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Não vou estar exagerando, nem brincando em dizer que a gravidez da Tessália é de risco. Do sexto mês para cá, nossa vida deu uma reviravolta e todas as coisas mudaram.
Tessália está no oitavo mês de gravidez, e já tivemos dois alarmes falsos. Por conta de alguns sangramentos, ela tomou uma injeção para amadurecer o pulmão de Marina, caso ocorra algum imprevisto. Nosso quarto desceu para o primeiro andar por conta das escadas. Vê-la tão vulnerável mexia comigo, mas ela estava tão feliz.
Nesse exato momento, aqui estamos nós novamente. No hospital. Às vezes penso se em alguma de nossas últimas relações eu acabei por machuca-lá e está gerando tudo isso, por mais que a médica me assegurou de que não tem nada haver, eu fico preocupado. Goreth está a ponto de arrancar seus cabelos da cabeça, anda de um lado para o outro sem parar.
- Vai cavar um buraco no chão! - digo.
- Senhores! - a médica chama nossa atenção - não podemos liberar a Tessália!
- Oi?
- Goreth, calma! - peço.
- Tessália entrou em trabalho de parto, e seu útero está se dilatando!
- Oh Deus! - Goreth diz levando as mãos a cabeça - e o risco?
- Tudo nessa vida tem seus riscos Goreth! E o melhor a fazer nesse momento, é não adiar o parto. O bebê está formado, faltam apenas uma semana para completar nove meses... Se ele não tiver nenhum problema, dificuldades para respirar, ele vai sair junto com a mãe. Vai ficar tudo bem! - diz a médica, tentando nos acalmar.
- Mas e Tessália? - pergunto.
- Está bem! - ela diz - então, podemos fazer o parto?
Encaro Goreth, e concordamos,
- Só vamos esperar um pouco mais as contrações, e eu já chamo o acompanhante! Quem vai? - levanto a mão, e ela sorri - vá se preparar papai!
Completamente pulo da cadeira, e sigo para onde os enfermeiros me auxiliam no que deve ser feito.
Em menos de dez minutos, Tessália é guiada para a sala de parto comigo ao seu lado. Ela estava com os olhos fechados, e respirava fundo.
- Vai ficar tudo bem, né? - pergunto, fazendo a mesma abrir um lindo sorriso.
- Não amor! Já está tudo bem - ela diz sorrindo, e uma pequena lágrima solitária rola em seu rosto.
- Olha só, só mais essa vez! Preciso que faça bastante força - diz a médica, e eu encaro Tessália.
Já haviam mais de meia hora que estamos aqui. Tessália estava suada, e eu também. Estava nervoso, ansioso.
Tessália apertou minha mão com força, fechou os olhos e novamente se encontrava fazendo força. Segundos depois, nós ouvimos um choro fino, que fez meu coração saltar de alegria.
Encarei minha mulher que estava com um belo sorriso cansado nos lábios, quando a enfermeira trouxe nossa menina e a entregou para Tessália, eu chorei!
Tão pequena, tão perfeita, tão minha! Tessália estava com seu rosto colado ao dela sem deixar o sorriso sair de seus lábios.
- Amor...- ela me chamou, e eu a encarei.
Me aproximei com calma, e observei minha filha. Era como se eu acabasse de ganhar na loteria, estou me sentindo o homem mais feliz do mundo.
Fiz um breve carinho no rosto de minha filha.
- Senhor, precisamos levá-la!
- O que? Por que?
- Ela logo vai estar com vocês!
Mesmo sem querer, entregamos nossa pequena para a enfermeira. Tessália me encara, e abre um pequeno sorriso. Me aproximo de Tessália, e lhe dou um beijo lento que logo é interrompido pela médica.
Ela pede para que eu me retire, e assim faço. Saio da sala, indo até Goreth que estava me aguardando. Bom, agora está Goreth e toda a família busca-pé, como diz Tessália.
- E aí? Deu tudo certo? - Zara pergunta.
- Como ela é? Se parece com quem?
- Calma Carmen, ainda é pequena demais para saber! - diz Goreth.
- Ela é linda! - digo sorrindo.
Ao lembrar do meu pacotinho é impossível não sorrir. Seus cabelinhos escuros, sua pele branca, ela é perfeita!
Logo eles liberaram a entrada no quarto, deixei que todos entrassem antes de mim. Depois que Goreth saiu, chegou a minha vez de ver minha noiva e minha pequena.
Ao entrar no quarto, presenciei a cena mais linda do mundo. Tessália estava a amamentar Marina, apesar da falta de jeito, era uma cena maravilhosa, o que me faz ver o quão feliz eu sou, o quão feliz estou por ter essa menina mulher ao meu lado.
Tessália ao perceber minha presença, ela me encarou completamente emocionada.
- Você está feliz? - ela perguntou sorrindo.
- Se eu estou feliz? Eu estou muito mais que isso! O que eu sinto ainda não tem nome.
- Nós te amamos demais!
- E eu amo mais ainda.
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