19º

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Liam.

O jantar estava um saco, quando a Tessália me ligou fiquei preocupado e atendi rapidamente o que me deixou mais preocupado ainda.

Sai dali sem avisar ninguém, e fui para a boate o mais rápido possível pois eu sabia que ela estava lá, tanto pelo som abafado no fundo, quanto porque eu deixei ela lá.

Cheguei na boate em menos de cinco minutos. Perguntei para as meninas onde estava Tessália e elas me disseram.

Ela já estava acordada, e com Kelly. O desespero era evidente em seu olhar, ao me ver um soluço subiu em sua garganta fazendo meu coração apertar.

- Liam! - sua voz saiu em um sussurro, e eu me aproximei da mesma a envolvendo em um abraço confortante - eu preciso ir pra Santa Monica!

Ela diz se levantando, mas eu a seguro quando vejo que dá uma leve cambaleada.

- Eu cuido dela! - digo a Kelly.

*********

Eu me sentia destruído por ver Tessália do jeito que estava. Seu olhar perdido sempre procurava um foco, mas o que encontrava era lágrimas e mais lágrimas. Quando chegamos em Santa Monica, entrei em contato com Goreth que ainda estava no hospital, passei o endereço para o taxista que nos levou até lá.

Tessália segurou minha mão, e eu apertei a mesma de leve tentando transmitir força, pois eu sei que não é fácil perder quem mais amamos. Adentramos o hospital e quando Tessália viu Goreth, ela me largou indo em direção a mesma.

- Cadê meu pai? - Tessália dizia entrando em desespero - por favor, diz que é mentira.

Ela se ajoelhou no chão e segurou na barra da saia de Goreth.

- Eu não vou aguentar! Não vou - ela gritava, Goreth me encarou e eu me aproximei tentando acalma-la.

- Eu não posso perder meu pai Liam, ele é tudo pra mim! - ela agarrou no colarinho da minha blusa, enquanto chorava.

- Senhorita, preciso que se acalme! - disse uma senhora se aproximando de nós.

- Eu...eu - ela não conseguia dizer antes de desabar novamente em um choro sem fim - eu quero meu pai.

Ela gritou.

Vê-lá daquela forma, tão vulnerável, tão frágil, me fazia querer cuidar dela cada vez mais. Ela chorava feito uma criança. E eu tentava de todas as formas acalma-lá. Goreth também tentou, mas sempre acabava por chorar. Tessália se sentou em um banco afastado, onde abraçou suas pernas e ficou a chorar baixo. Ameacei ir falar com ela, mas Goreth me segurou.

- Deixa ela ficar um tempinho sozinha, só assim ela vai se acalmar! - Goreth diz, secando suas lágrimas - nunca imaginei ver Tessália tão vulnerável novamente.

- O que aconteceu? - pergunto encarando Goreth, que me encara com os olhos marejados.

- Eu não sei Liam! Quando eu saí do banho, ele estava deitado no sofá desacordado - ela diz, começando a chorar novamente.

Eu a abraço apertado, e ela apoia sua cabeça em meu peito. Vejo Tessália se aproximar de nós, parecia estar um pouco mais calma, mas quando encarou Goreth seus olhos lagrimejaram.

- Eu estou sozinha! - ela sussurra, e umas lágrimas escorrem. Mas ela logo as seca.

- Jamais! - Goreth diz - você tem a mim, você tem o Liam e seus amigos! Não diga isso querida - Goreth diz alisando seus cabelos.

- Por favor, não me deixa! - ela sussurra, e me encara em seguida encara Goreth.

- Vamos encarar isso juntas! - Goreth pausa e suspira - Seu pai está melhor agora, sem sofrimento!

À noite se passou, Goreth me pediu para resolver as coisas do velório e eu o fiz. Os médicos passaram um calmante para Tessália que estava instável. Como uma bomba relógio, que em pouco tempo poderia explodir.

Tessália decidiu ir para a fazenda, fez questão de ir para lá e enfrentar tudo que teria de enfrentar um dia de uma vez por todas.

Quando cheguei lá, a primeira coisa que fiz foi perguntar por Tessália, Goreth disse que o calmante havia feito efeito e ela havia adormecido. Subi para o quarto, onde a vi dormindo tranquilamente abraçada ao seu porta-retrato.

Estendi um lençol no chão, e peguei uns travesseiros. Tirei minha camisa e meu tênis, quando fui me deitar ouvi sua voz sonolenta e dengosa me chamar.

- Amor, deita comigo! - ela pediu em um sussurro dengoso, impossível de se negar.

Ela se sentou na cama, e colocou o porta-retratos sobre o seu criado mudo. Eu a encarei e ela me deu um sorriso fraco.

- Vou sentir falta dele! - ela olhou para o teto do quarto - papai, eu prometo que não vou sofrer muito! O senhor me ensinou a ser forte, mas é que eu vou morrer de saudade. Sei que o senhor não quer que eu sofra, e eu vou me esforçar muito para isso. O senhor quer o meu bem, assim como eu quero e quis o seu! - ela fecha os olhos com força e me encara - Liam, me prometa que nada de ruim vai acontecer a nós dois?

- Nada de ruim vai nos impedir de ficar juntos. Eu prometo! - digo, e ela me dá um leve selinho dos lábios.

Me deitei ao seu lado, ela deitou sua cabeça em meu peito e por incrível que pareça sobre o meu coração, onde ela ficou ouvindo o mesmo pulsar lentamente. Às vezes eu a ouvia chorar baixinho, e eu tentava a consolar.

- Eu nunca vou te deixar sozinha! - sussurro quando ela pega no sono, lhe dando um leve beijo na testa.

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