Outra vez em fuga

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Acordo sem saber que horas são,só sei que já esta escuro lá fora,vou para a cozinha e faço um café,olho note e vejo que são 8 horas da noite.

Ligo pra Tiago,peço que ele venha me ver,mas pra minha surpresa ele esta viajando com Richard e só pode chegar no dia seguinte,digo que ele deve aproveitar a viajem e que estou bem,logo depois eu desligo. Ligo em seguida pra Novattely e e ele não me atende.

Desisto então de falar com qualquer um e vou fazer meu jantar,meu telefone não para de vibrar,perco a paciência e jogo ele contra a parede,vejo ele se transformar em milhões de pedaços.

Faço só um sanduíche e pego um copo de refrigerante,ligo a tv e assisto um programa qualquer sobre natureza enquanto isso. Deixo o copo e o prato sobre a pia e vou trocar de roupa,faço minha patrulha e volto pra casa.

Acordo no outro dia onze horas,levanto tomo um banho e vou fazer minha mala. Durante a patrulha de ontem percebi que não estou emocionalmente estável para agir nesse momento. Descobrir que meu pai mentiu pra mim me machucou demais,então eu vou voltar as minhas origens,vou ir pra um lugar onde sei que mesmo que me encontrem eles não poderão chegar até mim.

Coloco na mochila tudo o que vou precisar,tenho uma caminhada de dois dias pela frente além de uma escala. Coloco todo o necessário pra ficar fora da cidade por dois meses e deixo tudo pronto. Vou até a sala de comando e coloco o complexo em estado de segurança,assim vou continuar recebendo as informações mas ninguém poderá acessar o navio. Volto para meu apartamento e tomo um banho,visto uma roupa leve no entanto resistente,para a caminhada,pego a mochila e coloco no ombro prendendo bem as alças,desço até o estacionamento e pego um jipe e um reboque,sobre o reboque coloco um quadriciclo. Uma hora depois tranco o complexo e logo estou a caminho.

Sigo a rodovia estadual até um entroncamento que leva para a capital,pego uma estradinha transversal cuja existência passa despercebida para qualquer um que não saiba dela.

Sigo por essa estrada de terra por cerca de seis horas,até que finalmente ela chega ao fim de frente para uma caverna. A abertura da caverna e grande o suficiente para que eu entre com o jipe,uma vez dentro dela,eu desço do jipe e solto o quadriciclo,levo o mesmo para fora da caverna,volto pego minha mochila e mais alguns equipamentos de dentro do carro,inclusive uma lona camuflada que jogo sobre o jipe e o reboque.

Com a mochila nos ombros eu vou até o quadriciclo,tenho cerca de duas horas de luz solar ainda,geralmente a melhor coisa a se fazer seria passar a noite na caverna e só seguir viagem no dia seguinte,mas sou capaz de montar um acampamento em menos de uma hora então eu simplesmente ligo o quadriciclo e sigo mata adentro.

Sigo por mais algum tempo até encontrar uma brecha entre duas rochas,decido que ali sera meu abrigo naquela noite,pelo fato de haver um riacho por perto.

Mais dois dias de viagem se seguem até que eu consiga ver os primeiros indícios de que estou chegando ao meu destino. Tenho pela frente apenas mais um obstáculo,uma descida cega de 200 metros em uma caverna.

Deixo meu quadriciclo assim como tudo que não vou mais utilizar,pelo menos por um tempo,escondido na mata camuflado por uma lona, e preparo a minha descida.

Havia mais de 3 anos que eu havia feito aquela descida pela primeirra vez,várias outras vezes se seguiram a aquela,mas toda vez que olhava para a fenda na rocha era como se fosse a primeira vez que eu fazia aquilo,o frio no estômago era algo que sempre estava ali.

Tranquilamente dei meus primeiro passos rumo ao abismo fechado.Durante algum tempo minha respiração pesada foi tudo que eu podia ouvir,não havia pensamentos presente na minha mente naquele momento além de qual seria o próximo lugar no qual me apoiar. Haviam me dito que esse era um dos rituais de purificação utilizado ali,pois depois de descer um paredão daquele tamanho seu único pensamento seria o felicidade.

Cheguei ao fundo da caverna e então soube que não estava mais sozinha.Eles logo surgiram da sombra,não era possível ver seus rostos pois estavam escondidos pela escuridão.

-Finalmente retornou criança. Disse uma das sombras.

-Sempre voltamos ao templo quando precisamos lamber nossas feridas mestre. Foi o senhor que me ensinou isso.

-Realmente,isso é verdade,mas quem foi que magoou seu coração criança? Posso sentir sua dor.

-Podemos falar em outro lugar Mestre? Estou cansada.

-Mas e claro. Disse ele e passou o braço ao redor dos meus ombros. -ABRAM O PORTÃO.

Pouco depois o portão foi aberto e o Templo Riun Tay pode ser visto. Ele fica escondido nas montanhas que cercam Paradise e região.

Foi aqui que me escondi quando tinha 14 anos e treinei durante um ano para me tornar Trinity. Mestre Z foi quem me ensinou,ninguém sabe seu verdadeiro nome ou sequer sua idade.

A três anos quando sai na minha primeira patrulha,fui sem treinamento algum,apenas com uma raiva cega,tudo que eu queria era vingar meu amigo,me meti com algo maior do que eu poderia lidar,em resumo fui encontrada praticamente morta por Mestre Z que convenceu minha mãe a permitir que eu fosse me recuperar no templo.

Minha mãe nunca descobriu o motivo da minha quase morte,nem sequer desconfiou,mas com a ajuda dos mestres Tays,eu me recuperei sem um sequela sequer e de bônus ainda aprendi diversos estilos de luta,e me tornei quem sou.

A filha do Batman:GothamOnde histórias criam vida. Descubra agora