha máscara de oxigênio e mergulhei.
A água estava congelando quando entrei dentro da mesma,mas ainda sim me mantive em foco e segui até onde ficavam as madeiras de sustentação do galpão de Constantine que por uma sorte do destino fica sobre o mar aberto e dizias que ali embaixo havia um sumidouro,não que eu fosse mergulhar para comprovar.
Logo os explosivos estavam colocados e eu saí da água,mas infelizmente acabei sendo vista e tive que lutar com dois capangas de Constantine,foi algo rápido e me ajudou a me aquecer depois do mergulho,apaguei o primeiro e joguei contra a parede,o segundo eu segurei pela camisa e disse apenas.
-Quando acordar diga a seu chefe que eu estou de volta. Logo depois acerte-lhe um soco que o deixou desacordado.
Eu podia ouvir que mais capangas se aproximavam então subi no primeiro prédio e em seguida num guindaste ali perto,tirei meu celular da mochila e detonei os explosivos. Fiquei vendo a construção ser engolida pelo mar,para logo depois descer do guindaste e rumar para casa.
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A filha do Batman:Gotham
ФанфикEla está longe de casa,as cartas estão na mesa,mas nem todos os segredos foram revelados.